Nos �ltimos dias, legendas, como o PSD, MDB e PSDB, buscaram marcar posi��o. Confirmaram as pr�-candidaturas � Presid�ncia dos senadores Rodrigo Pacheco (MG) e Simone Tebet (MS), e do governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, respectivamente. Para a constitucionalista Vera Chemim, mestre em direito p�blico pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), Moro � a alternativa vi�vel para a "terceira via" e ter� uma curva ascendente de votos na campanha eleitoral de 2022, ao contr�rio de seus concorrentes.
"Diferentemente de Marina em 2014, Moro � um s�rio concorrente para os outros candidatos, at� porque Bolsonaro e Lula refor�am a polariza��o e o pa�s precisa eliminar essa conjuntura pol�tico-ideol�gica para se desenvolver. Trata-se de um fator determinante para que volte a crescer sem a sombra da atual polariza��o", defende, ressaltando que n�o se descarta um crescimento exponencial de Moro que o coloque no segundo turno, desde que saiba cooptar a grande massa da popula��o.
Alessandro Costa, mestre em ci�ncia pol�tica, especialista em direito eleitoral e professor de p�s-gradua��o do IBMEC, observa que os primeiros levantamentos colocam Moro como o principal advers�rio de Lula e Bolsonaro, em terceiro lugar. "Por um lado, a ala morista pode entender ser o caso de comemorar o fato de, em t�o pouco tempo, ele aparecer � frente de Ciro Gomes, do PDT, ainda mais se levarmos em considera��o que nunca foi candidato, enquanto Ciro dever� concorrer pela quarta vez. Entretanto, j� era consenso entre os analistas pol�ticos esse crescimento inicial", diz.
Costa analisa que a previs�o � de que a vida n�o ser� nada f�cil para Moro na miss�o de desbancar seus oponentes na corrida presidencial e que a imagem do ex-juiz est� atrelada ao insucesso e constrangimento alcan�ados pela declara��o de parcialidade nos julgamentos de processos originados pela Opera��o Lava-Jato, em especial o que condenou o pr�prio Lula, seu prov�vel advers�rio em 2022.
"Ele deve receber consider�vel rejei��o tamb�m por ter aceitado fazer parte do governo Bolsonaro, a quem agora direciona cr�ticas e aponta erros de gest�o. No olho desse furac�o, Moro ter� a miss�o de tirar o seu ex-chefe do p�reo se quiser alcan�ar o segundo turno", acrescenta, completando que a tarefa n�o ser� f�cil, mesmo frente ao cen�rio de queda da popularidade de Bolsonaro, que ter� a m�quina governamental trabalhando pela reelei��o.
Pe�as de xadrez
Segundo analisam os especialistas, Moro entrou no jogo pol�tico tal qual um cavalo em um tabuleiro de xadrez. Com capacidade de pular pe�as, al�m da boa coloca��o nas pesquisas, ele tende a "se tornar" a terceira via, principalmente por ter capacidade de atrair eleitores que votariam no presidente da Rep�blica ainda motivados pelo antipetismo.
"Os candidatos e os seus partidos querem concorrer a todo custo. No geral, eles pensam individualmente. Moro � quem afunila esse gargalo. At� o fim do primeiro quadrimestre, quando oficializar as candidaturas, parece que os outros candidatos tendem a desidratar e, aos poucos, o Moro vai assumir esse papel de terceira via. Al�m disso, ele tende a galvanizar uma parte do eleitorado de direita que iria com Bolsonaro e est� insatisfeito", explica Leonardo Queiroz Leite, cientista pol�tico e doutor em administra��o p�blica pela FGV/SP.
Danilo Morais dos Santos, advogado constitucionalista, mestre em Poder Legislativo e professor da p�s-gradua��o do Ibmec-DF, analisa que os candidatos da "terceira via" historicamente enfrentam dificuldades em alcan�ar o segundo turno e a tend�ncia � de consolida��o de Lula e Bolsonaro, com o favoritismo do petista. Ele avalia que as elei��es de 2022 ser�o marcada por uma "disputa de legados". "A campanha de Moro n�o deslanchar� apenas com base na ladainha anticorrup��o ou na tentativa de atacar Lula. A quest�o central para 2022 � a economia e o bem-estar social", comenta.
O analista pol�tico Melillo Dinis, do portal Intelig�ncia Pol�tica, explica que Moro e os demais candidatos da terceira via lutar�o por cerca de um ter�o dos votos v�lidos. "Os outros dois ter�os ficar�o com Lula e Bolsonaro."