Para Jo�o Doria, Brasil perdeu a compaix�o com governo negacionista

Num discurso recheado de cr�ticas diretas ao presidente Jair Bolsonaro, o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), elencou h� pouco os 10 principais pontos que o Brasil precisa seguir para sair mais forte da pandemia de coronav�rus. Ele participa do painel "Desafios do Brasil", do Brazil Conference at Harvard & MIT, evento organizado pela comunidade de estudantes brasileiros de Boston (EUA), em parceria com o Estad�o.

Outros nomes considerados poss�veis presidenci�veis tamb�m participaram, como o apresentador de televis�o Luciano Huck; o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT; o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad (PT). "Entendo que isso (reunir estas pessoas) � um fato hist�rico neste momento dif�cil da vida dos brasileiros", avaliou.

O primeiro dos 10 pontos citados por Doria foi a import�ncia das vacinas "para salvar, proteger, ajudar o Brasil a voltar � normalidade". Ele criticou o presidente pela demora na compra do imunizante. "Bolsonaro errou, e errou gravemente, quando n�o negociou vacinas em agosto do ano passado", apontou. O segundo ponto foi a Sa�de. Conforme o governador, a Sa�de est� "machucada e prejudicada" pela circunst�ncia de uma pandemia que levou � morte mais de 360 mil brasileiros. Para ele, o governo de Jair Bolsonaro tamb�m destruiu o Sistema �nico de Sa�de (SUS).

O terceiro ponto foi a compaix�o. "O Brasil perdeu a compaix�o com um governo negacionista, que estimulou conflitos, ataques, agress�es, amea�as", disse o governador citando jornalistas, cientistas, escritores e pol�ticos que seriam as classes profissionais mais atacadas pela atual administra��o. O quarto ponto, a Educa��o. "Sem a Educa��o, jamais seremos uma na��o. Fomos para tr�s um d�cada nestes dois anos. J� � o quarto ministro em dois anos", disse Doria, desafiando os demais presentes a dizerem o nome do atual ministro da Pasta.

O quinto ponto mencionado por Doria foi o Emprego, num momento em que h� um "volume brutal" de desempregados. Ele citou que s�o mais de 18 milh�es de pessoas fora do mercado de trabalho e 25 milh�es desalentados, fora que 15 milh�es de cidad�os, conforme o governador, n�o t�m o que comer. "Nunca se tece um dado t�o dram�tico quanto este", comparou. O sexto item citado por Doria foi a renda, os investimentos, que precisam ser feitos em todo o pa�s independentemente da regi�o.

O s�timo item na lista do governador � o respeito ambiental. "O Brasil andou 20 anos para tr�s e � um exemplo negativo. Perdemos bilh�es de d�lares de investidores japoneses, coreanos, canadenses, por causa da prote��o ambiental. � a pior refer�ncia para o mundo neste momento." O oitavo � a prote��o aos mais pobres. "Os volumes s�o brutais. � a maior faixa de pobreza dos �ltimos 50 anos. Nunca houve tanto desespero. At� Estados mais ricos, como o de S�o Paulo, vivem press�o da mis�ria", salientou.

O nono item apontado por Doria foi o respeito � democracia. "Este governo desrespeita a democracia, o jornalismo, os direitos humanos, o contradit�rio. "O presidente, o tal mito, que eu chamo de mito da morte, faz discurso amea�ador todas as semanas. Como se fosse um ditador eleito para amea�ar quem o faz oposi��o." Por fim, ele disse que o apoio � ci�ncia e tecnologia seria o 10� ponto. "Nenhum pa�s evolui sem investir em ci�ncia e tecnologia, n�o consegue independ�ncia. Este governo a abandonou."