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Estado de Minas POL�TICA

Grupo bolsonarista alvo do STF tem acesso ao Planalto


03/09/2021 17:00

Eles saem �s ruas desde 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, para apoiar temas de interesse do presidente e, a exemplo do chefe do Executivo, atacam as institui��es. Em uma demonstra��o de amplo acesso ao Pal�cio do Planalto, integrantes do Movimento Brasil Verde e Amarelo, um dos grupos que organizam os atos bolsonaristas de 7 de Setembro, j� apareceram em v�deos e fotos com ministros e foram chamados pelo titular do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de "nosso pessoal".

Uma ala do movimento est� agora sob a mira do Supremo Tribunal Federal (STF) por "incita��o � pr�tica de atos violentos e amea�adores contra a democracia". O presidente da Associa��o Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Ant�nio Galvan, por exemplo, foi alvo de um mandado de busca e apreens�o expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Suspeito de financiar atos contra a Corte para o 7 de Setembro, Galvan est� proibido de se aproximar da Pra�a dos Tr�s Poderes.

N�o � a primeira vez que Galvan est� envolvido em convoca��es para atos contra o Supremo. Em mar�o, o presidente da Aprosoja apareceu ao lado de Augusto Heleno e do secret�rio de Assuntos Fundi�rios do Minist�rio da Agricultura, Nabhan Garcia, para falar sobre manifesta��es que aconteceriam no dia 15 de maio. "Eu sugeri ao doutor Galvan que fa�a um manifesto, coisa escrita, que n�o mobilize gente, mobilize ideias, para colocar essas ideias para julgamento do nosso pessoal", disse o general na ocasi�o. Estou falando em 'nosso pessoal' porque eu acho o agroneg�cio muito importante. N�s sabemos o que seria a manifesta��o do agroneg�cio do n�vel que foi pensado aqui", justificou Heleno.

A manifesta��o mais recente do Movimento Brasil Verde e Amarelo foi justamente em 15 de maio. Em Bras�lia, produtores rurais defenderam pautas do governo. � �poca, um dos principais motes da mobiliza��o era "o fim das pol�ticas de lockdown" adotadas para conter a dissemina��o da covid-19, al�m do voto impresso e do coro por "um Supremo decente". Bolsonaro foi � Esplanada receber os manifestantes, acompanhado de ministros.

Para o l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), n�o � o Pal�cio do Planalto que tem "agitado" a harmonia entre os Poderes, mas, sim, o Judici�rio. "Coragem para brigar com o Judici�rio poucas pessoas t�m. � preciso entender que h� um processo intimidat�rio", disse ele. "Estou confiante de que haver� uma manifesta��o muito grande no 7 de setembro, mas pac�fica, demonstrando esse apoio ao presidente."

Os temas defendidos pelo Movimento Brasil Verde e Amarelo mudaram. Em maio de 2019, a principal pauta eram as reformas da Previd�ncia e tribut�ria e o pacote anticorrup��o, que n�o avan�ou no Congresso. "Reformar para n�o parar", dizia o slogan dos atos.

Desde o ano passado, no entanto, o foco do grupo tem sido o apoio a Bolsonaro nos ataques �s institui��es. Os principais articuladores do movimento, composto por associa��es de produtores rurais, s�o a Aprosoja e a Associa��o Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra). As organiza��es representam sindicatos de produtores de v�rios Estados.

No �ltimo dia 10, Galvan, da Aprosoja, esteve no gabinete da secret�ria especial de Articula��o Social, Gabriele Olivi, no Planalto. A pasta � vinculada � Secretaria de Governo, comandada pela ministra Fl�via Arruda. A agenda oficial informou que a pauta do encontro foi o Movimento Brasil Verde e Amarelo. Galvan estava acompanhado da mulher e de um ex-diretor executivo da Aprosoja.

Diretor jur�dico da Andaterra e integrante do Brasil Verde e Amarelo, Jeferson Rocha tem feito postagens de apoio a Galvan nas redes. "Somos todos Galvan", escreveu ele no dia 23. Cinco dias depois, Rocha fez uma transmiss�o ao vivo na internet para reclamar da decis�o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que rejeitou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes apresentado por Bolsonaro. "O que n�s vamos ver na pr�xima semana � o protocolo de novos pedidos de impeachment que v�o apontar a suspei��o e o impedimento de Rodrigo Pacheco", afirmou Rocha. Antes disso, em 26 de junho, ele gravou e postou um v�deo ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimar�es, agradecendo pela abertura de ag�ncias.

Divis�o

Na dire��o oposta dessa ala do setor, representantes do agroneg�cio divulgaram nesta semana um manifesto em defesa do estado democr�tico de direito. O documento n�o cita Bolsonaro, mas fala em uma sociedade "permanentemente tensionada em crises intermin�veis ou em risco de rupturas institucionais". O manifesto foi divulgado ap�s a Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp) recuar e adiar a divulga��o de texto em que prega a harmonia entre os Poderes.

Rocha, da Andaterra, criticou o manifesto. "O agro da Avenida Paulista, da Faria Lima e dos oligop�lios formados �s custas do dinheiro do contribuinte vem se manifestar a favor da democracia, como se n�s estiv�ssemos nos manifestando contra", afirmou ele em entrevista.

O deputado Sergio Souza (MDB-PR), coordenador da Frente Parlamentar da Agropecu�ria (FPA), disse ao Estad�o que a bancada ruralista n�o participa dos movimentos. "A FPA tem uma pauta espec�fica, que � cuidar dos projetos do Parlamento para garantir seguran�a jur�dica", afirmou Souza.

Procurado, o Planalto n�o se manifestou. Em nota, a Aprosoja disse que dar� apoio institucional ao ato de 7 de Setembro, "sem aporte financeiro". Os outros integrantes do Brasil Verde e Amarelo citados n�o responderam aos contatos da reportagem. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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