Em sua fala inicial � CPI da Covid, o ex-assessor do Departamento de Log�stica do Minist�rio da Sa�de coronel Marcelo Blanco alegou que conversas com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, eram para negociar vacinas ao mercado privado, pois ele j� havia deixado o cargo no Minist�rio da Sa�de, j� que foi exonerado da pasta em 19 de janeiro.
O ex-assessor ent�o exibiu � CPI uma s�rie de mensagens e �udios que teria trocado com Dominghetti, em que ele questionava o pre�o dos imunizantes ao mercado privado, inclusive afirmando que quando pediu ao representante que fosse a Bras�lia, levasse representantes do setor privado para tratar sobre o tema. A viagem teria sido na mesma semana em que Dominghetti se encontrou com o ex-diretor do Departamento de Log�stica do Minist�rio da Sa�de Roberto Dias e teria recebido um pedido de propina do diretor para fechar o contrato com a Sa�de.
Segundo Blanco, que era subordinado de Roberto Dias, seu primeiro contato com o policial ocorreu por meio do coronel Odilon, que fez a intermedia��o entre ele e Dominghetti na oferta de 400 milh�es de doses da vacina AstraZeneca � Sa�de. As conversas com o policial, segundo Blanco, come�aram no in�cio fevereiro, "quando fui informado por ele que as tratativas sobre as supostas vacinas j� haviam sido iniciados por meio da Secretaria Nacional de Assuntos Humanit�rios (Senah) ", falando sobre a organiza��o comandada pelo reverendo Amilton Gomes de Paula.
Mesmo assim, segundo Blanco, o representante da Davati queria oferecer ao departamento log�stico a proposta de venda "para que diversos departamentos do minist�rio" tivessem "ci�ncia da irrecus�vel proposta" na busca da celeridade da oferta. Blanco, ent�o, afirmou que teve que explicar ao policial como se dava o rito processual do minist�rio "j� que ele n�o tinha nenhum raso conhecimento de como proceder diante daquele �rg�o", afirmando que indicou ao representante os e-mails institucionais de departamento log�stico que deveriam ser enviados ao minist�rio para decidir se as negocia��es deveriam avan�ar ou n�o.
De acordo com Blanco, ele foi convidado a integrar o Minist�rio da Sa�de na equipe do ent�o ministro Eduardo Pazuello em abril de 2020, por indica��o do coronel Franco Duarte, um amigo de turma que conhece h� 35 anos, disse. A nomea��o foi encarada, segundo ele, como "miss�o e esfor�o de guerra". "Ficou bem claro que n�o ter�amos hor�rio de fim de expediente, s�bado, domingo ou feriado, tudo em nome da busca da solu��o da pandemia mundial", afirmou.
Segundo ele, suas fun��es eram de natureza consultiva, tendo se negado a ocupar cargos que envolvessem or�amentos ou ordena��o de despesas. O coronel declarou que foi convidado por Pazuello, que a proposta de perman�ncia no cargo era de noventa dias, mas sua perman�ncia na pasta se estendeu por oito meses, at� ser substitu�do pelo atual diretor do Departamento Log�stico, general Ridalto L�cio Fernandes.
Irregularidade
Durante a explica��o de como se deram seus encontros com Dominghetti para tratar da venda de vacinas para o mercado privado, o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), interveio e afirmou que as tratativas estariam ocorrendo com base na irregularidade, j� que a venda de vacinas no mercado privado n�o havia sido aprovada pela Congresso Nacional.
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