Senadores tentam amenizar racha depois de ataques � uni�o Lula-Alckmin

A eventual alian�a entre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) para a forma��o de uma chapa �s elei��es deste ano parece longe de ser apaziguada, tanto do lado petista quanto do lado do ex-tucano. No PT, a resist�ncia � uni�o ainda � consider�vel. A ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo, teria dito que o ex-gestor de S�o Paulo "ser� o Temer" de Lula, numa refer�ncia a Michel Temer, que se movimentou nos bastidores pelo impeachment da petista e assumiu o comando do pa�s quando da destitui��o dela.

Outros integrantes da legenda, como Daniel Kenzo, l�der do diret�rio petista no Butant�, Zona Oeste de S�o Paulo, afirmam que a imagem de Alckmin pode comprometer a campanha de Lula. "Absolutamente nada indica que entregar a vice a um golpista neoliberal seja necess�rio para ganhar as elei��es", enfatizou Kenzo, que abriu uma peti��o contra a forma��o da chapa.

J� o deputado Rui Falc�o (PT-SP) — coordenador das campanhas de Lula, em 1994, e Dilma, em 2014 — disse que, se a chapa Lula-Alckmin for � frente, ser� uma "contradi��o" a tudo que o PT fez em sua hist�ria. Segundo Falc�o, "Lula n�o precisa de muleta". As declara��es do parlamentar foram publicadas na edi��o de ontem da Folha de S. Paulo.

Por outro lado, h� integrantes do partido que apoiam a alian�a, ou pelo menos avalizar�o o que Lula decidir. Os senadores Humberto Costa (PE) e Paulo Paim (RS) frisaram que diverg�ncias e debates em torno do tema s�o "naturais". Paim sustentou n�o ter prefer�ncia sobre um nome para ser vice do ex-presidente e ressaltou a import�ncia de alian�as e coliga��es.

"Ningu�m tem d�vida de que a lideran�a de Lula � muito forte. Ele ultrapassa, inclusive, a sigla do partido. Evidentemente, a opini�o dele vai ser decisiva. Em momentos de d�vida na legenda, a posi��o dele sempre prevaleceu, e ele sempre acertou", destacou. "Como um ser pol�tico que ele �, com lideran�a internacional, ter� a vis�o global e saber� escolher seus quadros aliados fora do PT para reconstruirmos o pa�s."

Por sua vez, Humberto Costa argumentou que as negocia��es entre Lula e Alckmin ainda s�o preliminares, mas afirmou que, se a forma��o da chapa for oficializada, ser� um dos apoiadores.

"Isso ainda n�o foi apresentado formalmente ao PT. O que est� acontecendo s�o opini�es acerca de algo que, pelo menos por enquanto, � apenas uma especula��o e � natural as pessoas se manifestarem a favor ou contra", minimizou. "Eu, particularmente, sou favor�vel a esse entendimento (entre Lula e Alckmin). No momento que isso for para discuss�o no diret�rio, votarei favoravelmente."

O cientista pol�tico Valdir Pucci avaliou que a vontade de Lula ser� sacramentada e que as dificuldades levantadas pelo PT internamente fazem parte do jogo pol�tico. "Se a gente se lembrar de quando Lula escolheu o Jos� Alencar para ser seu vice, houve contrariedade, � �poca, de membros do PT e da esquerda. Eles colocavam que a alian�a ia contra os princ�pios do partido e contra os direitos do trabalhador. No final, se mostrou uma alian�a acertada", destacou. "Se Lula insistir nessa uni�o, com certeza vai ser sacramentada."

Lula convocou reuni�o para hoje com os ex-ministros da Sa�de dos governos petistas: Agenor �lvares, Alexandre Padilha, Arthur Chioro, Humberto Costa, Jos� Gomes Tempor�o e Saraiva Felipe. Al�m deles, v�o participar o ex-diretor da Anvisa Dirceu Barbano e a coordenadora do Setorial de Sa�de do PT Eliane Cruz.

Os temas ser�o a nova onda da pandemia, a vacina��o e os aprimoramentos para o Sistema �nico de Sa�de. Humberto Costa afirmou que a reuni�o pode resultar em diretrizes para o plano de governo de Lula.