Com 126 mortes - 106 na Alemanha e 20 na B�lgica - as enchentes causadas pelas chuvas torrenciais na Europa Ocidental levaram autoridades europeias a retomar o debate sobre as mudan�as clim�ticas e seu impacto nos pr�ximos anos.
Pouco depois das cenas de destrui��o se tornarem o centro das aten��es no pa�s, o debate sobre as mudan�as clim�ticas virou o principal t�pico de debate no cen�rio pol�tico, em meio � campanha das elei��es legislativas de 26 de setembro - que decidem o sucessor de Angela Merkel como chanceler. Tanto figuras da alian�a entre conservadores democratas-crist�os de Merkel, quanto opositores dos partidos verdes, que buscam espa�o no pleito, manifestaram-se sobre as enchentes.
Armin Laschet, o l�der do Estado alem�o da Ren�nia do Norte-Vestf�lia, disse em uma entrevista coletiva na sexta-feira, 16: "Precisamos tornar o estado mais � prova de clima (...) Temos que tornar a Alemanha neutra para o clima ainda mais r�pido."
"Os resultados catastr�ficos da forte chuva nos �ltimos dias s�o em grande parte caseiros", disse Holger Sticht, que chefia o diretorio regional da Friends of the Earth Germany na Ren�nia do Norte-Vestf�lia. Ele culpou legisladores e a ind�stria por construir em v�rzeas e bosques. "Precisamos de uma mudan�a de curso com urg�ncia."
Ursula von der Leyen, a presidente da Comiss�o Europeia, afirmou nesta sexta-feira, 16, que as inunda��es eram uma indica��o clara das altera��es clim�ticas. "� a intensidade e a dura��o dos eventos que a ci�ncia nos diz que � uma indica��o clara da mudan�a clim�tica", disse von der Leyen. E completou: "Mostra a urg�ncia de agir".
Na Alemanha, onde os temporais v�m sendo considerados a pior cat�strofe desde o fim da 2� Guerra, pelo menos 103 pessoas morreram nos Estados da Ren�nia do Norte-Vestf�lia e Ren�nia-Palatinado, na regi�o oeste do pa�s. Vilarejos inteiros ficaram isolados, casas foram arrastadas pelas �guas ou destru�das em deslizamentos de terra e, mesmo com o fim da tormenta, autoridades apontam que ainda h� o risco do transbordamento ou rompimento de barragens nos dois Estados.
Conforme a �gua recua, os sobreviventes relatam desespero provocado pela destrui��o de casas e propriedades. Segundo autoridades locais, espera-se que o n�mero de mortes deve aumentar nos pr�ximos dias, conforme as equipes de resgate ganham acesso �s �reas afetadas.
No distrito de Ahrweiler, no norte da Ren�nia-Palatinado, uma das �reas mais assoladas pela cat�strofe, autoridades afirmaram que 1.300 pessoas seguiam desaparecidas na manh� desta sexta, de acordo com a ag�ncia alem� Deutsche Welle. O n�mero, no entanto, pode estar associado � queda da rede telef�nica em algumas das localidades, e pelo fato de mais de 200 mil casas terem ficado sem eletricidade.
B�lgica
O �ltimo balan�o do governo belga aponta que h� pelo menos 20 mortos e outros 20 desaparecidos. Cerca de 21.000 pessoas est�o sem acesso � energia el�trica, e o Ex�rcito foi enviado para quatro das 10 prov�ncias do pa�s para participar das opera��es de resgate.
Um dia de luto nacional foi decretado em 20 de julho. "Essas s�o as inunda��es mais catastr�ficas que nosso pa�s j� vivenciou", disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.
As fortes chuvas surpreenderam os habitantes e alguns ficaram ilhados pelas enchentes e transbordamentos de rios. H� relatos sobre v�timas que morreram afogadas em por�es que inundaram. Luxemburgo, Holanda e Su��a tamb�m sofreram grandes danos materiais.
A destrui��o provocada pela chuva ocorreu poucos dias depois da Uni�o Europeia anunciar um plano ambicioso para abandonar os combust�veis f�sseis nos pr�ximos nove anos, como parte dos planos para tornar o bloco neutro em emiss�es de carbono at� 2050. Ativistas ambientais e os pol�ticos rapidamente tra�aram paralelos entre as enchentes e os efeitos das mudan�as clim�ticas.
As inunda��es s�o um fen�meno complexo com muitas causas, incluindo o desenvolvimento da terra e as condi��es do solo. Embora fazer um v�nculo entre as mudan�as clim�ticas e um evento espec�fico de inunda��o exija uma an�lise cient�fica extensa, � poss�vel dizer que esse elemento, que j� est� causando chuvas mais fortes e muitas tempestades, � uma parte cada vez mais importante da mistura. Uma atmosfera mais quente ret�m e libera mais �gua, seja na forma de chuva ou de neve pesada no inverno. (COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS)
POL�TICA