
Bras�lia – O pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica Ciro Gomes (PDT) e seu irm�o, o ex-governador do Cear� Cid Gomes, foram alvos, ontem, de uma opera��o da Pol�cia Federal (PF) para apurar suposto esquema de corrup��o envolvendo as obras da Arena Castel�o — est�dio de Fortaleza (CE), que passou por reforma para receber a Copa de 2014. A for�a-tarefa, batizada de Opera��o Colosseum, investiga suspeita de fraudes e pagamento de propinas a agentes pol�ticos e servidores p�blicos envolvendo as obras no Castel�o, realizadas entre 2010 e 2013. A Justi�a tamb�m determinou a quebra dos sigilos banc�rio, fiscal, telef�nico e telem�tico dos envolvidos, inclusive os irm�os Gomes.
Segundo a PF, as investiga��es apontam para um “poss�vel pagamento de vantagem indevida para que a Galv�o Engenharia obtivesse �xito no processo licitat�rio da Arena Castel�o e, na fase de execu��o contratual, recebesse valores devidos pelo governo do estado ao longo da execu��o da obra de reforma, amplia��o, adequa��o, opera��o e manuten��o do est�dio".
Foram deslocados 80 policiais federais para a for�a-tarefa, com o objetivo de cumprir 14 mandados de busca e apreens�o em Fortaleza, Meruoca e Juazeiro do Norte, no Cear�; S�o Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e S�o Lu�s (MA). As ordens foram expedidas pelo juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 32ª Vara Federal Criminal no Cear�.
A apura��o ainda indica que o valor da concorr�ncia foi de R$ 518 milh�es, originados em parte de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). “Apurou-se ind�cios de pagamentos de 11 milh�es de reais em propinas diretamente em dinheiro ou disfar�adas de doa��es eleitorais, com emiss�es de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas”, disse a PF em nota.
‘Pol�cia de Estado’
Na internet, Ciro Gomes se manifestou, negando qualquer envolvimento com o esquema. O presidenci�vel falou em persegui��o e afirmou que o pa�s vive em um “Estado policial”. “At� esta manh� (ontem), eu imaginava que viv�amos, mesmo com todas imperfei��es, em um pa�s democr�tico. Mas depois de a Pol�cia Federal, subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreens�o, ter vindo � minha casa, n�o tenho mais d�vida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, disse por meio do Twitter.
Em meio � crise, Cid Gomes se reuniu com aliados e concedeu entrevista � imprensa na noite de ontem para prestar esclarecimentos sobre a opera��o da PF. Ele disse concordar com as afirma��es do irm�o e teceu cr�ticas � corpora��o. “Eu sintetizaria numa palavra o que eu considero isso: uma molecagem. O que fizeram hoje (ontem) foi uma molecagem que tem toda uma narrativa. A Pol�cia Federal � uma institui��o ultrarrespeitada, ultrarreconhecida, tem ao longo da sua hist�ria prestado relevantes servi�os ao pa�s, mas, lamentavelmente, isso tem que ser denunciado. Ela est� sendo, por sua dire��o, completamente aparelhada”, sustentou.
Repercuss�o
Os irm�os Gomes receberam o apoio de pol�ticos, entre eles o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva — que foi alvo de cr�ticas recentemente por parte do cearense. “Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pr�-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem ser intimados para depor e sem levar em conta a trajet�ria de vida id�nea dos dois. Eles merecem ser respeitados”, escreveu Lula. A ex-presidente Dilma Rousseff tamb�m se solidarizou, afirmando que repudia o “arb�trio e a persegui��o a eles”. “Como cidad�os brasileiros, merecem ser tratados com o respeito �s leis vigentes no pa�s”, disse.
L�cio Gomes, outro irm�o da fam�lia, tamb�m foi inclu�do na opera��o de busca e apreens�o. O juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida determinou o afastamento do sigilo telef�nico, banc�rio, fiscal e telem�tico dos irm�os e de outros alvos. Segundo os documentos citados pelos policiais federais, existe a suspeita de que na fase de execu��o contratual tenham sido pagas vantagens indevidas para que o governo estadual repasse valores que estavam supostamente retidos.