
Mais um nome foi acrescentado, nesta quinta-feira (25/11), na corrida pelo Pal�cio do Planalto. O MDB anunciou a pr�-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS).
A parlamentar se junta nessa disputa ao colega de Casa, Alessandro Vieira (SE), pr�-candidato pelo Cidadania; ao ex-juiz Sergio Moro (Podemos); ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT); ao cientista pol�tico Luiz Felipe d'Avila (Novo) e ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Uni�o Brasil). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ainda n�o confirmou oficialmente sua candidatura, mas o presidente do PSD, Gilberto Kassab, j� anunciou que ele representar� o partido nas elei��es. O PSDB tamb�m lan�ar� candidato, mas as pr�vias do partido est�o tumultuadas - concorrem os governadores de S�o Paulo, Jo�o Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, al�m do ex-prefeito de Manaus Arthur Virg�lio (leia reportagem abaixo). Por sua vez, o Avante deve lan�ar o deputado Andr� Janones (MG).
Mandetta desmentiu, ontem, que deixar� a disputa. "Eu sempre disse que posso ser candidato ou posso apoiar outro candidato, mas jamais desistirei do Brasil. M�dico n�o abandona paciente. Meu nome continua � disposi��o", ressaltou. "A fus�o de DEM/PSL (que criou o Uni�o Brasil) vai amadurecer. O que realmente precisamos debater s�o ideias, com transpar�ncia e humildade."
Na avalia��o de Alessandro Vieira, o excesso de postulantes ao Planalto � positivo para o debate de ideias. "A etapa em que n�s nos encontramos � justamente de apresenta��o de nomes e de propostas. Mais adiante, espero que l� para fevereiro ou mar�o, a gente possa iniciar uma segunda etapa, que � de concentra��o de uma candidatura ou a menor quantidade poss�vel de candidaturas nesse espa�o da terceira via. Queremos viabilizar esse caminho, e nos parece ser o melhor para o Brasil", argumentou, ao Correio.
Santos Cruz
Sob a justificativa de apoiar a candidatura de Moro, o general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, se filiou, ontem, ao Podemos. Ele n�o disse, por�m, se concorrer� a algum cargo no pleito de 2022.
Em seu discurso, Santos Cruz enfatizou que o Brasil n�o deve buscar "salvadores da p�tria" e defendeu o fim da recondu��o � Presid�ncia da Rep�blica. "Uma das primeiras medidas � acabar com a reelei��o, que est� distorcendo todo o comportamento pol�tico. N�s estamos assistindo a isso. O dr. Sergio Moro falou que uma das primeiras medidas (se eleito) ser� acabar com a reelei��o, e eu concordo que essa � uma boa medida para o Brasil", sustentou.

Santos Cruz ressaltou, ainda, a import�ncia de temas como di�logo e transpar�ncia como refor�os � democracia, que, segundo ele, precisa ser "traduzida" para o bem da popula��o.
"Democracia significa aperfei�oamento das institui��es. As institui��es n�o podem ser aparelhadas. Populismo n�o pode ser aceito. N�s precisamos traduzir o que � democracia e traduzir isso em �gua, alimenta��o, emprego, honestidade, boa administra��o, transpar�ncia, escola, sa�de."
Moro, por sua vez, rasgou elogios ao general. "(Santos Cruz) comp�s o atual governo tendo esperan�a de que poderia dar certo. N�o teve nenhum receio de se retirar quando percebeu que, na verdade, o plano do governo n�o era construir um pa�s melhor, mas atender objetivos pessoais do governante do momento. Isso demonstra desprendimento, car�ter e credibilidade", discursou.
Segundo o general Paulo Chagas, o grupo de militares que se decepcionou com Bolsonaro - como ele e Santos Cruz -, e busca uma terceira op��o encontrou em Moro a alternativa. "Neste momento, ele � a melhor op��o, mas � cedo para dizer que � o melhor em definitivo. Dentro desse universo j� apresentado, ele entra um certo handicap", afirmou. "Ainda falta tempo, e quanto mais tarde for essa decis�o, melhor. O avan�o de Moro vem deixando bolsonaristas e petistas apavorados por aparecer bem ranqueado nas pesquisas", acrescentou.
Afunilamento
Na avalia��o de Leonardo Queiroz Leite, cientista pol�tico e doutor em administra��o p�blica pela FGV-SP, "Moro afunila a terceira via, porque ele elimina todos os demais". "Os que est�o abaixo dele nas pesquisas, percebe-se que n�o ter�o express�o no futuro. Moro tamb�m tende a galvanizar parte do eleitorado de direita que ia com Bolsonaro e est� insatisfeita com o governo", destacou. "No m�dio prazo, entre abril e mar�o, vamos ter a oficializa��o das candidaturas. Parece-me que Moro vai crescer, e esses candidatos que vinham abaixo tendem, sim, a desidratar."
A opini�o � compartilhada pelo cientista pol�tico Valdir Pucci. "Moro e Bolsonaro dividem, praticamente, o mesmo eleitorado. Muitas pessoas que votaram em Bolsonaro e apoiaram a Opera��o Lava-Jato se decepcionaram com este governo por n�o ampliar a pol�tica anticorrup��o", argumentou. "Moro pode tomar votos, principalmente de Bolsonaro, em especial bolsonaristas arrependidos."