"Quem aqui tem menos de 18 anos?", perguntou o deputado estadual Arthur do Val (Patriota) assim que assumiu o microfone na 6ª edi��o do Congresso Nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), anteontem. Entre os presentes, grande parte levantou a m�o. Em um dos cantos, um garoto de 12 anos vestido de Homem-Aranha chamava a aten��o dos palestrantes no palco.
A "gera��o Z" - uma defini��o para pessoas nascidas entre a segunda metade dos anos 1990 at� a primeira d�cada dos anos 2000 - representava boa parte do p�blico do evento que reuniu diversos representantes dos postulantes � Presid�ncia que integram o centro pol�tico.
Na sexta-feira, os pr�-candidatos Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luiz Felipe d'�vila (Novo) fizeram um debate ameno e convergente sobre a necessidade de uma articula��o para enfrentar a polariza��o entre Luiz In�cio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
Jo�o Doria (PSDB) participou de um painel anterior em que dirigiu duras cr�ticas ao presidente e ao l�der petista.
O evento deixou, por�m, para o seu final, antes de uma balada de encerramento, a presen�a do ex-juiz S�rgio Moro, pr�-candidato � Presid�ncia pelo Podemos. O apoio do movimento ao ex-juiz ficou evidente - o MBL foi um dos principais grupos que, em 2016, foi �s ruas em defesa do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Ovacionado, Moro foi apresentado por Adelaide Oliveira, dirigente do MBL, como o "pr�ximo presidente do Brasil". Em entrevista ao apresentador Danilo Gentili, o ex-juiz disse que "conversa" com nomes da terceira via.
Engajar a parcela mais jovem da milit�ncia nas pautas do movimento � um dos objetivos do evento, realizado nos dois �ltimos dias em S�o Paulo. No in�cio do ano, o grupo lan�ou a plataforma "Academia MBL", na qual oferece cursos relacionados ao ativismo pol�tico. "Tem de haver renova��o", disse o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP). "Temos o dever de forjar novos mandat�rios que carreguem o ‘m�todo MBL’ e honrem o voto de cada um de voc�s que est�o aqui", afirmou o vereador de S�o Paulo Rubinho Nunes (PSL).
‘DESCOLADO’. O grupo tamb�m lan�a m�o de outras estrat�gias para se vender como "descolado" para os adolescentes. O evento foi realizado em um lugar "alternativo" e pouco usual para debates pol�ticos, nos trilhos da Mooca. Parte da agenda s�o aulas ministradas no interior dos trens desativados que h� no local. Espalhados pelo espa�o do congresso, tamb�m h� food-trucks, puffs coloridos, bandeirolas de "Atenas" e "Sparta" - como os alunos s�o divididos na Academia. Uma "balada" encerrou o evento. A programa��o tem, ainda, "campeonatos de debate" e um "Parlamento simulado", onde os presentes podem "brincar" de pol�tica.
O ga�cho Rafael Ghida, de 12 anos, viajou com o pai de Porto Alegre para participar do congresso. Ele afirma que est� na milit�ncia por acreditar num "futuro em que todas as pessoas sejam livres para serem o que quiserem", e que, quando tiver idade para votar, pretende apoiar ideais, e n�o necessariamente nomes que estejam no palanque do MBL.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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