
Falando � reportagem sobre a comemora��o que levou milhares de pessoas �s ruas, ela diz que n�o se considera uma pessoa independente.
"Primeiro, porque o nosso governo hoje em dia n�o deixa a gente independente. A gente n�o tem como lutar por n�s mesmos. As pessoas aqui precisam de barracas para dormir, entende? Eu n�o tenho barraca. Eu durmo no ch�o. Ent�o, como eu sou independente?", questiona.
A reportagem da BBC News Brasil foi � pra�a da S� ouvir moradores de rua no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) discursava em Bras�lia ap�s o desfile em comemora��o aos 200 anos da Independ�ncia do Brasil.
Em S�o Paulo, Belisa questionava n�o s� a hist�ria, mas tamb�m fez uma cr�tica � administra��o do pa�s.
"Eu agrade�o pela hist�ria que foi contada nas escolas, Dom Pedro 1º e tudo mais. Mas at� o quadro do Pedro Am�rico � diferente do real, porque todo mundo usava burro. A real independ�ncia � a desse governo que n�o olha pra gente. O nosso prato era arroz, feij�o e alguma mistura. Hoje em dia, n�o tem mais mistura no prato. Vamos dar uma melhorada nessas pend�ncias que est�o faltando, n�?", afirma.
Iniciado em 1995, o Grito dos Exclu�dos, que distribuiu cerca de 3 mil kits de alimenta��o a pessoas na S�, � um movimento que visa se contrapor ao Grito do Ipiranga, de Dom Pedro. A inten��o, segundo os idealizadores, � dar voz a quem quase nunca � ouvido.
Sem absorvente
Belisa de Souza diz que as mulheres que vivem nas ruas sentem ainda mais dificuldade que os homens.
"Absorvente falta. As tendas funcionam at� um certo hor�rio. E depois disso? E n�s mulheres que precisam se limpar depois de fazer xixi, como � que funciona?", afirma.

A menos de um m�s do primeiro turno, ela diz que vai fazer quest�o de votar nas elei��es presidenciais.
"Este ano, eu vou. Como eu voto em Santana (zona norte), eu vou ter que pedir carona no �nibus, entrar na cabine e votar. Esse cara n�o me representa. Eu achava que me representaria, mas n�o me representou em nada. Me deu R$ 600 por causa da pandemia, porque ele se sentiu apertado. S� que eu estou apertada faz muito tempo", disse.
Ela espera que o pr�ximo governo tenha um olhar mais cuidadoso n�o s� com os moradores de rua, mas tamb�m com a popula��o mais pobre em geral. E sugere algumas pol�ticas, especialmente para as pessoas em situa��o de rua.
"Primeiro, fazer as interna��es volunt�rias para quem precisa. Esses hot�is sociais t�m que ser dos velhinhos. Tem muito velhinho de cadeira de rodas velha que precisa at� de ajuda para tomar banho porque n�o consegue sozinho. E as crian�as e as m�es delas", diz.
- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62828677
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