O corregedor-geral da Justi�a Eleitoral, ministro Luis Felipe Salom�o, encaminhou nesta quarta-feira, 4, um of�cio ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando o compartilhamento de provas coletadas em inqu�ritos da corte que podem abastecer duas a��es no Tribunal Superior Eleitoral contra a chapa do presidente Jair Bolsonaro e pelo vice Hamilton Mour�o por disparos em massa durante as elei��es 2018.
No of�cio encaminhado ao STF, o corregedor-geral da Justi�a Eleitoral cita a investiga��o que mira sobre suposta organiza��o criminosa 'de forte atua��o digital, com a n�tida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito'. A apura��o � um desdobramento do inqu�rito dos atos antidemocr�ticos arquivado por Alexandre a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
"Com a instaura��o de novo procedimento investigativo, que poder� conter elementos para a instaura��o deste feito, renove-se o pedido de informa��es e de compartilhamento de provas que possam vir a interessar � solu��o das lides postas no autos Aijes (a��es de investiga��o judicial eleitoral)", escreveu Salom�o.
No texto do of�cio, Salom�o afirma j� ter recebido de Alexandre de Moraes c�pias do "Relat�rio de An�lise de Material Apreendido" em que constam informa��es sobre os investigados. O corregedor-geral, no entanto, solicitou o acesso �s demais provas colhidas pela investiga��o que apura poss�veis crimes praticados por aliados de Bolsonaro que integram o chamado "gabinete do �dio". Bolsonaro e Mour�o s�o investigados por supostamente terem contratado servi�os irregulares de disparo em massa de mensagens nas redes sociais durante a campanha eleitoral de 2018.
As a��es foram movidas pela chapa "O povo feliz de novo", formada por PT, PCdoB e PROS, que concorreu contra Bolsonaro no segundo turno daquele ano, e pede a cassa��o da chapa por abuso de poder econ�mico e uso indevido dos meios de comunica��o social.
O teor das apura��es que correm em paralelo no TSE e no STF se aproximam, pois os alvos investigados, apesar de distintos, podem integrar a mesma "organiza��o criminosa, de forte atua��o digital, dotada de n�cleos pol�ticos, de produ��o, de publica��o e de financiamento, cujas atividades teriam se desenvolvido ap�s o pleito de 2018 (2020 em diante".
Na segunda-feira, 2, os ministros do TSE aprovaram por unanimidade a abertura de inqu�rito administrativo para apurar se, ao promover uma s�rie de ataques infundados �s urnas eletr�nicas, Bolsonaro praticou "abuso do poder econ�mico e pol�tico, uso indevido dos meios de comunica��o, corrup��o, fraude, condutas vedadas a agentes p�blicos e propaganda extempor�nea".
O desfecho das investiga��es em andamento no TSE pode atrapalhar os planos pol�ticos de Bolsonaro, que se cercou de parlamentares do Centr�o em busca de angariar for�as que d�em sustenta��o ao governo ao custo de cifras milion�rias em emendas parlamentares, conforme revelou o Estad�o . Juristas ouvidos pela reportagem dizem que o resultado do inqu�rito pode levar � impugna��o do registro de candidatura do atual presidente pela Justi�a Eleitoral, caso ele deseje concorrer � reelei��o no ano que vem.
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