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Estado de Minas POL�TICA

Em edi��o especial, 'The Economist' critica Bolsonaro e v� 'd�cada sombria'


03/06/2021 15:20

A revista brit�nica The Economist, uma das mais conceituadas publica��es do mundo, traz nesta semana uma edi��o especial sobre o Brasil com uma s�rie de cr�ticas ao governo Jair Bolsonaro. Como em outras vezes que se referiu ao Pa�s, a revista traz na capa uma nova ilustra��o do Cristo Redentor, desta vez respirando com uma m�scara de oxig�nio.

No especial, que � capa da revista sob o t�tulo 'A d�cada sombria do Brasil', a revista descreve o presidente brasileiro como um homem que quer "destruir as institui��es, n�o reform�-las", "esmagou todas as tentativas" de uma explora��o sustent�vel da Amaz�nia e revelou serem "falsos" todos os votos favor�veis � renova��o pol�tica.

Ao citar o apoio dos militares a seu governo, a revista diz que os generais que se aliaram a ele "esperavam fazer avan�ar a agenda do Ex�rcito" mas, "em vez disso, prejudicaram suas reputa��es" e afirma que, "sob Eduardo Pazuello, o Minist�rio da Sa�de parecia uma �boca de fumo� (escrito em portugu�s e traduzido) para hidroxicloroquina".

O especial termina com uma reportagem intitulada "Hora de ir", que afirma que o futuro do Pa�s depende do resultado de 2022. O texto destaca o apoio dos militares ao atual presidente, mas destaca o �nus aos generais em apoiar o presidente e os riscos de o presidente, e seus apoiadores cada vez mais armados, n�o aceitarem um resultado adverso nas urnas. Em mar�o de 2016, a revista deu a foto da ent�o presidente Dilma Rousseff na capa, tamb�m com o mesmo t�tulo, "Hora de ir".

A reportagem aborda a dificuldade dos partidos de centro em encontrar um nome em comum para a disputa do pleito e, ao citar Lula, que lidera as pesquisas eleitorais, afirma que o ex-presidente "precisa mostrar como o manejo da pandemia custou vidas e formas de sustento, e como Bolsonaro governou para sua fam�lia e n�o para o Brasil". Para a Economist, "o ex-presidente deve oferecer solu��es, n�o �saudades� (escrita em portugu�s e traduzida como nostalgia)" dos anos em que governou o Pa�s.

Para a revista, "para voltar aos trilhos, o Brasil deve lidar com velhos problemas", citando favorecimentos fiscais para a ind�stria e para funcion�rios p�blicos e leis tribut�rias e trabalhistas que distorcem ou desencorajam o investimento.

A reportagem foi a locais como Cama�ari, na Bahia, para mostrar o "sonho adiado" das pessoas que ascenderam � classe C ao longo dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz In�cio Lula da Silva mas que, depois de uma s�rie de problemas listados pela publica��o (em especial as medidas econ�micas adotadas no governo Dilma Rousseff), passaram a viver em um contexto de desemprego e queda de renda. O retrato � Vin�cius Rabelo, um neto de plantadores de mandioca que trabalhou na f�brica (rec�m-fechada) da Ford na cidade e que, hoje, vive como motorista de Uber.

A revista cita uma s�rie de problemas que levaram a esse quadro, passando por uma falha do PT em n�o investir em uma infraestrutura que prometesse ganhos de longo prazo, a pol�tica econ�mica de Dilma, um controle de gastos nunca realizado pelo Pa�s e, por fim, a crise do coronav�rus e a baixa taxa de vacina��o. Por�m, a revista aponta "vislumbres de esperan�a" com a agricultura em alta, as commodities voltando a terem pre�os em alta e, no caso de Cama�ari, a transforma��o da cidade em um hub log�stico entre Salvador e o oeste da Bahia.

Menos otimista � a reportagem "Andando para tr�s", que aborda o fim da Opera��o Lava Jato sob o governo Bolsonaro e a alian�a malsucedida entre o presidente e o juiz da opera��o, S�rgio Moro, "que estava orientando promotores inapropriadamente" durante as investiga��es. O texto descreve os retrocessos no Pa�s para o controle da corrup��o, mesmo ap�s toda a investiga��o feita a partir das dela��es de executivos da Odebrecht, e ainda cita os esfor�os do presidente, tensionando as institui��es, para proteger os filhos de investiga��es criminais. A reportagem diz que o caso do "tratora�o", revelado pelo Estad�o, em que o Minist�rio do Desenvolvimento destinou at� R$ 3 bilh�es para compras suspeitas de superfaturamento para parlamentares, "minou as alega��es de Bolsonaro de que n�o houve nenhum esc�ndalo desde que ele assumiu o governo".

A Economist foi ainda para o Territ�rio Sete de Setembro, terra ind�gena na divisa entre Rond�nia e Mato Grosso, na reportagem mais longa do especial, "�rvores de dinheiro", que disseca os conflitos entre ind�genas, madeireiros, garimpeiros e criadores de gado, tendo com a preserva��o da Amaz�nia como pano de fundo. A reportagem destaca que os povos residentes na regi�o s�o os mais pobres do Pa�s, afirma que as oportunidades de renda a partir das atividades ilegais acabam atraindo mesmo os ind�genas moradores das �reas protegidas e que faltam investimentos em pesquisa na regi�o.

O texto fala em "cruzada" lan�ada pelo ministro Ricardo Salles contra o Fundo Amaz�nia e relembra da reuni�o ministerial de abril do ano passado, em que ele sugeriu "ir passando a boiada" de desregulamenta��o enquanto a aten��o da imprensa estava na covid-19 e d� exemplos desse esfor�o em altera��es legais, citando a autoriza��o para garimpo em territ�rios ind�genas. Isso sem deixar de citar a persegui��o a agentes da Pol�cia Federal que investigam Salles.

Ao olhar para os demais pol�ticos do Pa�s, no texto "Necessidade de reformas", a publica��o brit�nica diz que "Bras�lia est� cheia de pol�ticos jovens com ideias velhas", citando frase da deputada federal Jo�nia Wapixana (Rede), primeira ind�gena do Congresso. O texto destaca que, depois dos protestos de 2013 e de 2016, que terminaram com o impeachment de Dilma, o parlamento brasileiro sofreu sua maior renova��o, mas as expectativas de reformas pol�ticas n�o se concretizaram. "Reformas mais profundas podem incluir distritos menores, regras de financiamento de campanha mais r�gidas e admiss�o de candidatos independentes. Mas nada disso parece prov�vel", afirma a Economist.

Ainda no campo pol�tico, a revista explora o fator do voto evang�lico na disputa eleitoral, e analisa que embora Bolsonaro busque neste eleitorado uma de suas principais bases - e conte com o apoio de l�deres das principais denomina��es - o apoio do p�blico evang�lico ao presidente n�o � claro.

Outras edi��es especiais sobre o Brasil

A Economist j� trouxe edi��es especiais do Brasil no passado. Em 2009, o Cristo Redentor estava decolando como um foguete, em uma especial intitulada "O Brasil decola".

Em 2013, a foto era parecida, mas o cristo era um foguete descontrolado, voando a esmo. A reportagem "O Brasil explodiu?" dissecava os problemas econ�micos que se vislumbravam naquele ponto, quando o crescimento estava em xeque e a infla��o, em alta.

Em abril de 2016, a edi��o falava colocava o Cristo Redentor pedido socorro. Em editorial, a revista diz que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade sobre o fracasso econ�mico, mas que os que trabalham para tir�-la do cargo "s�o, em muitos aspectos, piores" e cita Eduardo Cunha como exemplo. "No curto prazo, o impeachment n�o vai resolver isso". Por isso, a revista defendia novas elei��es gerais.

Em 2019, no come�o do governo Bolsonaro, a capa trouxe a ilustra��o de uma floresta de tocos de �rvores e teve foco na expectativa de aumento do desmatamento sob a gest�o do ent�o rec�m-empossado presidente.


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