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Estado de Minas POL�TICA

Atos antidemocr�ticos: PF quer investigar tentativa de obstru��o de CPMI


07/06/2021 13:45

A Pol�cia Federal (PF) sugeriu a abertura de uma investiga��o para apurar se apoiadores bolsonaristas tentaram obstruir os trabalhos da CPMI das Fake News. O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal em dezembro, no curso do inqu�rito dos atos antidemocr�ticos.

Mensagens obtidas pela PF apontam que membros de um grupo de WhatsApp batizado de "Conselheiros do TL" tentaram convencer a deputada federal Bia Kicis (PSL-SP) a "derrubar" a convoca��o de Jo�o Bernardo Barbosa para prestar depoimento na comiss�o parlamentar. Apontado como s�cio do blogueiro blogueiro Allan dos Santos, dono do portal Ter�a Livre, Barbosa � descrito pela PF como a pessoa "que paga as contas de Allan".

Uma das mensagens teria sido enviada por Ayres - provavelmente Bruno Ayres, segundo a PF, outro s�cio da empresa Ter�a Livre - em novembro de 2019.

Os investigadores dizem ainda que Allan teria mentido em depoimento na CPMI das Fake News sobre a composi��o societ�ria da empresa Ter�a Livre. "A investiga��o identificou que Allan dos Santos atestou em seu depoimento que Jo�o Bernardo Barbosa era apenas um volunt�rio do Ter�a Livre, minimizando sua participa��o nos fatos. N�o h� clara indica��o das circunst�ncias, impondo-se o aprofundamento para verifica��o da repercuss�o", aponta a PF.

Em outra frente, a Pol�cia Federal lan�a d�vidas sobre o recebimento de dinheiro de monetiza��o do canal Ter�a Livre via Google. Os investigadores sugerem um inqu�rito � parte para investigar a hip�tese de "envio de valores ao exterior com a interposi��o de pessoas (BBTV)". As suspeitas surgiram durante a an�lise do material apreendido com Allan dos Santos na Opera��o Lume.

"Identificou-se que ao menos uma parte do dinheiro retorna ao Brasil via Paypal, bem como por meio de alguns pagamentos de despesas de Allan e do site do Ter�a Livre realizados pelo s�cio Jo�o Berbardo (empres�rio brasileiro residente nos EUA e vinculado ao canal). Permanece a necessidade de aprofundamento, a fim de verificar se esses pagamentos s�o feitos com valores da monetiza��o pagas via empresa canadense e a motiva��o para a interposi��o de pessoas f�sicas e jur�dicas, bem como a correta identifica��o do fluxo de monetiza��o. Registre-se que h� men��o a um processo de cria��o da empresa Ter�a Livre Internacional, que seria sediada no exterior", registra a PF.

O relat�rio da Pol�cia Federal aponta que os investigadores chegaram a formalizar uma representa��o para que o Google enviasse dados relacionados a pagamentos efetuados � BBTV, empresa estrangeira que presta consultoria a criadores de conte�do, possivelmente destinados ao Ter�a Livre.

A PF tamb�m chegou a tentar uma coopera��o jur�dica com o Canad� para averiguar o "caminho do dinheiro". Segundo a Pol�cia Federal, o governo canadense pediu que as autoridades brasileiras "enviem mais dados indicadores do envolvimento de Allan dos Santos nos fatos investigados".

H� ainda uma outra linha de investiga��o que atinge o Ter�a Livre, relacionada a doa��es de valores para o site. A PF aponta "poss�vel interposi��o de pessoas para lavagem de capitais". Os investigadores dizem que no curso das investiga��es foi identificado que o site bolsonarista e pessoas vinculadas a ele "recebem valores significativos doados ao canal por meio de plataformas de crowdfunding, feitos por meio de sites de doa��o ou diretamente em contas pessoais".

"Durante a busca e apreens�o executada na resid�ncia de Allan dos Santos, foi encontrada uma planilha de doadores do canal Ter�a Livre, via plataforma apoia-se, contendo mais de 1.700 linhas. Entre os 16 primeiros doadores, h� um servidor p�blico do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro que realizou 27 transa��es que totalizaram R$ 40.350,00, um servidor da Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro, realizou 31 transa��es que totalizaram R$ 15.500,00, um servidor do Senado Federal que doou, em tr�s transa��es, R$ 15.000,00. J� uma servidora do BNDES doou diretamente na conta de s�cio do Ter�a Livre ao menos R$ 70.000,00", registra a representa��o da PF.

A Pol�cia Federal prop�s as apura��es em inqu�ritos apartados da investiga��o sobre os atos antidemocr�ticos. No relat�rio enviado em dezembro ao Supremo Tribunal Federal, a corpora��o aponta que h� necessidade de aprofundamento dos fatos em procedimentos espec�ficos. Ao todo, os investigadores pediram oito frentes de apura��o independentes, incluindo uma investiga��o sobre os mecanismos usados pela Secretaria Especial de Comunica��o Social da Presid�ncia (Secom) que podem ter favorecido canais bolsonaristas e antidemocr�ticos com an�ncios publicit�rios custeados com dinheiro p�blico.

Ao pedir o arquivamento do inqu�rito dos atos antidemocr�ticos, aberto ap�s manifesta��es defendendo a volta da ditadura militar, interven��o das For�as Armadas e atacando institui��es, a Procuradoria-Geral da Rep�blica se manifestou sobre os pedidos da PF: defendeu que a documenta��o sobre os "eventos identificados" ao longo das apura��es seja enviada para as Justi�as Federal e Estadual.

A deputada Bia Kicis de manifestou sobre o suposto pedido para se "derrubar" a convoca��o de Jo�o Bernardo Barbosa para prestar depoimento na CPMI. "S� me perguntaram se ele teria que comparecer e eu disse que se convocado sim. Jamais me pediram para eu interferir e eu jamais o faria", afirmou.


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