O senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi o respons�vel pela principal defesa do governo federal na sess�o que inaugurou a CPI da Covid, nesta ter�a-feira, 27. Embora n�o seja membro da comiss�o, o filho do presidente Jair Bolsonaro atacou o relator da investiga��o, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a quem acusa de parcial, e criticou at� mesmo o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), chamado por ele de "irrespons�vel" e "ingrato". O senador do DEM foi eleito para o comando da Casa em fevereiro com ajuda do Pal�cio do Planalto.
Para Fl�vio Bolsonaro, Pacheco erra ao permitir trabalhos presenciais no Senado e ser� respons�vel por eventuais mortes de parlamentares e servidores. "O presidente Rodrigo Pacheco est� errando, est� sendo irrespons�vel, porque est� assumindo a possibilidade de, durante os trabalhos desta CPI, acontecer morte de senadores, morte de assessores, morte de funcion�rios. Nem todos est�o vacinados", disse.
Pacheco foi contra a instala��o da comiss�o, mas determinou a cria��o do colegiado ap�s decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores, Pacheco foi pressionado pelo Pal�cio do Planalto para adiar o funcionamento da CPI, mas mesmo assim deu aval para a investiga��o neste momento. Para atender a governistas, o presidente do Senado aceitou ampliar o escopo para apurar tamb�m o repasse de verbas a Estados e munic�pios.
Mesmo assim, Fl�vio Bolsonaro reclamou de ingratid�o de Pacheco. "Eu tenho um CPF e o presidente da Rep�blica tem outro. Da minha parte, entendo, sim, que houve uma ingratid�o, uma falta de considera��o por parte do presidente (Pacheco). Pelo menos nos buscar para que pud�ssemos dar nosso ponto de vista sobre conveni�ncia e oportunidade de se instalar uma CPI como essa", disse, em entrevista a jornalistas no Senado.
A sess�o de instala��o dos trabalhos tem sido marcada por manobras de governistas para tentar barrar uma configura��o adversa nos principais postos da CPI. O esfor�o de aliados do governo � para apontar parcialidade de Renan Calheiros, pai do governador de Alagoas, Renan Filho, e cr�tico do governo Bolsonaro. A comiss�o tamb�m vai apurar a destina��o de verbas federais por Estados e munic�pios. Os parlamentares da base governista questionam at� mesmo a participa��o de Renan como titular da comiss�o.
Fl�vio Bolsonaro fez coro �s cr�ticas ao relator e alegou que Renan j� julgou antecipadamente a gest�o do governo federal em pronunciamentos. "Essa antecipa��o de julgamento dele, sem nem acompanhar trabalho nenhum, sem colher prova de nada, sem ouvir ningu�m, � uma clara demonstra��o de qual ser� o encaminhamento n�o s� no relat�rio final, mas em todo o trabalho da CPI. Como filho do presidente, tenho bom senso. Eu n�o estaria na CPI. Entendo que n�o teria a imparcialidade necess�ria para fazer parte dela", afirmou.
Vacinas
Fl�vio Bolsonaro tamb�m saiu em defesa das vacinas contra a covid-19 para questionar o in�cio dos trabalhos. O ritmo lento na imuniza��o e as negativas da gest�o Bolsonaro para acordos de compra dos insumos ainda no ano passado s�o uma das principais frentes de investiga��o contra o governo. O pr�prio presidente fez campanha e desincentivou o uso de vacinas.
"Lamento que a CPI j� comece dessa forma. Tenho grandes d�vidas. Quantas vacinas essa CPI vai conseguir aplicar no bra�o dos brasileiros? Qual a ajuda que essa CPI vai dar neste momento mais dif�cil que passamos no Brasil com rela��o � pandemia? Nenhuma", disse, antes de prosseguir: "Vai ser um palanque pol�tico. Lamento que senadores v�o usar caix�es de 400 mil mortes para fazer pol�tica barata contra o governo federal".
Fl�vio Bolsonaro tamb�m afirmou haver uma articula��o para o Republicanos desembarcar do bloco formado pelo MDB ap�s a indica��o de Renan para relatar a CPI. Junto com o Progressistas, o partido do filho do presidente amea�a implodir o bloco, o que pode mexer na distribui��o de vagas em comiss�es no futuro, entre elas a Comiss�o Mista de Or�amento (CMO), que definir� as verbas federais em ano de elei��o presidencial.
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