O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido de blogueiros bolsonaristas investigados no inqu�rito dos atos antidemocr�ticos para censurar o Estad�o pela divulga��o de reportagens e documentos relacionados �s apura��es. A decis�o, tomada em janeiro, foi tornada p�blica nesta segunda-feira, 7, com o levantamento do sigilo do inqu�rito.
A investida contra o jornal foi dirigida por Ernani Fernandes Barbosa Neto e Thais Raposo do Amaral Pinto Chaves, do site Folha Pol�tica, e por Alberto Junio da Silva, administrador do canal O Giro de Not�cias. Eles pediam que o indiciamento de rep�rteres e uma ordem para impedir a publica��o de qualquer material relacionado ao inqu�rito.
Em sua decis�o, o ministro n�o viu 'justa causa' no pedido. "Saliente-se que os depoimentos prestados perante a autoridade policial foram documentos e acompanhados pelos advogados das partes e que em v�rias oportunidades os pr�prios investigados optaram por tomar p�blico os seus depoimentos", escreveu Moraes. "Flagrante a aus�ncia de justa causa, a consequ�ncia � o indeferimento do pedido com imediato arquivamento da representa��o", acrescentou o ministro.
No final do ano passado, o blog divulgou um primeiro bloco de documentos, com mais de mil p�ginas, reunidos na fase inicial da investiga��o dos atos antidemocr�ticos. At� ent�o, a PF havia priorizado o interrogat�rio dos investigados. O Estad�o relevou, por exemplo, depoimentos do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, chefe da Ajud�ncia de Ordem da Presid�ncia e assessor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Tamb�m mostrou como o assessor especial da Presid�ncia da Rep�blica, T�rcio Arnaud Tomaz, apontado como integrante do 'gabinete do �dio', reconheceu enviar materiais audiovisuais para abastecer um canal de YouTube investigado.
Reportagens indicaram ainda que o blogueiro Allan dos Santos, que defendeu interven��o militar contra manifestantes contr�rios ao governo, tem tr�nsito entre parlamentares bolsonaristas e servidores de baixo escal�o do governo federal e organizava reuni�es com o grupo em Bras�lia. Mostrou ainda a identidade por tr�s dos canais e blogs que entraram na mira da Pol�cia Federal e o desejo de apoiadores do governo de implementar uma r�dio conservadora no Pa�s. Em outra leva de reportagens, o jornal revelou como youtubers bolsonaristas ganharam dinheiro com informa��es privilegiadas do Planalto.
Na segunda etapa da investiga��o, a Pol�cia Federal mirou um grupo que, segundo os investigadores, usa a ideologia conservadora 'polarizada � direita do espectro pol�tico' com objetivo de 'auferir apoio pol�tico-partid�rio' - as suspeitas recaem inclusive sobre o Planalto. A delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, respons�vel pelo caso, tamb�m sugeriu a abertura de oito novas frentes de apura��o com base nos achados do inqu�rito. A Procuradoria Geral da Rep�blica, no entanto, defendeu o arquivamento da investiga��o em rela��o a parlamentares governistas.
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