
"Por vezes, me embrulha o est�mago ter de jogar dentro das quatro linhas, mas eu jurei, e n�o foi da boca para fora, respeitar a Constitui��o. Aqueles que est�o ao meu lado, todos, em especial os 23 ministros, eu digo-lhes: voc�s t�m obriga��o de, juntamente comigo, fazer com que quem esteja fora das quatro linhas seja obrigado a voltar para dentro", sustentou.
Ao se dirigir para o p�blico de cerca de tr�s mil pessoas, no Centro Internacional de Conven��es do Brasil, Bolsonaro mencionou v�rias vezes a palavra ditadura ao se referir aos governos do PT. "N�o podemos esquecer o nosso passado, porque aquele que esquece nosso passado est� condenado a n�o ter nosso futuro. Os mais jovens podem n�o conhec�-lo, os seus pais e av�s t�m obriga��o de mostrar para eles para onde o Brasil estava indo. H� pouco, est�vamos � beira do abismo", frisou.
O presidente ressaltou que "o inimigo do Brasil n�o � externo, � interno". "N�o � uma luta da esquerda contra a direita. � uma luta do bem contra o mal", frisou. Ele ressaltou que "para defender a liberdade e a nossa democracia, tomarei a decis�o contra quem quer que seja". "E a certeza do sucesso � que eu tenho um ex�rcito ao meu lado, e esse ex�rcito � composto de cada um de voc�s", disse.
Evocando Deus, Bolsonaro enfatizou que ningu�m deveria desejar o cargo de presidente da Rep�blica. "Costumo dizer, n�o queiram a minha cadeira. L�, � um local de muitas agruras, principalmente quando se quer fazer a coisa certa", reclamou. Em outro trecho, disse que pretende entregar um pa�s melhor do que recebeu em 2019, mas somente "l� na frente".
O chefe do Executivo tamb�m disparou cr�ticas a governadores por terem adotado medidas restritivas contra a dissemina��o do novo coronav�rus. "Voc�s sentiram na pandemia o gosto da ditadura. Alguns chefes do Executivo, em especial estaduais, tiraram o direito at� de ir e vir de voc�s. Obrigaram todos a ficar em casa", reprovou. "Isso que n�s passamos, em que lamentamos todas as mortes, serviu de aprendizado para voc�s, no tocante � responsabilidade para indicar os v�rios cargos que querem que os representem."
Corrup��o
Ao abordar o tema da corrup��o, Bolsonaro mencionou "legados" deixados pelo PT, embora n�o tenha citado o nome do partido. Falou sobre as d�vidas da Petrobras e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). Segundo ele, "daria para fazer 100 vezes a transposi��o do S�o Francisco". "Acabou a farra com o dinheiro p�blico", arrematou.
Ele n�o citou o esc�ndalo envolvendo o ministro da Educa��o, Milton Ribeiro, sobre o favorecimento de pastores na destina��o de verbas da pasta — as den�ncias est�o sob investiga��o da Pol�cia Federal. Alegou, por�m, que sempre "buscam qualquer coisa para transformar em um tsunami".
"Todos sabem como nos portamos. Foram tr�s anos e tr�s meses em paz nessas quest�es (de corrup��o). Se aparecer, n�s cobraremos para que os fatos sejam elucidados. Todos somos humanos, podemos errar e devemos ter uma segunda chance para voltarmos a ser �teis para a sociedade", minimizou.
A quest�o ind�gena tamb�m foi pincelada, numa men��o a projetos que preveem a explora��o de territ�rios dos povos origin�rios. "Vejo irm�os ind�genas na minha frente que querem e clamam para que o Congresso aprove um projeto de lei de modo que os liberte dentro da pr�pria terra. Eles querem produzir, n�o querem ser tutelados pelo Estado", declarou.
Ao discursar, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chamou Bolsonaro de "futuro presidente pelo segundo mandato".
Costa Neto anunciou a filia��o do ministro da Cidadania, Jo�o Roma, que vai disputar o governo da Bahia. Tamb�m entrou para o partido Marcos Pontes, ministro da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es, que pretende concorrer a deputado federal nas pr�ximas elei��es. O senador Eduardo Gomes, l�der do governo no Congresso, tamb�m aderiu � legenda de Bolsonaro.
"Hoje (ontem), estou com muito entusiasmo, assumindo o novo compromisso e caminhada. Esse homem (Bolsonaro) � aquele que foi atacado permanentemente, mas conseguiu entregar o que nunca fizeram", disse Jo�o Roma no palco, ao lado do chefe do Executivo. O ministro deixou o Republicanos para migrar � nova sigla.