Ap�s mais de sete horas de depoimento, chegou ao fim a oitiva do ex-chanceler Ernesto Ara�jo � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid no Senado. Apesar da defesa das a��es do governo federal durante a pandemia da covid-19, o testemunho do ex-ministro das Rela��es Exteriores foi marcado pelo apontamento, repetidas vezes, de que as a��es do Itamaraty estiveram vinculadas �s orienta��es do Minist�rio da Sa�de. Na avalia��o de membros da comiss�o, as falas devem complicar a situa��o do ex-ministro Eduardo Pazuello cujo depoimento ao �rg�o est� previsto para amanh� (19).
Entre os pontos levantados por Ara�jo e que devem servir de base para os questionamentos a Pazuello amanh� est� a letargia do governo brasileiro em conseguir acesso a insumos para conter a grave crise sanit�ria registrada em Manaus (AM) no in�cio deste ano.
Ara�jo tamb�m descartou que durante sua gest�o no minist�rio tenha havido dificuldades nas negocia��es com a China em raz�o de qualquer hostilidade dirigida ao pa�s oriental. O ex-ministro das Rela��es Exteriores tamb�m negou que os atrasos para importa��o de insumos ao Brasil vindos da China aconte�am por raz�es pol�ticas. No in�cio do m�s, o presidente Jair Bolsonaro insinuou que o coronav�rus tenha surgido como parte de uma "guerra qu�mica".
Ara�jo voltou a defender o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com rela��o � discuss�o entre o parlamentar e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmando que o embaixador chin�s teria cometido uma grande ofensa diplom�tica ao compartilhar uma publica��o dizendo "a fam�lia Bolsonaro � o veneno deste Pa�s".
O ex-chanceler tamb�m se negou - a pedido de senadores que participaram da oitiva - a pedir desculpas � senadora K�tia Abreu (PP-TO) por t�-la acusado de atuar a favor de suposto lobby chin�s pelo 5G. Katia, que durante pouco mais de 20 minutos de fala fez diversas cr�ticas a gest�o de Ara�jo no Minist�rio das Rela��es Exteriores.
A senadora o acusou, inclusive, de ter uma mem�ria seletiva: "N�o se lembra de nada do que importa, mas se lembra de quest�es m�nimas e sup�rfluas e at� mesmo n�o verdadeiras", disse ela ao ex-ministro.
Ernesto negou a exist�ncia de uma conselho paralelo ao Minist�rio da Sa�de que orientasse o presidente Bolsonaro com as a��es referentes a gest�o da crise sanit�ria no Pa�s, e afirmou que a n�o informou Bolsonaro sobre a carta enviada pela Pfizer ao governo por pressupor que o presidente j� tivesse conhecimento da documento.
Em seu testemunho, Ara�jo tamb�m afirmou que a Casa Branca procurou "discretamente" as representa��es brasileiras em Washington (EUA) para a "aloca��o de doses excedentes" de vacinas contra a covid-19. O motivo da discri��o, segundo Ara�jo, era para evitar "uma discuss�o mundial" sobre os pa�ses que poderiam receber ou n�o os imunizantes.
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POL�TICA
Ap�s mais de 7h, termina sess�o da CPI da Covid com ex-chanceler Ernesto Ara�jo
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