
O ministro da Infraestrutura e candidato ao governo de S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas, considerou “muito correto” que os caminhoneiros fa�am paralisa��o para for�ar a diminui��o dos pre�os dos combust�veis. As afirma��es do ministro foram direcionadas ao caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, um dos principais l�deres da greve dos transportadores que paralisou o Brasil em 2018.
“Estou vendo caminhoneiros parando de carregar para for�ar seus embarcadores e transportadores a repassar para os fretes o custo do aumento de diesel. Acho isso muito correto. No fim do ano passado, no MT, um grupo fez isso e deixou de carregar para as tradings. Conseguiram melhores fretes”, disse Tarc�sio em mensagem de �udio do Whatsapp.
A resposta de Tarc�sio foi dada ap�s Dedeco ter entrado em contato para alert�-lo sobre a poss�vel greve da categoria, que seria iniciada at� amanh�. Ao jornal “Folha de S.Paulo”, o caminhoneiro disse que assistiu a uma entrevista do ministro afirmando que n�o via risco de greve. “Quero dizer que ele est� por fora. Ele n�o tem um pingo de ci�ncia do que est� acontecendo nos bastidores. Daqui para segunda-feira, ele vai ver muita coisa acontecendo, disse Dedeco.
Em nota, o Minist�rio da Infraestrutura negou que Tarc�sio tenha dado apoio, mas n�o desmentiu o di�logo. “O ministro da Infraestrutura, Tarc�sio Gomes de Freitas, mant�m canal aberto com a categoria e j� defendeu abertamente, in�meras vezes, que as principais quest�es que afetam o setor, hoje, s�o correlatas ao pr�prio mercado. Neste sentido, cabe aos pr�prios trabalhadores dialogar entre si para buscar as melhores solu��es”.
Interlocutores citaram que s� haver� greve se caso as categorias de caminhoneiros — como cegonheiros e aut�nomos — se juntarem para fazer o ato. As fontes disseram que n�o h� uma uni�o entre eles e que cada grupo negocia por si. Em entrevista, o caminhoneiro aut�nomo Gustavo �vila apontou que n�o � uma quest�o apenas de uni�o. “Para parar a gente sai no preju�zo”. Segundo ele, quem entra na paralisa��o nas rodovias, al�m de gerar multas, vai obter outras despesas. “Se vamos para a rua sem apoio, as consequ�ncias s�o penosas. N�o d� para ir sozinho. Para ter um efeito positivo, a popula��o deveria se juntar � nossa luta”.
“O reajuste do diesel n�o � mais s� um problema dos caminhoneiros, se a popula��o n�o se mobilizar, ningu�m vai mais comer ou consumir nada”, disse o representante dos caminhoneiros, Wallace Landim — mais conhecido como Chor�o — presidente da Associa��o Brasileira dos Condutores de Ve�culos Automotores (Abrava). “Conseguir mobilizar a gente consegue, mas a gente vai levar essa culpa?”, questionou Chor�o. “Quem precisa se mobilizar � todo mundo que est� sofrendo.”
Congresso
O caminhoneiro S�rgio Barsalobre lamentou a situa��o. Segundo ele, a realidade dos colegas, que combinaram um certo valor de frete, e com o reajuste o dinheiro cobrado n�o ser� suficiente para cobrir os custos da viagem. “A gente quer acreditar no Congresso. Que eles est�o votando no melhor para a gente. Mas eu n�o tenho nem compreendido o que eles est�o fazendo e falando sobre isso. N�o entendemos. E a�, uma hora estamos a favor de mudar a pol�tica de pre�os do combust�vel aqui no pa�s, na outra n�o estamos”, desabafou o motorista.
Greve n�o resolve, diz ele. “Fechar as estradas n�o resolve. Se resolvesse, j� estaria tudo resolvido desde a primeira. O problema � que fica cada um por si. A gente tem que se unir. N�o podemos falar l�nguas diferentes. E se um n�o quiser, nenhum para. Do jeito que est�o as coisas, parar s� vai piorar”, ponderou.
