
Um fato, segundo fontes do partido, foi importante para que o ga�cho come�asse a conquistar espa�o: o apoio do senador Tasso Jereissati (CE), que desistiu da disputa e passou a apoiar Leite. O Governador tamb�m cresceu por passar a imagem de juventude e por ter equalizado as contas do Rio Grande do Sul. Tamb�m pesou nessa equa��o o fato de ter se assumido gay — algo que tira de eventuais advers�rios a possibilidade de usar isso no submundo das redes sociais.
Doria, por�m, est� firme no jogo e conquistou posi��es importantes ao contrapor-se tenazmente ao presidente Jair Bolsonaro na pandemia da covid-19 — ao qual, ali�s, teceu duras cr�ticas — e por ter trazido para o Brasil a CoronaVac, vacina que por meses sustentou o Plano Nacional de Imuniza��o, do Minist�rio da Sa�de. Al�m disso, o desenvolvimento da Butanvac, que est� sendo analisada pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), � outra carta que o governador paulista guarda na manga.
Mas, nos �ltimos dias, Doria foi acusado de apadrinhar v�rios novos filiados no PSDB para, supostamente, contar com o voto deles na conven��o — o que contraria as regras do pleito. Mas o governador n�o conta com isso e vem gastando sola de sapato, tanto que esteve em 14 estados em campanha: Mato Grosso do Sul, Goi�s, Paran�, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Esp�rito Santo, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Par�, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins e Minas Gerais — ideia � fechar as 27 unidades da Federa��o at� o come�o de novembro.
De acordo com o senador Izalci Lucas (DF), que j� declarou voto a Doria, “n�o � poss�vel mudar a regra durante o jogo” — e assim os rec�m-filiados terem possibilidade de votar na conven��o. “Acho que quem tem mais pegada, que investiu mais e vai colher mais. O secretariado dele � de n�vel ministerial. S�o Paulo vai ter crescimento de 7,5% no PIB. A gente deve um pouquinho a ele, pois, do contr�rio, n�o estar�amos vacinados. Vai chegar uma hora que vai ter que colher o que plantou e acho que tem mais chance de enfrentar o Lula”, disse, referindo-se ao ex-presidente da Rep�blica.
Para Izalci, que � presidente do diret�rio do DF, um fator contr�rio a Leite seria a possibilidade de ele abrir m�o da cabe�a de chapa em nome de uma coliga��o em torno de um nome que congregue mais apoios na via entre os extremos representados por Jair Bolsonaro e por Lula. “A vis�o dessa bancada que est� apoiando o Eduardo, pelo que eu entendi, � que seria � mais f�cil ele n�o sair candidato, de aceitar uma vice, de deixar para depois. Eu n�o concordo. Acho que o PSDB tem que ter candidatura pr�pria, como sempre teve”, explicou.
Presen�a inc�moda
Mas, de acordo com os bastidores tucanos, o apadrinhamento da filia��o da deputada federal Joice Hasselmann pode trazer percal�os para Doria. Uma das rea��es mais duras partiu de Tom�s, filho do ex-prefeito de S�o Paulo, Bruno Covas — que morreu em maio passado —, que, pelas redes sociais, considerou a entrada da parlamentar no partido uma “vergonha”. Para aqueles que compunham o grupo pol�tico do neto de Mario Covas, um dos fundadores do PSDB, ainda est�o vivos na mem�ria os ataques que Joice fez a Bruno durante a corrida � prefeitura paulistana.
Mas, aparentemente, os bombeiros tucanos entraram em cena para amenizar o mal-estar criado pela cr�tica de Tom�s � Joice. Afinal, foram flagrados almo�ando, ontem, em um restaurante dos Jardins, na capital paulista. Detalhe: o encontro foi 24h depois de o filho do ex-prefeito ter atacado a deputada.