Em depoimento � CPI da Covid, o ex-secret�rio de Comunica��o da Presid�ncia F�bio Wajngarten afirmou que uma carta enviada ao governo brasileiro pela Pfizer sobre vacinas contra a covid-19 em 12 de setembro do ano passado n�o foi respondida at� 9 de novembro - um intervalo de aproximadamente dois meses.
Wajngarten diz ter retornado a correspond�ncia com um e-mail para o presidente da farmac�utica em Nova York, logo ap�s descobrir da exist�ncia da carta. Em seguida, o ent�o gerente-geral da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, teria entrado em contato. Foi marcada uma reuni�o entre representantes da Pfizer e o ex-secret�rio de Comunica��o, que ocorreu no Pal�cio do Planalto em 17 de novembro.
Segundo Wajngarten, na reuni�o sem a presen�a do presidente Jair Bolsonaro, o CEO da Pfizer o agradeceu por ter respondido � carta, mas nenhuma negocia��o sobre valor ou quantidade de doses foi discutida. O presidente apenas soube do encontro, disse o ex-secret�rio. "N�o se discutiu isso (valor e quantidade) nesse momento, foi visita r�pida em que ele agradece por ter respondido a carta e nada mais. Ele disse 'eu quero que o Brasil seja vitrine na Am�rica Latina da vacina��o da Pfizer'", relatou Wajngarten.
Segundo o depoente � CPI, havia uma "promessa" da Pfizer de que, se o Brasil se manifestasse no tempo adequado, a empresa envidaria os "maiores esfor�os" em aumentar a quantidade e reduzir prazos. "Foi exatamente isso que exigi deles nos dois outros encontros que tive com eles. Eu atuava de forma responsiva, n�o de forma proativa em procurar a Pfizer.
Questionado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL) qual era a atribui��o t�cnica da Secom em negociar a compra de uma vacina, Wajngarten rejeitou a ideia de que teria "negociado" com a farmac�utica, mas em seguida afirmou ter compet�ncia t�cnica para fazer tal "negocia��es" em raz�o de sua forma��o jur�dica e hist�rico de negocia��o em contratos internacionais.
"O que busquei sempre foi o maior n�mero de vacinas para atender � popula��o brasileira, busquei sempre com bombardeio da imprensa em mim e muitos amigos doentes (pela covid)", afirmou ele, que negou ainda que, naquela carta, haveria o n�mero de 70 milh�es de doses que teriam sido ofertadas pela Pfizer. "Propostas da Pifzer no come�o das conversas falava em irris�rias 500 mil vacinas", disse.
Um atrito maior entre Wajngarten e Renan ocorreu quando o relator lhe perguntou se ele teria � disposi��o a troca de e-mails com a Pfizer. O ex-secret�rio de Comunica��o disse que esses documentos est�o guardados no computador funcional do governo e n�o est�o sob sua posse. Na entrevista � Veja, tinha dado a entender que tinha os dados.
POL�TICA