O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (16/3) que a Petrobras cometeu um "crime" contra a popula��o ao n�o ter esperado um dia para realizar o reajuste de pre�os dos combust�veis. A declara��o ocorreu durante entrevista gravada � TV Ponta Negra. O chefe do Executivo disse ainda que "� impag�vel o pre�o dos combust�veis no Brasil" e que a "Petrobras n�o colabora com nada".
"O barril do petr�leo chegou a US$ 135 na semana passada, agora j� caiu e est� em US$ 100. A gente est� esperando, inclusive, ter um retorno da Petrobras para rever esses pre�os que foram absurdamente majorados na semana passada. � um problema mundial o problema dos combust�veis ocasionado pelo problema da R�ssia com a Ucr�nia. Qualquer nova alta a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste n�o chegue na ponta da linha para o consumidor. � impag�vel o pre�o dos combust�veis no Brasil. E lamentavelmente a Petrobras n�o colabora com nada."
Bolsonaro seguiu criticando a estatal e disse que, por ele, a empresa "poderia ser privatizada hoje" para "ficar livre do problema". Ele tamb�m repetiu que a companhia se transformou na "Petrobras Futebol Clube" e que "o clubinho l� de dentro s� pensa neles".
"Muita gente me critica como se eu tivesse poderes sobre a Petrobras. Para mim, � uma empresa que poderia ser privatizada hoje, ficaria livre desse problema. E a Petrobras se transformou na Petrobras Futebol Clube, onde o clubinho l� de dentro s� pensa neles, jamais pensam no Brasil. At� mesmo o repasse de g�s cozinha, algo impens�vel, fizeram tamb�m", continuou.
O presidente relatou ainda ter enviado um pedido informal ao presidente da Petrobras, general Silva e Luna, para que o aumento nos pre�os dos combust�veis fosse atrasado em um dia, tempo suficiente para aprovar os projetos do governo sobre o assunto no Congresso.
"Por quest�o de um dia, foi feito o contato com a Petrobras porque chegou para n�s que eles iriam reajustar na quinta passada. Foi feito um pedido para que (a companhia) deixasse (o aumento) para o dia seguinte, atrasasse um dia. Eles n�o nos atenderam. N�s n�o podemos interferir no pre�o da Petrobras. Se pudesse interferir, as decis�es seriam outras. Pedimos para atrasar um dia porque estava sendo votado no Senado e no mesmo dia seria votado na C�mara um projeto de lei para recalcular o valor do ICMS em cima do diesel, bem como para zerar o imposto sobre o diesel. Resumindo, foi dado o aumento 0,90. No dia seguinte, anunciamos a redu��o de 0,60. Eu te pergunto, na bomba baixou os 0,60? N�o. Ent�o, por um dia, a Petrobras cometeu esse crime contra a popula��o desse aumento absurdo no pre�o dos combust�veis. Isso n�o � interferir na Petrobras, na a��o governamental. � apenas bom senso, poderiam esperar um m�s".
O presidente aproveitou para cobrar novamente a redu��o dos pre�os dos combust�veis: "Quando eles deram o aumento, o pre�o do petr�leo l� fora estava em US$ 130. Hoje est� em US$ 100. Agora eu pergunto � Petrobras, porque eu n�o tenho ascend�ncia sobre ela, eu n�o mando na Petrobras: V�o reduzir o aumento absurdo concedido na semana passada ou est� muito bom para todos voc�s da Petrobras?"
Questionado sobre uma eventual substitui��o de Silva e Luna, o presidente voltou a dizer que "existe a possibilidade".
"Existe essa possibilidade. Todo mundo no governo, ministros, secret�rios, diretores de empresa, presidente de estatais podem ser substitu�dos se n�o estiverem fazendo trabalho a contento. N�o quer dizer que vai ser trocado ou que n�o vai ser trocado. Eu s� n�o posso mudar o vice-presidente. O resto, todos podem ser trocados, obviamente, por motivo de produtividade, por motivo de falha ou omiss�o no respectivo servi�o. Quero dizer que o presidente da Petrobras est� amarrado numa s�rie de legisla��o, mas a (negativa da) solicita��o feita - n�o oficialmente, porque n�o podemos interferir na Petrobras e nem vamos interferir -, de atrasar um dia o an�ncio do pagamento, isso pegou muito mal para todos n�s aqui em Bras�lia", concluiu.