Em sua fala inicial na CPI da Covid, o empres�rio Carlos Wizard negou que tenha participado ou tenha conhecimento do chamado "gabinete paralelo" de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia. Ele afirmou tamb�m que nunca fez "qualquer movimento" para a compra de medicamentos para enfrentamento � covid-19 ou financiamento de comunica��o sobre o tema. Logo ap�s as afirma��es, Wizard comunicou aos senadores que, com amparo na decis�o do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ficar� em sil�ncio durante o resto da oitiva.
"A minha disposi��o de servir o Pa�s, combater a pandemia e salvar vidas faz com que seja acusado de pertencer a um suposto gabinete paralelo, afirmo que jamais tomei conhecimento de qualquer governo paralelo. Se porventura esse gabinete paralelo existiu, eu mais tomei conhecimento ou tenho informa��o a respeito. Jamais foi convocado, abordado, para participar de qualquer gabinete paralelo, � mais a pura express�o da verdade", afirmou Wizard, que alegou ainda n�o ter tido qualquer encontro particular com o presidente Jair Bolsonaro.
Sobre o tratamento precoce, que n�o tem efic�cia comprovada para tratar a covid-19, Wizard alegou que, no in�cio da pandemia, havia uma "compreens�o sobre o uso de alguns medicamentos", mas que com o passar do tempo e aprofundamentos dos estudos, hoje existem "posi��es contr�rias" a esse m�todo. "Atualmente h� posi��es contr�rias ao tratamento preconizado no passado, a despeito da conduta m�dica adotada, a ci�ncia compra que a vacina��o � elemento essencial para controle da pandemia, sempre apoie a imuniza��o, a ponto de querer doar vacinas ao povo brasileiro", disse.
Ele negou tamb�m que tenha participado de tratativas de aquisi��o da vacina Convidecia, do Laborat�rio CanSino. "A imuniza��o de rebanho � outro tema que escapa aos dom�nios do meu conhecimento. Esclare�o por fim que n�o fiz qualquer movimento para compra de medicamentos para combate da covid-19 e nem tampouco financiei qualquer esp�cie de comunica��o nesse sentido, inclusive a empresa Belcher em nota p�blica declara expressamente n�o ter qualquer v�nculo de minha parte na tratativa da aquisi��o das vacinas Convidecia", afirmou o empres�rio.
Logo ap�s essas afirmativas, Wizard comunicou aos senadores que ficar� em sil�ncio. "Por fim, feitos esclarecimentos, por orienta��o dos meus advogados e em conformidade doravante vou permanecer em sil�ncio", disse.
'Quem n�o deve, n�o teme'
A l�der da bancada do PSOL na C�mara, a deputada Tal�ria Petrone (RJ), criticou, no Twitter, a postura de Carlos Wizard em depoimento � CPI da Covid. O empres�rio utiliza do direito a sil�ncio e nega responder as perguntas feitas. "Quem n�o deve, n�o teme", avaliou Tal�ria.
Wizard chegou ao Senado carregando um cartaz com um vers�culo do Velho Testamento, Isa�as 41:10. O vers�culo diz: "N�o tema, pois estou com voc�; n�o tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha m�o direita vitoriosa". Em fala inicial � comiss�o, o empres�rio negou a exist�ncia do "gabinete paralelo" e financiamento a rem�dios.
"Carlos Wizard, o bilion�rio fundamentalista religioso, mente na #CPIdaCovid e usa de uma suposta f� para se blindar", repudiou a deputada no Twitter.
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