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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Lei seca nacional e controle de armas: o apelo de servidores e mes�rios com temor de viol�ncia nas elei��es

Federa��o que representa funcion�rios p�blicos da Justi�a Eleitoral deve enviar ainda nessa semana ao TSE uma carta pedindo medidas para garantir a integridade daqueles que trabalham nas elei��es.


04/08/2022 18:58 - atualizado 04/08/2022 19:03


Duas mesárias em local de votação
Mes�rias em elei��o de 2020; servidores da Justi�a Eleitoral pedem medidas de seguran�a para aqueles que trabalhar�o no dia de vota��o (foto: Getty Images)

Servidores da Justi�a Eleitoral est�o preparando uma carta a ser enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo provid�ncias para que a seguran�a deles e de mes�rios seja resguardada nesta elei��o, em meio a not�cias falsas e a declara��es do presidente Jair Bolsonaro colocando em d�vida a seguran�a e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro.

Entre as principais demandas dos servidores, est� o controle para garantir que pessoas armadas n�o entrem nos locais de vota��o e a volta de uma lei seca nacional que pro�ba a venda e o consumo de �lcool nos dias de vota��o, em 2 e 30 de outubro.

 

O documento, assinado pela Federa��o Nacional dos Trabalhadores do Judici�rio Federal e Minist�rio P�blico da Uni�o (Fenajufe), entidade que representa, entre outras categorias, servidores da Justi�a Eleitoral nacionalmente, deve ser enviado ao TSE at� esta sexta-feira (5/8), mas a coordenadora executiva da federa��o, Fernanda Lauria, adiantou o conte�do � BBC News Brasil.

De acordo com ela, o of�cio a ser enviado ao tribunal � fruto de um encontro nacional ocorrido em julho em Bras�lia, que teve representantes de 16 Estados — o Encontro Nacional das Servidoras e Servidores da Justi�a Eleitoral (Eneje).

"Normalmente, nesses encontros s�o tratadas quest�es de estrutura das elei��es, das dificuldades de se organizar as elei��es em um pa�s com dimens�o continental. Mas a t�nica nos debates desse ano foi a seguran�a nas elei��es", disse Lauria � reportagem. "� uma preocupa��o muito real, e tem muito motivo. O servidor nas zonas eleitorais � quem est� na ponta. S�o os servidores que lidam com as urnas."

Hoje, cada Estado define se e como implementar� a lei seca, por meio de seu Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em articula��o com as secretarias estaduais de Seguran�a P�blica. Entretanto, os servidores pedem que uma lei nacional seja instaurada, embora isso provavelmente demande uma delibera��o e aprova��o do Congresso.

Lauria avalia que, por resolu��es pr�prias, o TSE poderia implementar normas para controle da circula��o de armas nos dias de vota��o, mas reconhece que um plano do tipo deve ser desenvolvido por �rg�os competentes, incluindo as for�as de seguran�a. Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado no site Metr�poles, lideran�as do PT, PCdoB, PSol, PSB, PV, Solidariedade e Rede entregaram em 13 de julho um documento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que assumir� no dia 16 de agosto a Presid�ncia do TSE, pedindo que nos dias de vota��o o porte de arma fique restrito a atividades policiais e de seguran�a.

"Cabe aos �rg�os competentes (definir a estrat�gia de controle de armas), mas eu n�o vejo outra maneira de fazer isso sem um detector de metais", afirma a coordenadora da Fenajufe, que tamb�m � secret�ria geral do Sindicato dos Servidores das Justi�as Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe-RJ).

"A combina��o bebida alco�lica, arma e �nimos exaltados � muito explosiva."


Policiais passam detectores de metais perto dos corpos de dois homens, do lado de fora de uma construção
Policiais usam detectores de metais em foto de 2018 no Rio de Janeiro; servidores reivindicam controle de armas nos dias de vota��o (foto: AFP)

Em mar�o, servidores tiveram uma reuni�o com o presidente do TSE, o ministro Edson Fachin, sobre a seguran�a deles e de mes�rios na elei��o; agora, eles esperam conseguir mais uma reuni�o sobre o assunto com o futuro presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, que assumir� o cargo em 16 de agosto.

A reportagem pediu um posicionamento do TSE sobre as demandas dos servidores e sobre a seguran�a dos que trabalhar�o na elei��o, mas n�o recebeu resposta at� a publica��o da reportagem. Na reuni�o de mar�o, Fachin garantiu que o tribunal est� realizando reuni�es com os TREs sobre o assunto e que h� "portas abertas" para as demandas de seus funcion�rios.

Al�m da Fenajufe, sindicatos estaduais j� se manifestaram pedindo maior seguran�a para servidores — n�o s� nos dias de vota��o, mas no cotidiano das zonas eleitorais.

Em Minas Gerais, o Sindicato dos Servidores da Justi�a do Estado (Serjusmig) solicitou no dia 20 que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) contrate empresas privadas para garantir a seguran�a nos cart�rios eleitorais.

"O acirramento pol�tico que marcar� o pleito dessas elei��es, a falta de seguran�a nos cart�rios e at� mesmo a falta de contingente policial em muitas cidades do interior colocam em risco direto todos os servidores e servidoras, o que requer provid�ncia urgente por parte desse Eg. Tribunal", afirmou o sindicato no pedido.

Em 18 de julho, o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judici�rio Federal em Pernambuco (Sintrajuf-PE) publicou uma nota de rep�dio � postura de Bolsonaro "contra a Justi�a Eleitoral e o processo eletr�nico de vota��o e apura��o" e pediu "medidas urgentes e suficientes para garantir seguran�a no pleito de outubro, como proibir a circula��o de armas, comercializa��o de bebidas alc�olicas e intensificar a campanha de informa��o e advert�ncia contra o cometimento de crimes contra servidores, mes�rios, candidatos e equipamentos da Justi�a Eleitoral".

Cotidiano j� tenso


Urnas lado-a-lado em mesa
'A gente sabe que o maior alvo (de hostilidades) s�o as urnas eletr�nicas', diz Fernanda Lauria, da Fenajufe (foto: Antonio Augusto/Secom/TSE)

De acordo com Fernanda Lauria, os funcion�rios dos cart�rios eleitorais j� est�o "descobertos" em termos de seguran�a no cotidiano.

"A elei��o pra gente come�a quase um ano antes do dia da elei��o. E j� houve atentados no sentido de pessoas entrarem filmando, constrangendo servidor, pichando o cart�rio", relata. "A cada fake news, � um problema."

A servidora conta tamb�m que funcion�rios das zonas eleitorais t�m tido dificuldade em recrutar mes�rios, que demonstram medo em se expor no dia da vota��o.

"Uma das coisas que a gente vai pedir para o TSE � justamente um treinamento de seguran�a para todos os envolvidos no processo eleitoral. Sobre o que fazer, o que n�o fazer se tiver uma pessoa armada, causando confus�o... Um treinamento para todos: servidores, mes�rios, at� das for�as de seguran�a. De todos os envolvidos, porque a gente acha que dessa vez vai ser muito diferente do que em qualquer outra �poca."

"Claro, sempre teve preocupa��o com a seguran�a em rela��o � disputa eleitoral, � viol�ncia entre candidatos — por exemplo, a Baixada Fluminense no Rio de Janeiro � sempre uma �rea complicada. Agora, essa preocupa��o com a seguran�a dos servidores da Justi�a Eleitoral na execu��o do seu trabalho, � a primeira vez."

Para a Fenajufe, o TSE deve apresentar um plano nacional de seguran�a com diretrizes m�nimas para os tribunais regionais, de modo a garantir que as medidas n�o dependam da decis�o de gestores locais. Os servidores pedem tamb�m refor�o policial e orienta��o dos agentes de seguran�a para o dia de vota��o.

"Precisa ter for�a de seguran�a no local fazendo esse trabalho, n�o pode ser um mes�rio ou um servidor da Justi�a Eleitoral", defende Lauria.

"H� preocupa��o com os locais de vota��o, por conta da presen�a das urnas eletr�nicas. A gente sabe que o maior alvo (de hostilidades) s�o as urnas eletr�nicas", diz a servidora, apontando em especial a preocupa��o com os momentos finais dos dias de vota��o, em que as m�dias com resultados s�o recolhidas e os votos s�o transmitidos pelas zonas eleitorais.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62416959

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