Na v�spera de 7 de Setembro, CNBB cita totalitarismo e pede respeito aos Poderes

Em v�deo sobre o 7 de Setembro, a Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) orientou os brasileiros a n�o se deixarem convencer por "quem agride os poderes Legislativo e Judici�rio", num recado ao presidente Jair Bolsonaro. "A exist�ncia de tr�s Poderes impede totalitarismos, fortalecendo a liberdade de cada pessoa", disse o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo. "Independentemente de suas convic��es pol�tico-partid�rias, n�o aceite agress�es �s institui��es que sustentam a democracia."

Dom Walmor afirmou na mensagem que o Pa�s "est� sendo contaminado por sentimento de raiva e de intoler�ncia" e se op�s a uma s�rie de bandeiras e pol�ticas de Bolsonaro, entre elas o incentivo e a facilita��o da compra de armas de fogo por civis.

"Muitos em nome de ideologias dedicam-se a agress�es e ofensas, chegando ao absurdo de defender o armamento da popula��o. Quem se diz crist� ou crist�o deve ser agente da paz, e a paz n�o se constr�i com armas", disse o cl�rigo.

Bolsonaro e seus apoiadores apelaram ao discurso de vi�s religioso para conclamar crist�os de diferentes vertentes a aderirem �s manifesta��es a favor do Pal�cio do Planalto. Isoladamente, padres conservadores haviam incentivado cat�licos a participarem dos protestos em defesa de Bolsonaro.

Al�m do apoio ao presidente, a pauta tem dois assuntos j� superados no Congresso Nacional: a ado��o do voto impresso e o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. Parte dos bolsonaristas tamb�m clama por uma interven��o militar, em discurso de vi�s golpista. Pastores de igrejas evang�licas pentecostais e neopentecostais engrossaram as convoca��es do movimento bolsonarista, alegando a defesa da liberdade de express�o e de culto, e prometeram uma mobiliza��o sem precedentes.

Por meio de seu presidente, a c�pula da principal entidade da Igreja Cat�lica no Pa�s demonstrou preocupa��o com atos violentos e pediu respeito � vida durante as manifesta��es de rua no Dia da Independ�ncia, diante do agendamento de protestos contra e a favor do governo federal. O mote da campanha da CNBB � "somos todos irm�os".

"Respeite a vida e a liberdade de seu semelhante. Aquele com quem voc� n�o concorda � tamb�m amado e tem uma fam�lia que aguarda o seu retorno com seguran�a", apelou dom Walmor. "As desaven�as n�o podem justificar a viol�ncia, a intoler�ncia nos distancia da Justi�a e da paz, afasta-nos de Deus."

O v�deo com a mensagem de dom Walmor e uma ora��o tem pouco mais de sete minutos de dura��o e foi divulgado nesta sexta-feira, 3.

Na grava��o, o presidente da CNBB tamb�m defendeu uma s�rie de posi��es contr�rias ao governo Bolsonaro. Ele lembrou da alta da infla��o e do desemprego, da fome e da mis�ria, pautas que o governo evita comentar, e cobrou a defesa de povos ind�genas.

"N�o podemos ficar indiferentes a essa realidade que mistura o desemprego e a alta infla��o, acentuando gravemente exclus�es sociais. S�o urgentes pol�ticas p�blicas para a retomada da economia, e a inclus�o dos mais pobres no mercado de trabalho", disse o religioso cat�lico.

Tamb�m arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor sugeriu aos cat�licos que olhem pelos que est�o sofrendo e defendam a prote��o ambiental por causa de mudan�as clim�ticas e os ind�genas, por causa da vota��o do marco temporal para demarca��o de terras. Ele afirmou que os ind�genas "enfrentam grave amea�a" do poder econ�mico, al�m de terem sido historicamente perseguidos e dizimados

"Nossa p�tria n�o come�a com a coloniza��o europeia", disse o bispo cat�lico, segundo quem o poder empresarial tenta "manipular inst�ncias de decis�o e alterar marcos legais para avan�ar sobre terras ind�genas, dizimando a natureza, os povos originais e a sua cultura".

O l�der dos bispos cat�licos afirmou que a pandemia da covid-19 "� mal que ainda nos amea�a", sugeriu respeito �s medidas de distanciamento social e definiu a vacina��o como uma "tarefa crist�".