
Renato Machado/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer acusa��es infundadas de que os dados de mortes de crian�as por COVID-19 foram inflados e acrescentou que hospitais alteravam os c�digos de doen�a para receberem mais recursos do governo federal.
O mandat�rio disse que foram "raros" os casos de crian�as mortas em decorr�ncia de infec��o pelo novo coronav�rus. Os dados oficiais, no entanto, desmentem o presidente da Rep�blica.
"A minha filha n�o se vacinou, tem 11 anos de idade. Algu�m, algum prefeito pediu para mim UTIs infantis para Covid? N�o. As pessoas jovens s�o assintom�ticas. Algu�m viu alguma crian�a morrer de Covid? Se viu, � coisa rara", afirmou o presidente, durante transmiss�o ao vivo com mulheres de Minas Gerais que o apoiam.
"O que aconteceu em alguns casos � que chegava crian�a no hospital com traumatismo craniano porque caiu da bicicleta. E alguns hospitais botavam maldosamente 'Covid', porque eu pagava R$ 2.000 a di�ria [para leitos de UTI para Covid-19], e UTI outra era R$ 1.000. Vai que a crian�a morria, a� botava l� Covid [como causa da morte]", completou.
Bolsonaro defendeu os medicamentos do chamado kit Covid, comprovadamente ineficazes para o tratamento da doen�a. Buscou ainda refor�ar sua tese argumentando que detentos n�o morreram durante a pandemia, pois tomavam rem�dio para "chato".
As participantes da transmiss�o eram apoiadoras declaradas e, por isso, Jair Bolsonaro teve espa�o para defender suas teses sem ser questionado. Disse que n�o atrasou a compra de vacinas, quando documentos da CPI (Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito) da COVID apontaram que o governo ignorou emails da Pfizer para tratar dos imunizantes.
Bolsonaro aproveitou para elogiar o ex-ministro e deputado eleito Eduardo Pazuello (PL-RJ) por sua atua��o quando houve o colapso do sistema de sa�de de Manaus com pacientes que morreram asfixiados. Ele ressaltou que o transporte de oxig�nio pela For�a A�rea Brasileira "foi um ato de hero�smo".