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Estado de Minas POL�TICA

Delatores relatam entrega de R$ 315 mil em dinheiro a �operador� de Beto Richa


04/08/2021 11:39

Executivos do grupo J. Malucelli, em dela��es premiadas assinadas com o Minist�rio P�blico do Paran� (MP-PR), dizem que pagaram cerca de R$ 315 mil ao empres�rio Jorge Theod�cio Atherino, apontado como operador de propina do ex-governador Beto Richa (PSDB). Segundo o relato, Atherino recebeu em maio de 2014 uma mochila com dinheiro vivo para retribuir a renova��o de um contrato do programa estadual Patrulhas do Campo, no qual o governo contrata equipamentos e servi�os para a manuten��o de estradas rurais.

Richa � r�u por corrup��o passiva e fraude a licita��o em uma a��o penal no �mbito da Opera��o R�dio Patrulha, que investigou irregularidades no programa, outras 12 pessoas. O ex-governador n�o foi mencionado nas dela��es, mas os executivos da J. Malucelli dizem que discutiram pagamentos do programa com seu irm�o e ex-secret�rio de Log�stica e Transportes, Jos� Richa Filho, com o ent�o diretor da pasta, Aldair Petry, e com o ent�o chefe de gabinete do governador, Luiz Cl�udio da Luz.

Petry e Jos� Richa Filho tamb�m s�o r�us na mesma a��o com o governador desde 2018. As dela��es premiadas foram fechadas pelo dono do grupo, Joel Malucelli, seu sobrinho e diretor comercial Rafael Malucelli, e a diretora financeira Georgete Soares Bender.

Nas dela��es, eles contam que o dinheiro foi entregue por Georgete a Atherino. Ela admitiu, em seu depoimento, ter reunido os R$ 315 mil a partir de saques em caixas banc�rios e de vendas de equipamentos que haviam sido pagas em esp�cie.

Joel Malucelli relata ter ido em dezembro de 2011 a uma reuni�o de representantes de tr�s empresas com Petry para discutir o programa Patrulhas do Campo. Ao saber que havia uma proposta de pagamento de propina de 8% sobre o valor dos contratos pelas empresas que ganhassem os certames, Malucelli conta que sugeriu dividir o pagamento, com um repasse mensal de 4% das faturas mensais, e outros 4% no ato da renova��o dos contratos com o governo.

Poucos dias antes da entrega e abertura das propostas, em mar�o de 2012, Joel e Rafael Malucelli dizem ter recebido um representante da empresa Terra Brasil, que n�o tinha participado das reuni�es com os representantes do governo. O representante da Terra Brasil, que n�o � identificado no depoimento, teria dito que disputaria normalmente a licita��o e que "teria compromissos com pessoas da Assembleia Legislativa". O depoimento n�o detalha quais seriam esses compromissos, pois os executivos que n�o perguntaram sobre o assunto.

A J. Malucelli esperava vencer a licita��o no lote 3 do programa, pois tinha interesse comercial em um ponto de vendas na cidade de Cascavel. A empresa, no entanto, perdeu a disputa do lote para a Terra Brasil. A dela��o narra que o departamento jur�dico da J. Malucelli chegou a elaborar um recurso para tentar desclassificar os concorrentes no lote 3, mas a empresa desistiu ap�s abrir uma negocia��o com a Ouro Verde, empresa que havia ganhado a licita��o de outro lote.

A empresa fechou um contrato de loca��o de quatro patrulhas � empresa Ouro Verde, para atender um lote do programa estadual. O contrato de aluguel firmado entre as duas empresas levava em conta "valor apresentado pela Ouro Verde na licita��o, deduzidos impostos e os 4% referentes ao acordo il�cito de repasse de verbas firmado com os representantes do governo paranaense", diz a dela��o de Joel. �Ademais, em caso de renova��o do contrato entre DER-PR (Departamento de Estradas e rodagem do Paran�) e Ouro Verde, seria descontado pela J.Malucelli Rental o saldo de 4% sobre o valor faturado."

Rafael conta que, desde o come�o do contrato com a Ouro Verde, a J. Malucelli teve problemas de recebimento dos valores de loca��o. Por causa disso, os representantes do grupo solicitaram uma reuni�o com o ent�o secret�rio de Infraestrutura e Log�stica, Pepe Richa, irm�o do ex-governador. Rafael diz ter conversado com o secret�rio e solicitado uma comprova��o de que o governo estava pagando a Ouro Verde.

Pepe Richa teria orientado os Malucelli a conversar com o chefe de gabinete do governador, Luiz Cl�udio da Luz, que por sua vez teria providenciado uma planilha com a comprova��o dos pagamentos.

Ele conta que, em seguida, o executivo da Ouro Verde expulsou Atherino da empresa aos gritos, e teria dito: �se o secret�rio quisesse dinheiro, que fosse pessoalmente ao escrit�rio da Ouro Verde pedir�.

As patrulhas da Ouro Verde teriam ficado paradas, sem ordens de servi�o e sem faturamento, de fevereiro a abril de 2014. O contrato foi renovado em maio daquele ano, ocasi�o que teria desencadeado a obriga��o de pagamento dos R$ 315 mil entregues a Atherino, segundo a dela��o. Eles contam que o pai de Rafael, Juarez Malucelli, presenciou a entrega do dinheiro, realizada na sede da empresa.

Atherino j� foi condenado por corrup��o em janeiro de 2020 na 23� Vara Federal de Curitiba, no �mbito da Opera��o Piloto, que denunciou pagamento de propina pela Odebrecht referente a um contrato de R$ 7,2 bilh�es para explora��o e duplica��o da PR-323, entre os munic�pios de Francisco Alves e Maring�. Al�m dele, tamb�m foi condenado nessa a��o Deonilson Roldo, que tamb�m exerceu o cargo de chefe de gabinete de Beto Richa.

Defesas

"A defesa do ex-governador Carlos Alberto Richa segue acreditando na justi�a. O processo apenas v�m demonstrando a inoc�ncia, sendo a vers�o dos delatores isolada de qualquer prova, o que demonstra a inten��o, �nica, de receber benef�cios da justi�a para n�o esclarecer a verdade".

A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-secret�rio Pepe Richa, mas n�o obteve resposta at� a publica��o desta mat�ria. Da mesma forma, busca contato com a defesa de Jorge Atherino. O espa�o est� aberto para manifesta��es de defesa.


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