
Escolhido como pr�-candidato a vice na chapa de Alexandre Kalil (PSD) ao governo mineiro, o deputado estadual Andr� Quint�o, do PT, cr� que seu partido pode ajudar o ex-prefeito de Belo Horizonte a conquistar votos no interior. Sondagens eleitorais apontam que, a despeito do bom desempenho na Regi�o Metropolitana, o pessedista ainda precisa aumentar a taxa de conhecimento nos rinc�es.
“A participa��o formal do PT [na chapa] pode potencializar a participa��o dos petistas e dos movimentos sociais na campanha — principalmente no interior”, diz Quint�o, em entrevista ao Estado de Minas.
Entre quinta-feira e s�bado desta semana, Kalil e Quint�o estar�o, juntos, em um p�riplo que come�a no Vale do Mucuri, com Te�filo Otoni, e termina em S�o Jo�o del-Rei, no Campo das Vertentes. O roteiro ter�, tamb�m, Ara�ua� e Itamarandiba, munic�pios do Jequitinhonha.
“Vai ser a primeira agenda que vamos participar juntos no interior”, conta o parlamentar, que foi apresentado pessoalmente ao novo companheiro recentemente, j� depois da ren�ncia do pessedista � prefeitura da capital.
L�der da coaliz�o de oposi��o a Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa, o petista conseguiu, em 2018, seu quinto mandato como parlamentar estadual. Para isso, obteve 71,6 mil votos.
Diferentemente de boa parte de seus colegas, Quint�o n�o tem sua base eleitoral concentrada em uma �nica regi�o mineira. No partido, � conhecido, justamente, por ter capilaridade em todas as fra��es do estado.
Assistente social, ex-vereador de BH e secret�rio de Estado em parte do governo do correligion�rio Fernando Pimentel, Quint�o quer levar temas sociais e progressistas � campanha.
Em pauta, ainda, a busca pelo voto do funcionalismo p�blico, que teceu cr�ticas � gest�o petista em Minas entre 2015 e 2018 por causa do parcelamento salarial. “Eles [os servidores] s�o considerados estrat�gicos para qualquer pol�tica p�blica”, assinala.
"Reginaldo e Agostinho [Patrus, presidente da Assembleia] v�o coordenar as campanhas de Lula e Kalil. A conversa foi centrada na integra��o das pr�-campanhas"
Andr� Quint�o (PT)
O que a alian�a com o PT pode oferecer a Kalil?
� uma alian�a positiva tanto para a campanha de Lula quanto para a campanha de Kalil. Constru�mos uma alian�a pol�tica, que busca o processo de recupera��o econ�mica e social de Minas e do Brasil. A participa��o formal do PT pode potencializar a participa��o dos petistas e dos movimentos sociais na campanha [de Kalil] — principalmente no interior.
O senhor falou em potencializar a campanha no interior. Kalil busca, justamente, aumentar sua taxa de conhecimento nos rinc�es do estado. J� h� estrat�gias tra�adas para ajud�-lo nisso?
Estamos em pr�-campanha. Kalil j� est� percorrendo algumas regi�es do estado. Definida a alian�a, podemos intensificar esses roteiros, envolvendo, tamb�m, parlamentares estaduais e federais. Quando come�arem a campanha e os programas na TV, naturalmente, Kalil e sua gest�o � frente da Prefeitura de Belo Horizonte se tornar�o conhecidos em todo o estado.
Depois de sua indica��o, o senhor se encontrou com o deputado federal Reginaldo Lopes. O que conversaram?
Reginaldo e Agostinho [Patrus, presidente da Assembleia] v�o coordenar as campanhas de Lula e Kalil. A conversa foi centrada na integra��o das pr�-campanhas. E, tamb�m, na constru��o das primeiras agendas. Vamos ter Te�filo Otoni, Ara�ua�, Itamarandiba e S�o Jo�o del-Rei no pr�ximo fim de semana. Vai ser a primeira agenda que vou participar com Kalil no interior. E no dia 10, [haver� ato] em Uberl�ndia.
O PT tem falado muito sobre integrar as coordena��es das pr�-campanhas de Kalil e Lula. Como foi sua conversa com o ex-presidente sobre a tarefa de ser vice-candidato ao governo?
Foi uma conversa muito tranquila. Lula j� tinha refer�ncias de minhas atua��es partid�ria e parlamentar. O [meu] perfil se encaixou com o que a pr�-campanha de Kalil projetou para o perfil do vice. Minha rela��o com o Agostinho [que abriu m�o de ser vice em prol do PT] � muito pr�xima. A conversa com Lula foi no sentido de cumprir essa tarefa da melhor forma poss�vel. Estarei de corpo e alma na miss�o para fazermos uma campanha vitoriosa em Minas.
"O PSD vai apoiar Lula; o PT vai apoiar Kalil. O exemplo maior de colocar eventuais diferen�as do passado em segundo plano, neste momento, � a chapa de Lula e Geraldo Alckmin (PSB)"
Andr� Quint�o (PT)
Kalil fez cr�ticas ao PT quando foi candidato � PBH. Como lidar com isso? As falas ficam no passado?
Quando a gente constr�i uma alian�a, dialoga com partidos diferentes — que, eventualmente, t�m opini�es e avalia��es distintas sobre determinados assuntos. A prioridade � reconstruir o Brasil e Minas. Nesse aspecto, h� converg�ncia entre o PT e o PSD em Minas. O PSD vai apoiar Lula; o PT vai apoiar Kalil. O exemplo maior de colocar eventuais diferen�as do passado em segundo plano, neste momento, � a chapa de Lula e Geraldo Alckmin (PSB). A converg�ncia que mais interessa � a transforma��o e a reconstru��o do pa�s e do estado. H� conflu�ncia de avalia��es e escolhas. Isso fundamentou a alian�a. Temos que olhar para a frente.
H�, no partido de Kalil, deputados favor�veis a Bolsonaro. Isso pode gerar algum tipo de resist�ncia � alian�a ao PT ou � ponto pac�fico desde que houve o acordo entre Lula e Kassab?
Pol�tica n�o � burocracia, mas constru��o de consensos, convencimento progressivo e capacidade de atrair pessoas e partidos para a campanha. O engajamento vai ocorrer de forma progressiva — tanto na campanha de Lula, quanto na de Kalil. A partir dessa defini��o, o PT est� de corpo e alma na campanha de Kalil.
O senhor � o l�der da oposi��o a Zema na Assembleia. Teme que sua indica��o a vice na chapa de Kalil seja utilizada pela base aliada para descredibilizar suas falas e a��es como deputado estadual?
N�o tenho esse receio. Os parlamentares da base aliada e da oposi��o conhecem minha forma s�ria de trabalhar. A an�lise e a tramita��o de projetos ser�o feitas de maneira coletiva, expressando a posi��o do bloco que lidero, o Democracia e Luta, e o interesse p�blico e o interesse maior de Minas.
"O PT sempre manteve uma rela��o muito pr�xima com o funcionalismo e suas representa��es (...) Eles s�o considerados estrat�gicos para qualquer pol�tica p�blica"
Andr� Quint�o (PT)
O PT enfrentou desgastes com o funcionalismo p�blico durante o governo de Fernando Pimentel, por causa, sobretudo, do parcelamento de sal�rios. Agora, com Zema, os vencimentos foram postos em dia. H� algum plano para levar, a Kalil, os votos dos servidores?
O PT sempre manteve uma rela��o muito pr�xima com o funcionalismo e suas representa��es. Neste per�odo do governo Zema, inclusive, essa aproxima��o foi fortalecida e reafirmada. S�o contextos econ�micos e pol�ticos completamente diferentes. A atua��o do PT para n�o penalizar ainda mais os servidores, como por exemplo, se houvesse ades�o ao Regime de Recupera��o Fiscal, e nosso comportamento em vota��es recentes relacionadas ao funcionalismo, mostram o compromisso do partido com os servidores p�blicos. Eles s�o considerados estrat�gicos para qualquer pol�tica p�blica.
