Senadores da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid-19, afirmaram, durante depoimento do ex-secret�rio de sa�de do Amazonas, Marcellus Camp�lo, que documentos comprovam que a empresa fornecedora de oxig�nio White Martins j� havia alertado, em julho de 2020, que o Estado do Amazonas corria o risco de desabastecimento de oxig�nio. Em janeiro deste ano a crise devido a falta do insumo e o colapso do sistema sa�de estouraram no Estado. Pacientes morreram em unidades de sa�de por falta do oxig�nio hospitalar.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) citou dois documentos da empresa White Martins sobre o volume produzido de oxig�nio medicinal e o consumo, enviados � Secretaria Estadual de Sa�de do Amazonas. Um de 16 de julho de 2020, em que a empresa informa que est� trabalhando "sob a m�xima capacidade, com os nossos caminh�es de cilindros, consumindo horas de trabalho diurno e noturno" e refor�a que era "imperioso" que se tomassem "medidas preventivas imediatas" para aumentar lidar com a demanda de oxig�nio do Estado. A sugest�o da empresa foi um aumento de 25% no aumento do volume contratado pelo governo do Amazonas.
A segunda carta � de 9 de setembro do ano passado, com o assunto: "Aumento de consumos de gases medicinais durante a pandemia covid-19 - Sugest�o de Plano de Conting�ncia", onde o gerente executivo da empresa, Petr�nio Bastos, escreve � Secretaria Estadual de Sa�de do Amazonas, reiterando a carta anterior e afirma que o "empenho de dota��es or�ament�rias n�o foi emitido". "Reiteramos e pedimos urgentes medidas, para n�o haver fornecimento sem cobertura de saldo contratual", afirma o gerente da White Martins.
A White Martins foi procurada pela reportagem para comentar os documentos, mas n�o havia respondido at� a publica��o desta mat�ria.
Braga criticou a falta de a��o do governo estadual para antecipar o problema de desabastecimento, afirmando que o governo teve tempo para tomar provid�ncias. "Houve tempo, houve notifica��o", declarou o parlamentar. "Havia um aumento gradual firme e constante em fun��o do n�mero de infectados (por covid), e a secretaria e o governo do Estado teve tempo para poder agir", criticou.
Senadores tamb�m contestaram a afirma��o do secret�rio de que a falta de oxig�nio no Estado tenha acontecido por dois dias, entre os dias 14 e 15 de janeiro. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), interrompeu o ex-secret�rio para dizer que as imagens que mostravam o problemas que a falta de oxig�nio causou ao sistema de sa�de amazonense eram "di�rias".
Braga tamb�m aumentou o tom, e acusou o ex-secret�rio de mentir durante o seu depoimento, como outros depoentes da CPI. "Eu n�o aguento mais, o Pazuello veio aqui, mentiu, o Elcio veio aqui, mentiu, agora vem o secret�rio mentir tamb�m?", criticou, ao citar os depoimentos do ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello e do ex-secret�rio do Minist�rio da Sa�de, Elcio Franco.
Camp�lo argumentou que a falta entre os dias 14 e 15, como afirmou, foram na rede de sa�de. "Uma coisa � faltar na rede de sa�de, no hospital, outra coisa � o paciente que est� tratando em casa porque n�o tem vaga no hospital tentar comprar o cilindro no mercado e ele n�o existir", afirmou, na defesa que somente nesses dois dias foram registradas intermit�ncias do fornecimento de oxig�nio na rede estadual de sa�de. Ainda sobre o desabastecimento, Camp�lo afirmou que o problema relatado pela White Martins era de log�stica, e n�o de falta do insumo.
O ex-secret�rio afirmou que tamb�m n�o teve conhecimento de nenhuma a��o do Minist�rio das Rela��es Exteriores na tentativa de obter insumos com pa�ses vizinhos ao Brasil para tentar diminuir os efeitos da crise no Estado.
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