
O Patriota - legenda � qual Bolsonaro avaliou a filia��o e acabou provocando um racha interno - ainda n�o decidiu se ter� candidato pr�prio ou se apoiar� um dos nomes j� lan�ados na corrida ao Planalto. O presidente da sigla, Ovasco Resende, chegou a se reunir com o pr�-candidato Sergio Moro e com Renata Abreu, presidente do Podemos - partido ao qual o ex-juiz se filiou -, na inten��o de viabilizar uma eventual alian�a, mas as negocia��es n�o avan�aram.
Resende informou que a decis�o sobre a elei��o presidencial de 2022 s� ser� tomada depois do parecer das lideran�as estaduais, o que deve ocorrer at� o final deste m�s. Segundo ele, o foco do Patriota � cumprir a cl�usula de barreira, um dispositivo legal que restringe ou impede a atua��o parlamentar de um partido que n�o alcan�a um determinado percentual de votos.
"Vamos ouvir todas as regionais sobre termos de candidatura majorit�ria em n�vel nacional. Estamos aguardando essa an�lise para saber se teremos nome pr�prio ou se vamos apoiar algum candidato � presid�ncia e, posteriormente, vamos decidir", explicou. "A tend�ncia � respeitar as decis�es regionais, de cada estado, com suas peculiaridades. Temos de respeitar os locais, porque nossa principal meta, hoje, � cumprir a cl�usula de barreira."
Sobre a sondagem ao postulante do Podemos, Resende comentou que o pa�s precisa de alternativas. "Fora da polariza��o, t�m-se apresentado v�rios nomes de qualidade, e Moro se inclui nisso. � um nome novo na pol�tica. Ele tem grandes chances de agregar valores e criar musculatura", avaliou. "Ainda � cedo para falar da Presid�ncia da Rep�blica. Temos at� o final de abril para filia��es, depois, as conven��es em julho. A�, sim, as coisas v�o se definir."
No PTB, outro partido que abriu as portas para a filia��o de Bolsonaro, mas teve o convite recusado, a presidente, Graciela Nienov, afirmou que a sigla seguir� fechada com o chefe do Executivo. "Na �ltima conven��o, decidimos apoi�-lo. Indiferentemente do partido no qual esteja, Bolsonaro ainda representa o que est� no estatuto do PTB. No partido, o Brasil todo est� alinhado com a direita", frisou.
"No Cear�, temos o Delegado Cavalcante; em S�o Paulo, Ot�vio Fakhouri; em Santa Catarina, Kennedy Nunes. Alinhamos todos os diret�rios. Estamos tranquilos. N�o vamos ter dificuldade nenhuma nos estados de alinhar com o grupo do Bolsonaro, n�o pelo PL, mas pelo Bolsonaro, a figura Bolsonaro", enfatizou.
O PTB pretende filiar o ex-ministro da Educa��o Abraham Weintraub, em negocia��o com Fakhouri e, possivelmente, lan��-lo ao governo de S�o Paulo. No entanto, h� um impasse pela disputa do Pal�cio dos Bandeirantes, pois Bolsonaro j� afirmou que quer indicar o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio Freitas - ele deve se filiar ao PL.
De acordo com Nienov, a pretens�o � eleger entre 25 a 30 deputados federais. J� para o Senado, onde o partido n�o tem nenhum representante, h� dois nomes na mira: o deputado estadual Kennedy Nunes, de Santa Catarina; e o deputado federal S�rgio Moraes, do Rio Grande do Sul. Ainda segundo ela, a legenda deve receber migra��o de bolsonaristas, como a deputada estadual Alana Passos (PSL-RJ).
No caso do PP e do Republicanos, � quase certa uma alian�a consolidada com o PL, que pode proporcionar palanques estaduais mais volumosos a Bolsonaro no Nordeste, reduto petista.
Migra��o
A ida de Bolsonaro para o PL pode fazer com que aliados de outros partidos tamb�m se filiem � legenda. A expectativa � de que parlamentares do PP, PSL, Patriota e Republicanos aproveitem a pr�xima janela partid�ria para se unir � sigla de Valdemar Costa Neto.
O deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) disse que continuar� na legenda, mas v� uma tend�ncia de que outros pol�ticos migrem para o PL por influ�ncia de Bolsonaro. "Muita gente vai acompanhar o presidente, mas eu continuo no meu partido", ressaltou. "Aconteceu com o PSL, que j� existia, mas com ele (Bolsonaro), cresceu muito."
O deputado federal �tila Lira (PP-PI) acredita que a debandada ser� pequena. "Os que v�o mesmo s�o os deputados do PSL. Eu sou do PP, mas n�o conhe�o ningu�m que queira sair. Os deputados do PP, de maneira geral, n�o t�m queixa do partido", comentou.
O cientista pol�tico Andr� C�sar observou que "o fato de o presidente ter entrado no PL era uma bola cantada, gera quest�es no �mbito Centr�o". "O PP de Ciro Nogueira continua com muito peso, ent�o, est� jogando bem. � mais interessante porque n�o se vincula ao presidente. O PP fica livre para voar um voo solo tranquilo", argumentou. "Os partidos do Centr�o jogam muito fluido e v�o disparando os interesses regionais deles."
Na avalia��o do cientista pol�tico Danilo Morais dos Santos, professor do Ibmec Bras�lia, as alian�as nacionais de partidos do Centr�o, como PP, PTB e Republicanos, com a chapa de reelei��o de Bolsonaro devem ser objeto de intensa negocia��o at� mar�o de 2022, momento em que o cen�rio eleitoral ficar� mais claro.
"Se a aprova��o do atual presidente seguir minguando e a composi��o com sua coliga��o majorit�ria impuser restri��es severas a acordos com partidos de esquerda no plano regional, sobretudo no Nordeste, a tend�ncia � de que o Centr�o bata em retirada", acrescentou.