
O ministro Lu�s Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reagiu, mais uma vez, �s constantes cr�ticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral do pa�s. Segundo o magistrado, dizer que o sistema � fraudulento "� um discurso quem n�o aceita a democracia".
"O discurso de que 'se eu perder houve fraude' � de quem n�o aceita a democracia, porque a altern�ncia no poder � um pressuposto dos regimes democr�ticos", ponderou Barroso, nesta quinta-feira (29/7), ao participar da inaugura��o da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral do Acre.
Barroso destacou que "o sistema atual consagra a democracia e que uma das caracter�sticas da democracia � reconhecer que outro que pensa diferente de mim pode ganhar". Apesar de n�o citar Bolsonaro nominalmente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) lamentou a maneira como o sistema eleitoral brasileiro passou a ser desmerecido nos �ltimos meses.
"Uma causa que precise de �dio, mentira, desinforma��o, agressividade e grosseria n�o pode ser uma causa boa", reclamou Barroso.
O magistrado ainda comentou que o voto impresso, t�o defendido por Bolsonaro para as elei��es do ano que vem, n�o � mais seguro do que a urna eletr�nica. Barroso disse que "h� uma cren�a de pessoas de boa f� de que o voto impresso traria mais uma possibilidade de auditoria", mas opinou que, "a despeito disso parecer l�gico, isso n�o � verdadeiro".
"Ele (voto impreso) � menos seguro porque precisa ser transportado. Estamos falando de 150 milh�es de votos. H� regi�es com mil�cias, roubo de cargos. Transportar votos, armazenar votos. Isso � um filme de terror. Vai dar inconsist�ncia. D� no caixa do banco, que n�o quer perder dinheiro. Imagine num pa�s polarizado", alertou.
"Paix�o por elei��es livres e limpas"
Barroso ainda fez men��o � derrota do deputado A�cio Neves (PSDB-MG) em 2014, quando ele disputou a Presid�ncia da Rep�blica e perdeu para Dilma Rousseff (PT). Bolsonaro afirma que o tucano deveria ter sa�do vitorioso, apesar de o pr�prio A�cio reconhecer que perdeu o pleito.
"Em 2014, o candidato derrotado pediu auditoria e o pr�prio partido reconheceu que n�o houve fraude. Nunca se documentou fraude. No dia que se documentar, a Justi�a Eleitoral vai apurar imediatamente. Ningu�m tem paix�o por urnas, mas, sim, por elei��es livres e limpas", destacou Barroso.