O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira, 24, que o contrato para a compra da vacina indiana Covaxin est� sendo analisado pelo setor jur�dico da pasta e que "a preocupa��o do Minist�rio da Sa�de com esse assunto Covaxin � zero". "A Covaxin est� na rubrica da Sputnik, a mesma coisa, igualzinho. Ent�o, n�o � motivo de preocupa��o para o ministro da Sa�de", afirmou.
O ministro disse ainda que "n�o foi pago nenhum centavo e nem vai ser", embora o governo j� tenha reservado o recurso para honrar o contrato, que prev� a compra de 20 milh�es de doses da Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilh�o. Um pouco menos irritado do que nesta ter�a, 22, quando abandonou uma entrevista ap�s ser questionado sobre supostas irregularidades no contrato para aquisi��o do imunizante da �ndia, Queiroga disse que as suspeitas levantadas sobre a vacina n�o est�o prejudicando em nada o planejamento para a vacina��o no Pa�s.
"Esta quest�o est� no setor jur�dico do Minist�rio da Sa�de. N�o foi pago um centavo, n�o foi pago um centavo e nem vai ser", disse o ministro em conversa com jornalistas, hoje, na frente do Minist�rio da Sa�de, em Bras�lia. "N�o est� prejudicando nada. A gente j� comprou 630 milh�es de doses de vacinas e a campanha de vacina��o do Brasil est� indo muito bem."
Os ind�cios de corrup��o e favorecimento no contrato da vacina est�o sendo investigados pela Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito da Covid no Senado. Nesta sexta-feira, 25, a CPI ouve o servidor do Minist�rio da Sa�de Luis Ricardo Miranda e seu irm�o, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que denunciam irregularidades na compra da vacina Covaxin pelo governo federal e afirmam que avisaram, pessoalmente, o presidente Jair Bolsonaro dessas irregularidades.
O contrato � alvo de investiga��o do Minist�rio P�blico Federal. Em depoimento ao MPF, Lu�s Ricardo afirmou que recebeu "press�es anormais" para a compra da Covaxin e disse n�o ter visto esse comportamento em rela��o a outras vacinas. O coordenador-geral de Aquisi��es de Insumos Estrat�gicos do Minist�rio da Sa�de, tenente-coronel Alex Lial Marinho, e o coronel Marcelo Pires, ent�o coordenador log�stico do Plano Nacional de Operacionaliza��o de Vacinas contra Covid-19 foram apontados como respons�veis pela press�o. Os dois eram auxiliares do ent�o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello.
O deputado Luis Miranda afirmou ter levado a den�ncia sobre o suposto esquema de corrup��o ao presidente h� tr�s meses, em mar�o, pouco menos de 30 dias ap�s o contrato ter sido assinado. Segundo o deputado, Bolsonaro afirmou que encaminharia o caso � Pol�cia Federal. Apesar do aviso, o governo seguiu com o neg�cio no qual prev� pagar por cada dose da vacina um pre�o 1.000% maior do que o anunciado pela pr�pria fabricante seis meses antes.
Apesar das declara��es do ministro, o assunto tirou o sossego do Pal�cio do Planalto. Ontem, o ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, assumiu o papel de porta-voz da Presid�ncia e acusou o deputado Luis Miranda e o irm�o, Luis Ricardo Miranda, de terem cometido denuncia��o caluniosa e fraude contratual nas declara��es que deram sobre o caso de compra das vacinas Covaxin e anunciou que o governo abrir� investiga��o pela Pol�cia Federal, Minist�rio P�blico e Controladoria-Geral da Uni�o contra os dois.
Integrantes da CPI veem na a��o de Onyx e do Planalto coa��o e intimida��o �s testemunhas e querem convocar Onyx para depor ao colegiado. Hoje, governistas disseram que Bolsonaro, ao receber a den�ncia, teria levado o caso ao ent�o ministro Eduardo Pazuello, que n�o teria encontrado irregularidades no contrato.
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