Ciro criticou o atual modelo econ�mico do pa�s e medidas como o teto de gastos. Ele classificou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos aux�lios emergenciais como "um claro esfor�o de estelionato eleitoral". A pol�mica PEC tem validade at� 31 dezembro deste ano eleitoral, no qual o presidente Jair Bolsonaro disputa a reelei��o.
Ao ser questionado na entrevista sobre de quem � a responsabilidade das medidas que ele apontou como eleitoreiras, do Congresso ou da Presid�ncia da Rep�blica, o pr�-candidato do PDT afirmou: "Quem toca a banda � o executivo. Quem dan�a a dan�a (m�sica) que a banda toca � o Congresso Nacional e � evidente que � o Congresso em sua maioria".
Ele prosseguiu: "� preciso que a gente saiba e ajude o povo a entender e separar o joio do trigo. Mas nesse particular, Congresso Nacional, em termos de Centr�o, (Artur) Lira (presidente da C�mara dos Deputados) de Or�amento Secreto, (que) � uma coisa que n�o existe em nenhum lugar do mundo. Or�amento e uma lei que, por defini��o daria transpar�ncias �s contas do Governo, como ele arrecada, como se endivida e onde est� gastando. Ent�o, dos R$ 4,8 trilh�es do Or�amento (Federal), 25 bilh�es (s�o destinados) para investimentos, (e) o Bolsonaro entrega nas m�os desses picaretas R$ 20 bilh�es. A responsabilidade � claramente do Bolsonaro, mas o Congresso tamb�m � conivente. � c�mplice", afirmou o pr�-candidato.
"300 picaretas no Congresso"
Ciro Gomes lembrou a frase dos "300 picaretas no Congresso" do ent�o presidente nacional do PT, Luiz In�cio Lula da Silva, dita em setembro de 1993, quando j� estava em campanha para elei��o presidencial de 1994.Na ocasi�o, em viagem a Ariquemes (RO), Lula disse que havia no Congresso "uma minoria de parlamentares que se preocupa e trabalha pelo pa�s, mas h� uma maioria de uns 300 picaretas que defende apenas seus pr�prios interesses". A frase acabou inspirando a m�sica "Luiz In�cio (300 picaretas)", gravada pela banda "Os Paralamas do Sucesso".
Polariza��o
Ao discursar em reuni�o com lideran�as e militantes do PDT no Norte de Minas, em um sal�o de um hotel em Montes Claros, Ciro condenou a polariza��o na elei��o deste ano entre Jair Bolsonaro e o pr�-candidato � presid�ncia Lula. "Essa polariza��o odienta, despolitizada e apaixonada n�o diz absolutamente nada do diagn�stico dos nossos problemas. Muito pior: essa polariza��o recusa at� discutir as solu��es para o pa�s", assegurou.
"A discuss�o para (a busca de) solu��es para o pa�s � t�o vitalmente necess�ria e o n�o debate � a certeza de que tudo vai continuar como est�", disse o pedetista. Ele insinuou que s�o tomadas medidas erradas na pol�tica brasileira de maneira intencional para favorecer a classe dominante.
"O que est� errado no Brasil, que est� errado na nossa engenharia institucional, nas nossas regras, nas nossas leis, n�o est� errado porque tinha um manual de (para) fazer certo e os caras em Bras�lia s�o t�o salafr�rios, t�o maldosos, t�o s�dicos, que fazem tudo errado de prop�sito somente para nos espica�ar (atormentar) e nos fazer sofrer. Se fosse assim, seria mais f�cil. O que est� errado no Brasil est� errado para a tender a prepot�ncia de uma classe dirigente min�scula, mas super poderosa, que det�m todos os meios de forma��o de opini�o".
Op��o para eleitorado
Ainda em Montes Claros, o pr�-candidato do PDT declarou que se apresenta como uma op��o para eleitorado, fora da polariza��o Bolsonaro/Lula e que se op�e ao modelo econ�mico vigente no pa�s, ao qual reiterou cr�ticas severas. Tamb�m assegurou que, se eleito, vai acabar com o teto dos gastos p�blicos.
"O nosso problema n�o � Chico, Maria ou Manoel. O problema brasileiro � que n�s temos um modelo econ�mico, que est� se engessando com as institui��es absolutamente hostis � sorte do povo brasileiro", disse.
"Hoje, o estado brasileiro est� montado com uma poderosa m�quina de transfer�ncia de renda do mundo do trabalho e do mundo da produ��o para o setor do "rentismo", do juro, da agiotagem oficial. Os n�meros s�o impressionantes, absolutamente chocantes", relatou Ciro. Ele lembrou que o Brasil tem um or�amento anual de R$ 4,8 trilh�es, dos quais 1,7 trilh�o � usado para pagar juros e R$ 25 bilh�es s�o destinados a investimentos.
O ex-governador do Cear� e ex-ministro disse que sua proposta, caso seja eleito, � acabar com o teto de gastos p�blicos. "Eu s� aceito o teto de gastos desde que a gente coloque juros nele. Porque o mesmo bolso que paga sa�de, educa��o e seguran�a, mal e porcamente, � o mesmo bolso de onde sai o dinheiro para (o pagamento dos) juros", pontuou.
Pesquisas
Ciro desacreditou as pesquisas que est�o sendo publicadas, com Lula e Bolsonaro bem � frente dos demais pr�-candidatos a presidente. Disse que elas s�o pagas por bancos. O representante do PDT disse ainda que embora o atual presidente da Rep�blica e o petista estejam em lados opostos, eles t�m pontos em comum.
"Qualquer imbecil sabe que o Lula � muito diferente do Bolsonaro. Eu tamb�m sei. Por�m, o modelo econ�mico - o c�mbio flutuante, a meta de infla��o, o teto de gastos - � rigorosamente o mesmo. E o modelo de governan�a pol�tica.... Valdemar Costa Neto, Roberto Jefferson, s�o rigorosamente a mesma turma", salientou Ciro.