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Estado de Minas POL�TICA

Governo muda pol�tica e amplia postos no exterior


03/10/2021 08:30

Depois de cinco anos em contra��o, o Itamaraty planeja expandir seu servi�o exterior em 2022, com a abertura da primeira embaixada pelo governo Jair Bolsonaro e cinco novos consulados. A proposta expansionista inverte a l�gica de redu��o de postos diplom�ticos desde o governo Michel Temer e atende a demandas da comunidade brasileira na Europa e nos Estados Unidos e exportadores interessados nos mercados do Oriente M�dio e da China.

A menina dos olhos do projeto � a instala��o de uma embaixada em Manama, no Bahrein, Golfo P�rsico. Conforme fontes diplom�ticas, o Itamaraty quer ampliar a equipe em Pequim, na China, com a possibilidade de um novo consulado no pa�s, em outra cidade. Tamb�m estuda enviar uma nova delega��o para representar o Brasil na Uni�o Africana, em Adis-Abeba, na Eti�pia, abrir um consulado em Marselha, na Fran�a, e outro nos Estados Unidos - a cidade mais prov�vel � Seattle, mas h� tamb�m discuss�o sobre Portland.

Para concretizar a expans�o diplom�tica, o chanceler Carlos Fran�a ainda depende da confirma��o do refor�o no or�amento prometido � pasta, que precisa ser votado no Congresso. Em fase de planejamento, o aumento principalmente de consulados vir� acompanhado do fechamento de pelo menos mais uma embaixada de pequeno porte, para compensar o investimento inicial e custeio.

O ministro das Rela��es Exteriores afirmou que conseguiu com Bolsonaro mais R$ 400 milh�es para 2022, tendo, ao todo, R$ 4,3 bilh�es para o exerc�cio. Ser� um refor�o de 27% no or�amento em compara��o com a estimativa atual. Segundo autoridades a par das finan�as, mais de 80% das despesas do Itamaraty s�o pagas em moedas estrangeiras, e a desvaloriza��o do real reduziu a disponibilidade de dinheiro nos �ltimos anos. O projeto de lei or�ament�ria indica que R$ 1,1 bilh�o ser� investido no funcionamento das representa��es nacionais no exterior e outros R$ 68 milh�es nos servi�os consulares.

Carlos Fran�a pretende fazer remanejamentos de pessoal para preencher os novos postos. Ele quer melhorar a assist�ncia aos brasileiros no exterior, por isso a revis�o na rede de postos consulares na �sia e nos EUA. A embaixada brasileira no Bahrein foi prometida por Bolsonaro, que autorizou os xeiques a abrirem uma representa��o em Bras�lia. Atualmente, a embaixada brasileira no Kuwait representa cumulativamente os interesses nacionais no Bahrein.

"Estamos em prepara��o para uma pequena expans�o da rede consular. Os contornos ainda n�o est�o finalizados, precisamos ver o que cabe no or�amento. Estamos fechando uma embaixada, o que, de certa forma, compensa", disse o embaixador Achilles Zaluar, chefe de gabinete do ministro. "A gente demonstrou a import�ncia do atendimento � comunidade brasileira no exterior durante a crise da covid. Quem teve de negociar a assist�ncia, a sa�da das pessoas e os voos foi nosso pessoal dos consulados, isso tem que ser fortalecido."

Um dos principais objetivos de Bolsonaro no mundo �rabe � atrair investidores para projetos de infraestrutura no Brasil. O BNDES vai capacitar diplomatas na busca por investimentos estrangeiros, e entre 15 embaixadas devem passar a ter os novos setores de "atra��o de investimento direto", assim como existem atualmente equipes diplom�ticas dedicadas a temas pol�ticos, econ�micos, culturais e de ci�ncia e tecnologia.

Agroneg�cio

Al�m de buscar investimentos, a expans�o de mercados consumidores tamb�m voltou a ser cobrada por agentes do agroneg�cio, que desejam mais empenho dos diplomatas. Embora o setor viva um momento de bonan�a, esse � um trabalho que deixou a desejar no governo Bolsonaro at� este ano, avaliou o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. "Precisamos de mais atua��o diplom�tica de resultados, precisamos buscar mercados e conservar os atuais, como a China", afirmou. "A Tereza Cristina (ministra da Agricultura) trabalha muito isso, mas o Itamaraty s� agora com o chanceler Carlos Fran�a desempenha esse processo", ressaltou. "O acordo do Mercosul com a Uni�o Europeia tem tr�s anos e n�o saiu do papel at� hoje."

Ao lado do chanceler numa cerim�nia p�blica na Sala Bras�lia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acusou o Itamaraty de permitir nos �ltimos 30 anos um fechamento da economia brasileira e reclamou da redu��o dos fluxos comerciais. "Isso � uma falha de todos n�s", disse Guedes, cobrando tamb�m do Minist�rio da Economia, que tem hoje sob sua responsabilidade o com�rcio exterior.

Ele apontou ainda como focos de atua��o econ�mica o Oriente M�dio e a �sia, e sugeriu mais dedica��o ao estreitamento de rela��es e trocas comerciais com a �ndia. Guedes afirmou que a regi�o da Eur�sia (os continentes da Europa e da �sia) pode se converter num hub para o desenvolvimento nacional. "Estamos voltando ao caminho das �ndias orientais."

O novo consulado na China deve ser aberto em Chengdu, na prov�ncia de Sichuan, no sudoeste, a 1.800 quil�metros de dist�ncia de Pequim. Com 16,5 milh�es de habitantes, a cidade � um polo de inova��o cient�fica e tecnol�gica. O posto ser� o quarto consulado do Itamaraty no pa�s asi�tico. O Brasil conta com as representa��es em Xangai, Hong Kong e Cant�o, al�m da embaixada na capital e um escrit�rio em Taiwan.

Israel. Al�m dos novos postos, o Itamaraty n�o arquivou por completo um projeto pol�mico do presidente Jair Bolsonaro. Embaixadores ouvidos pela reportagem afirmam que a pasta segue estudando o caso da transfer�ncia da embaixada brasileira em Israel, de Tel-Aviv para Jerusal�m, uma promessa n�o cumprida da campanha de Bolsonaro, depois de protestos de pa�ses �rabes, em 2018.

Atualmente, o Itamaraty tem 218 postos diplom�ticos no exterior, entre miss�es, embaixadas, consulados, escrit�rios e delega��es em organismos internacionais. O �pice foram 228 no governo Dilma Rousseff, em 2012. A gest�o do ex-chanceler Ernesto Ara�jo, marcada pela ado��o de posi��es ideol�gicas conservadoras, extinguiu sete no ano passado. Todos eram postos de categoria C e D, menos cobi�ados, em pa�ses do Caribe e da �frica, regi�es que estavam no foco durante os governos do PT, com a chamada pol�tica Sul-Sul e os objetivos de maior penetra��o geopol�tica do Pa�s na ocasi�o.

Bolsonaro tamb�m desativou as representa��es diplom�ticas e consulares na Venezuela, retirando o pessoal nos primeiros meses da pandemia da covid-19. O corte se deu por raz�es pol�ticas, j� que o Planalto n�o reconhece o presidente Nicol�s Maduro e pede novas elei��es sem a participa��o dos l�deres ligados ao seu governo. J� na �frica e no Caribe a justificativa foi o corte de despesas. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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