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Estado de Minas POL�TICA

CPIs devem emparedar governo at� 2022


14/07/2021 13:00

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu prorrogar o funcionamento da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid por noventa dias, impondo mais uma derrota ao governo de Jair Bolsonaro. A estrat�gia tra�ada por advers�rios de Bolsonaro para aumentar ainda mais o seu desgaste n�o se resume, por�m, apenas �s investiga��es sobre a��es e omiss�es no combate � pandemia. Assim que os senadores encerrarem os trabalhos desta comiss�o, a CPMI das Fake News ser� retomada.

A ideia � deixar o presidente "sangrando" at� a campanha eleitoral de 2022. Ao mesmo tempo, a oposi��o tamb�m quer levar os militares para o centro das apura��es de fraudes e cobran�a de propina no Minist�rio da Sa�de, que n�o se limitam � compra de vacinas contra o coronav�rus. O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), pretende convocar o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, sob o argumento de que ele faz "amea�as diuturnas" de golpe no Pa�s.

Na outra ponta, a Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle da C�mara aprovou ontem convite para Braga Netto explicar a nota divulgada na semana passada com cr�ticas ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). O documento foi interpretado como uma "tentativa de intimida��o" por Aziz, que havia criticado o "lado podre" das For�as, nas suas palavras envolvido em "falcatruas do governo" para a aquisi��o de vacinas.

A nota assinada por Braga Netto e pelos comandantes do Ex�rcito, da Marinha e da Aeron�utica incomodou os parlamentares especialmente no trecho em que sugere atua��o leviana da CPI. "As For�as Armadas n�o aceitar�o ataque leviano �s institui��es que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", dizia o comunicado.

"� muito importante que o ministro venha justificar com qual inten��o ele escreveu uma nota dessas porque, sinceramente, isso abala inclusive a quest�o da democracia no Pa�s. Dizer que For�as Armadas n�o podem ser investigadas? Est�o acima da lei? O que � isso?", criticou o deputado Elias Vaz (PSB-GO), autor do requerimento de convoca��o, depois transformado em convite, de Braga Netto � Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle. "O Parlamento n�o pode aceitar que meia d�zia de milicos tomem como ref�m uma CPI porque tem militar envolvido. Tem militar corrupto, sim. E militar corrupto precisa ir para a cadeia", disse o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).

Senadores querem coletar informa��es do per�odo em que Braga Netto chefiou a Casa Civil. A CPI descobriu que, pouco antes de ser demitido, o ent�o diretor do Departamento de Log�stica do Minist�rio da Sa�de, Roberto Ferreira Dias, fez um dossi� que citava a Casa Civil nas irregularidade para a compra de vacinas. A suspeita � que as ordens ao Minist�rio da Sa�de teriam come�ado antes mesmo da pandemia, na �poca em que Onyx Lorenzoni, hoje ministro da Secretaria Geral da Presid�ncia, chefiava a pasta, atualmente comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos.

Dias foi indicado para o cargo pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), assessor de Onyx, com aval de Ricardo Barros, ex-ministro da Sa�de e hoje l�der do governo na C�mara. Barros �, atualmente, um dos principais alvos da CPI.

Ao fechar o cerco sobre os militares, a CPI avalia que atingir� Bolsonaro. Os senadores tamb�m t�m compartilhado frequentemente informa��es com integrantes da CPMI das Fake News, que est� paralisada desde que come�ou a pandemia, em mar�o do ano passado. Composta por senadores e deputados, esta comiss�o mista investiga uma rede de not�cias falsas em torno de Bolsonaro e j� identificou que p�ginas respons�veis por disseminar ataques virtuais contra parlamentares e integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) t�m liga��o com aliados e at� com filhos de Bolsonaro.

A p�gina bolso_feios, por exemplo, apontada como uma das que disseminam �dio contra advers�rios de Bolsonaro, teve registros de acesso a partir de telefone usado por um assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho "03" do presidente.

Se a CPI da Covid foi atr�s do "gabinete paralelo" - n�cleo de assessoramento informal de Bolsonaro, que apostava em "imunidade de rebanho" e dava prioridade � compra de medicamentos com inefic�cia comprovada, em vez da vacina��o -, a CPMI das Fake News esquadrinha o "gabinete do �dio" no Planalto. Trata-se do grupo composto por assessores especiais de Bolsonaro, comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho "02", que se dedica � dissemina��o de fake news nas redes sociais contra rivais do presidente.

Em conversas reservadas, parlamentares das duas CPIs trocam "figurinhas" sobre os prazos. O plano prev� que a CPMI das Fake News retorne em outubro ou novembro e v� at� abril ou maio de 2022.

Pressionado por investiga��es e com a popularidade em queda, Bolsonaro est� convencido de que h� uma conspira��o contra ele. Em conversas reservadas, o presidente avalia que Rodrigo Pacheco "mudou de lado" e agora tamb�m atua para que ele n�o seja reeleito. Pacheco foi eleito para comandar o Senado com apoio do Pal�cio do Planalto. Um grupo atua para que troque o DEM pelo PSD e seja candidato � sucess�o de Bolsonaro.

Em mais um cap�tulo da crise, Omar Aziz insinuou ontem que a Pol�cia Federal estava ouvindo os nomes citados pela CPI da Covid antes mesmo da comiss�o. Ir�nico, Aziz disse que era uma 'coincid�ncia' representantes da Precisa Medicamentos, por exemplo, serem chamados pela PF antes dos depoimentos. A corpora��o divulgou nota defendendo sua atua��o no inqu�rito sobre o processo de compra da vacina Covaxin pelo Minist�rio da Sa�de.

No texto, a PF afirmou que a oitiva das pessoas chamadas a contribuir para a "elucida��o dos fatos" n�o est� atrelada a outras investiga��es em andamento sobre o caso. Observou, ainda, que o trabalho da corpora��o se d� "sem persegui��es ou prote��es de qualquer natureza". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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