
A escalada de pre�os dos combust�veis fez a Petrobras entrar na pauta de pr�-candidatos ao Pal�cio do Planalto. Lula (PT), Sergio Moro (Podemos) e Jo�o Doria (PSDB) j� falaram sobre o assunto, mas, segundo o cientista pol�tico Valdir Pucci, "nenhum dos pr�-candidatos, at� o momento, apresentou uma solu��o fact�vel".
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) — l�der de pesquisas de inten��o de voto para o pleito de outubro — afirmou, ontem, que, se eleito, mudar� a pol�tica de pre�os da empresa.
"N�s n�o vamos manter o pre�o da gasolina dolarizado. � importante que o acionista receba seus dividendos quando a Petrobras der lucro, mas eu n�o posso enriquecer o acionista e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feij�o e paga mais caro por causa da gasolina", disse o petista, em entrevista � Rede RDR, do Paran�.
A declara��o de Lula provocou queda das a��es da empresa na Bolsa de Valores.
Sob press�o, o presidente Jair Bolsonaro (PL) busca uma solu��o para a alta de pre�os. A princ�pio, o Planalto mandaria uma proposta para o Congresso, mas, na quarta-feira, o l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a iniciativa seria do Parlamento.
Ontem, o deputado Christino �ureo (PP-RJ) apresentou uma proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que permite reduzir ou zerar imposto sobre combust�veis e g�s em 2022 e 2023, sem compensa��o fiscal (leia reportagem abaixo).
J� o pr�-candidato do Podemos, Sergio Moro, defende a privatiza��o da Petrobras. O ex-ministro disse que a Petrobras � "atrasada" e lembrou que a prioridade no mundo � a energia limpa.
"A Petrobras teve papel importante para o pa�s, mas � uma empresa atrasada, que ainda vive da explora��o do petr�leo, um combust�vel que o resto do mundo j� n�o est� mais usando", afirmou � Folha de S.Paulo.
Por sua vez, o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), tamb�m concorrente ao Planalto, incluiu no seu programa de governo a privatiza��o da petroleira.
Na avalia��o do cientista pol�tico Valdir Pucci, "todos est�o interessados em tirar uma casquinha eleitoral por meio do debate em torno da Petrobras e dos valores dos combust�veis, mas nenhum dos pr�-candidatos, at� o momento, apresentou uma solu��o fact�vel".
"Apenas, de forma gen�rica, falaram em privatiza��es, diminui��o de impostos de combust�veis ou mudan�a na pol�tica de pre�os", acrescentou.
Apoiador de Moro, o deputado federal e integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri (DEM-SP), � entusiasta da ideia.
"Acho que a principal vantagem � gerar mais emprego, renda, competitividade. Se quebra um monop�lio n�o s� da extra��o, mas tamb�m do refino, poderia, com a competi��o da iniciativa privada, desenvolver a tecnologia para fazer o refino no Brasil. Assim, diminuiria a influ�ncia do d�lar no nosso combust�vel", disse.
"O que encarece o combust�vel brasileiro, em parte, � o fato de exportar petr�leo bruto e importar refinado."
O deputado federal J�lio Delgado (PSB-MG) � a favor de manter a Petrobras como empresa estatal, mas aberta ao mercado externo.
Segundo o parlamentar, torna-se necess�rio "controlar a infla��o para conseguir interferir no pre�o do combust�vel''. "Em ano de elei��o, sempre uma empresa como essa vai ser ponto de debates", frisou.