O recurso do MPF no Distrito Federal foi apresentada contra decis�o dada na ter�a-feira passada, 24, pela ju�za Pollyana Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal Criminal do DF. No despacho, a ju�za disse que declara��es do blogueiro n�o configuram "amea�as s�lidas" e que "um magistrado n�o pode nem deve ser facilmente intimidado".
A Procuradoria argumenta que tais fundamentos apresentados pela ju�za n�o se sustentam, considerando que o pr�prio ministro representou contra Allan. Segundo o MPF, tal situa��o demonstra a intimida��o causada pela fala do blogueiro.
"Em meio a tanta tens�o pol�tica ocorrida no Pa�s nos �ltimos anos, qualquer instiga��o mais en�rgica propagada por pessoas com grande influ�ncia nas m�dias sociais da internet, como o caso de Allan dos Santos, facilmente serve de est�mulo para que terceiros cheguem �s vias de fato e concretizem as agress�es e viol�ncias sugeridas no discurso", registra trecho do recurso.
O MPF ainda recha�ou a ideia de que as falas de Allan tenham sido proferidas por impulso ou em momento em que os �nimos estivessem exaltados. "O blogueiro gravou um v�deo, editou e postou na internet. Teve tempo para premeditar se iria ou n�o divulgar, bem como se retiraria do ar tais falas, caso percebesse em seguida que as havia proferido no �mpeto das suas emo��es", apontou a Procuradoria em nota.
As declara��es contra o ministro est�o registradas em um v�deo publicado pelo blogueiro em seu canal no Youtube em novembro. Na grava��o, Allan dos Santos diz: "Tira o digital, se voc� tem culh�o! Tira a porra do digital, e cresce! D� nome aos bois! De uma vez por todas Barroso, vira homem! Tira a porra do digital! E bota s� terrorista! Pra voc� ver o que a gente faz com voc�. T� na hora de falar grosso nessa porra!".
De acordo com a Procuradoria, o crime incitado por Allan ‘pode ser facilmente identificado’ no trecho em que diz: ‘Pra voc� ver o que a gente faz com voc�’. "Por mais que n�o esteja de forma expl�cita e detalhada qual ser� a atitude que Allan dos Santos ir� realizar, caso a amea�a se concretize, � poss�vel inferir-se que, no m�nimo, trata-se de uma les�o corporal contra o ministro do STF", afirma o MPF. Os procuradores dizem que � ‘patente’ a incita��o causada pelo bolsonarista.