Regulamento 'ou vale para todos, ou n�o vale para ningu�m', diz Aldo Rebelo

Ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, Aldo Rebelo avalia que a decis�o do Ex�rcito de n�o punir o general Eduardo Pazuello ap�s a participa��o em um ato pol�tico com o presidente Jair Bolsonaro abre espa�o para que outros atos da mesma natureza, que contrariam o Regimento Disciplinar, tamb�m deixem de ser punidos. "Ou vale para todos, ou n�o vale para nenhum", disse o ex-ministro.

Para Rebelo, que chefiou a pasta ap�s a Comiss�o Nacional da Verdade terminar os trabalhos de investiga��o de viola��es cometidas pelas For�as Armadas durante a ditadura, a decis�o "surpreende", "porque as For�as Armadas j� pagaram um pre�o caro por atos de insubordina��o no passado". Mas ele disse que ainda � cedo para avaliar as consequ�ncias da decis�o. Leia trechos da entrevista:

Quais s�o as consequ�ncias, na sua avalia��o, dessa decis�o do Ex�rcito?

Ainda � cedo para se falar em consequ�ncias. O que podemos fazer � avaliar a decis�o em si. Essas decis�es sobre disciplina t�m duas dimens�es. Uma que alcan�a o autor da indisciplina e outra que alcan�a toda a tropa. A puni��o tem seu papel did�tico, pedag�gico. Se n�o h� nenhuma san��o, o efeito pedag�gico � que essa indisciplina pode ser cometida por outra pessoa das For�as Armadas.

A mensagem � que esse tipo de ato pode ser cometido?

N�o tem como relativizar. Ou vale para todos, ou n�o vale para ningu�m. Se n�o tem san��o para um, n�o ter� para outro.

Por que o Ex�rcito tomou essa decis�o, na avalia��o do senhor?
Eu n�o sei, n�o imagino. Ela surpreende.

Por qu�?

Porque as For�as Armadas j� pagaram um pre�o caro por atos de insubordina��o no passado. E quanto mais alta a patente de quem cometeu a infra��o, mais grave. Certa feita, o marechal Floriano Peixoto (2� presidente da Rep�blica) foi desacatado por um capit�o e o puniu. Mais tarde, teve de punir 13 generais que fizeram um ato na frente de seu pal�cio. Com o capit�o, foi um peso, com os generais, teve de ser outro.