Em mais um dia concedendo entrevista a r�dios, seguindo tend�ncia do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) rebateu as cr�ticas feitas pelo chefe do Executivo na noite de segunda-feira (6). Moro afirmou que o governo est� com medo da reelei��o em 2022 e, por isso, quer desviar o foco da popula��o e parte para ofensa.
"N�o quero ser ofensivo com ningu�m", destacou o ex-juiz, em entrevista ao programa Nova Manh�, da R�dio Nova Brasil FM, nesta ter�a-feira (7). "Esse governo � muito ruim. Esse governo � t�o ruim porque, normalmente, � muito f�cil um governo se reeleger. Voc� est� na m�quina. Se voc� faz um governo minimamente bom, voc� consegue se reeleger. O presidente est� com medo. Com isso, quer ficar desviando o foco das pessoas. Por isso, fica l� ofendendo", declarou.
Na segunda-feira, o presidente voltou a criticar Moro afirmando que o poss�vel advers�rio para a cadeira do Executivo em 2022 "n�o aguenta dez segundos de debate".
"Na verdade, quando ele faz essas estripulias, seja em rela��o a mim ou em rela��o a qualquer pessoa, o que ele quer que as pessoas esque�am? A infla��o. Quer fazer esquecer que quando a pessoa vai no mercado ou no posto de gasolina, tem que deixar a carteira dela", complementou o ex-juiz.
Na esteira das cr�ticas lan�adas um contra o outro, Moro refor�ou a falta de a��o do governo para combater a corrup��o. Na avalia��o do poss�vel pr�-candidato, a postura do chefe do Executivo � "paradoxal". "O presidente foi eleito com esse discurso contra corrup��o e todo mundo sabe hoje em dia que ele n�o fez nada. Ao contr�rio, ele foi desmantelando, enfraquecendo o sistema de controle contra a corrup��o", disse. Segundo ele, tal enfraquecimento resultou na soltura de criminosos e na dificuldade de se ter processos envolvendo grandes casos de corrup��o.
Questionado se h� arrependimento por ter integrado o governo � frente do Minist�rio da Justi�a, Moro nega, mas diz que era uma voz "isolada" no governo.
Dallagnol
O Podemos confirmou ontem que a filia��o do ex-coordenador da for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato no Paran�, Deltan Dallagnol, ao partido est� programada para ocorrer na sexta-feira (10), �s 11h, em Curitiba. Questionado se a sigla est� se tornando uma esp�cie de partido da Lava Jato, Moro nega a observa��o e avalia que a decis�o de Dallagnol � resultado da falta de espa�o no Minist�rio P�blico.
"O que ele [Dallagnol] est� vendo agora na carreira dele? O espa�o dele est� fechado dentro do Minist�rio P�blico, porque o Minist�rio P�blico hoje, desculpe a franqueza, mas n�o � o Minist�rio P�blico da �poca da Opera��o Lava Jato, n�o tem tido a mesma atua��o incisiva", comenta. Segundo ele, o cargo que Dallagnol deve concorrer cabe � legenda decidir, "mas provavelmente para deputado no Estado do Paran�".
POL�TICA