Governo n�o respondeu sobre proposta da vacina, diz Murillo, gerente da Pfizer

Em depoimento � CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer para a Am�rica Latina, Carlos Murillo, afirmou nesta quinta-feira que a Pfizer n�o recebeu reposta sobre a proposta de venda de vacinas contra a covid-19 feita ao governo brasileiro em agosto do ano passado. "O governo n�o rejeitou t�o pouco aceitou a oferta", disse ele, lembrando que a oferta realizada em 26 de agosto tinha uma validade de 15 dias.

"N�o teve resposta positiva nem negativa", afirmou Murillo. Ele lembrou ainda que o CEO da Pfizer, Albert Bourla, enviou em setembro do ano passado uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, em que falava da proposta feita ao Brasil. A carta foi apresentada � CPI ontem pelo ex-secret�rio de Comunica��o Social da Presid�ncia F�bio Wajngarten. "Em 12 de setembro mandamos comunica��o ao Brasil para se chegar a acordo de propostas", disse.

Al�m de Bolsonaro, o CEO da Pfizer endere�ou a carta ao vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, ao ent�o ministro da Casa Civil (hoje Defesa), Walter Braga Netto, ao ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster.

Linha do tempo

O gerente Carlos Murillo listou, durante seu depoimento � CPI, a linha do tempo de seus contatos com o governo brasileiro para as tratativas em rela��o � compra de vacinas pelo Brasil. De acordo com Murillo, as primeiras reuni�es com os governos dos pa�ses do mundo come�aram no m�s de maio e junho do ano passado.

Segundo o gerente, a farmac�utica fez tr�s ofertas ao Minist�rio da Sa�de, nos dias 14, 18, e 26 de agosto do ano passado, sendo que a �ltima oferta, de 26 de agosto, tinha o prazo de 15 dias para receber uma resposta, e que, passado esse prazo, o governo nem aceitou, nem rejeitou a proposta.

De acordo com o gerente, no Brasil, a principal interlocu��o com o Minist�rio da Sa�de foi com o ex-secret�rio executivo da Pasta �lcio Franco, al�m de citar contatos com integrantes do Minist�rio da Economia, dentre eles o ministro Paulo Guedes e o secret�rio especial de Produtividade, Emprego e Competitividade da pasta, Carlos Da Costa, al�m do ex-secret�rio de Comunica��o da Presid�ncia Fabio Wajngarten.

Questionado sobre seus contatos com Wajngarten, Murillo disse entender que os contatos do ex-secret�rio eram para coordena��o do governo, e ressaltou n�o ter tido rela��es com �rg�os extraoficiais para as negocia��es.

Murillo tamb�m refor�ou que as reuni�es de maio e junho do ano passado, que envolviam diversos pa�ses, eram para apresentar os estudos da companhia, e negou que a empresa tenha priorizado qualquer na��o. O gerente tamb�m esclareceu que, na tratativa com outras economias, a Pfizer adotou tabelas diferentes de pre�o para a venda do imunizante, separando os pa�ses em tr�s n�veis, de alta, m�dia e baixa renda.