O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, convidou o presidente Jair Bolsonaro para uma reuni�o realizada na tarde desta segunda-feira, 12, no Sal�o Branco da Corte, onde os dois trataram de remediar a rela��o de crise entre os Poderes. Na conversa privada no hall que antecede o plen�rio, Fux teria pedido que Bolsonaro 'respeitasse os limites da Constitui��o'. Segundo apurou o Estad�o, o presidente teria se comprometido a moderar os ataques aos ministros do STF e TSE.
"Convidei o presidente da Rep�blica para uma conversa, diante dos �ltimos acontecimentos, onde n�s debatemos o qu�o importante � para a democracia brasileira � o respeito �s institui��es e os limites impostos pela Constitui��o Federal", disse Fux � imprensa. Segundo o magistrado, Bolsonaro recorreu a uma f�bula evang�lica sobre perd�o para demonstrar que entendeu o movimento de Fux em busca de estancar a crise.
O encontro, por�m, n�o esgotou as tratativas de concilia��o. Fux afirmou que uma nova reuni�o ser� realizada para tratar da rela��o institucional. O novo encontro, ainda sem data definida, contar� com a presen�a do presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O presidente do STF disse que a nova conversa tratar� da tentativa de "fixar balizas s�lidas para a democracia brasileira, tendo em vista a instabilidade do nosso regime pol�tico".
Ap�s o encontro na mais alta inst�ncia do Judici�rio, Bolsonaro declarou em entrevista coletiva ser o "Jairzinho paz e amor", em alus�o a frase para se referir ao ex-presidente Lula nos momentos que antecederam a elei��o presidencial de 2002 - quando o petista se apresentou com discurso conciliat�rio e mais simp�tico ao centro pol�tico. A nova vers�o de Bolsonaro, no entanto, n�o demonstrou ter novo entendimento sobre uma pauta pacificada entre as lideran�as dos outros poderes quanto a sua inconstitucionalidade: o voto impresso.
"Devemos mostrar para o mundo que o Brasil � pa�s s�rio, tem elei��es limpas, audit�veis. Acertado por minoria de t�cnicos, isso n�o � elei��o. A� vamos bater na tecla da contagem dos votos", disse Bolsonaro.
Quando questionado se estava arrependido por ter chamado o ministro Luis Roberto Barroso de "imbecil", Bolsonaro recorreu novamente aos preceitos religiosos e prop�s que fosse rezada a ora��o "Pai Nosso" durante a coletiva. A postura comedida com a imprensa ap�s o encontro fez com que Bolsonaro passasse a se esquivar das perguntas, em vez de atacar os entrevistadores.
Ao ser questionado pelo Estad�o sobre o poss�vel ato de prevarica��o por n�o solicitar que a Pol�cia Federal (PF) investigue as den�ncias de irregularidade na aquisi��o da vacina Covaxin - apresentadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) -, Bolsonaro questionou a reportagem sobre a defini��o de prevaricar e disse que n�o pode ser enquadrado no crime por, supostamente, n�o ser funcion�rio p�blico.
"Eu entendo que a prevarica��o se aplica a servidor p�blico. N�o se aplicaria a mim. Mas qualquer den�ncia de corrup��o, eu tomo provid�ncia. At� a do Lu�s Lima (Luis Miranda), mesmo conhecendo toda a vida pregressa dele, a vida atual dele, eu conversei com o Pazuello", afirmou.
Em posse do mais alto cargo do funcionalismo p�blico do pa�s, Bolsonaro passou a ser investigado pela Pol�cia Federal, que vai apurar se o presidente cometeu crime de prevarica��o por supostamente n�o ter comunicado aos �rg�os de investiga��o ind�cios de corrup��o nas negocia��es para compra da vacina indiana Covaxin pelo Minist�rio da Sa�de. Segundo apurou o Estad�o, a corpora��o ainda prepara as primeiras dilig�ncias a serem cumpridas na investiga��o.
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