Mour�o cita 'maioria confort�vel', descarta clima de impeachment e critica Moraes

Embora a discuss�o dentro dos partidos pol�ticos sobre um eventual apoio ao impeachment do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, tenha crescido ap�s as manifesta��es governistas com pautas antidemocr�ticas, o vice-presidente Hamilton Mour�o descartou, nesta quarta-feira,8, existir clima no Congresso para aprovar a cassa��o do chefe do Planalto. Ele tamb�m fez cr�ticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alvo preferencial de Bolsonaro nos discursos deste 7 de Setembro.

"N�o vejo que haja clima para impeachment do presidente. Clima tanto na popula��o como um todo como dentro do pr�prio Congresso. Acho que nosso governo tem maioria confort�vel de mais de 200 deputados. N�o � maioria para apoiar grandes projetos, mas � maioria capaz de impedir que grandes projetos prosperem contra a pessoa do presidente", declarou Mour�o a jornalistas, em sua chegada ao Pal�cio do Planalto.

Al�m do endosso do presidente da C�mara, Arthur Lira (Progressistas-AL), hoje um aliado do governo e que precisaria pautar o tema, a abertura de um processo de impeachment dependeria de voto favor�vel de ao menos 342 dos 513 deputados, antes de seguir para aprecia��o do Senado.

Depois de participar da cerim�nia de hasteamento da bandeira, na ter�a, Mour�o fez outro aceno a Bolsonaro, com quem tem uma rela��o conflituosa, ao criticar Alexandre de Moraes. "Eu tenho ideia clara que o inqu�rito que � conduzido pelo Alexandre de Moraes n�o est� correto. Juiz n�o pode conduzir inqu�rito", avaliou o vice-presidente nesta quarta-feira pela manh�.

Em agosto, o ministro do STF incluiu o presidente da Rep�blica no inqu�rito das fake news e gerou revolta entre bolsonaristas. Na ter�a, o chefe do Planalto disse que n�o vai cumprir decis�es do magistrado e afirmou ser necess�rio "enquadr�-lo".

Na avalia��o de Mour�o, "tudo se resolveria" se o inqu�rito nas m�os de Moraes passasse para os cuidados da Procuradoria-Geral da Rep�blica. O atual PGR, Augusto Aras, � considerado um aliado pol�tico do Planalto.

"A gente precisa distensionar. Existem cabe�as ali dentro (no Judici�rio) que entendem que isso foi al�m do que era necess�rio. Conversando a gente se entende", acrescentou o vice-presidente, sobre a tens�o entre Executivo e STF.

Mour�o, por�m, n�o quis comentar os discursos de tom antidemocr�tico feitos na ter�a por Bolsonaro pelo que chamou de "quest�o �tica", mas avaliou as manifesta��es como "expressivas": "� uma mudan�a isso a� porque as ruas sempre foram dom�nio da esquerda."

As declara��es foram feitas antes de o vice-presidente embarcar para uma agenda na Amaz�nia. Devido ao compromisso, ele n�o deve participar da reuni�o de Bolsonaro com ministros no Conselho de Governo, que ocorre no per�odo da manh� desta quarta-feira.