
L�deres daquela greve disseram � reportagem n�o participar da coordena��o das manifesta��es atuais e nem ao mesmo terem ideia de onde partem as convoca��es para os bloqueios, que t�m uma pauta mais pol�tica do que trabalhista.
Nos protestos, os bolsonaristas questionam o resultado das elei��es e pedem at� interven��o militar para evitar a posse do presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva (PT). E cobram do presidente Jair Bolsonaro (PL) posi��o mais firme em contesta��o ao pleito.
O questionamento ao resultado das elei��es foi inflamado por mensagens dizendo que a fiscaliza��o das For�as Armadas e auditorias externas detectaram irregularidades na apura��o dos votos e que uma den�ncia de fraude seria feita ao STM (Superior Tribunal Militar).
Ganhou for�a ao longo do dia com o sil�ncio de Bolsonaro, que at� o in�cio da noite desta segunda n�o havia se manifestado a respeito do resultado da elei��o, e com manifesta��es de apoio de influenciadores bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambelli (PL).
Em um grupo de mensagem entre caminhoneiros ga�chos, os participantes classificam o movimento como "resist�ncia civil" e criticaram declara��es sobre respeito �s urnas, como a do presidente da C�mara, Arthur Lira (PP) —que, neste domingo, pediu respeito ao resultado das urnas.
Durante o dia, os bloqueios se multiplicaram, chegando a ocorrer em vias urbanas de S�o Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo. Em alguns casos, n�o havia sequer caminh�es nos protestos, que eram feitos apenas por partid�rios do presidente da Rep�blica.
Uma das lideran�as que emergiu em 2018, o caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chor�o, divulgou logo pela manh� v�deo questionando as manifesta��es e afirmando que "n�o � hora de parar o Brasil.
"Nesse momento, parar o pa�s vai prejudicar muito a democracia desse pa�s. Precisamos ter reconhecimento da democracia, da vit�ria do presidente [Lula]", afirmou ele, argumentando que a categoria precisar� de alinhamento com o novo governo para aprovar pautas de seu interesse.
Caminhoneiro aut�nomo e diretor da CNTTL (Confedera��o Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Log�stica), Carlos Alberto Litti Dahmer refor�ou o argumento.
"A pauta que est� sendo discutida agora n�o � uma pauta dos trabalhadores do transporte, n�o � uma pauta econ�mica. A pauta econ�mica que deve ser mantida e levada, independente do governo".
"N�o necessariamente � o caminheiro que est� parando. Eles est�o parados por causa dos bloqueios. Existem alguns caminhoneiros que est�o apoiando. Mas n�o � a categoria no geral que est� fazendo", afirmou o presidente da ANTB (Associa��o Nacional de Transportes do Brasil), Jos� Roberto Stringasci.
Um dos apoiadores dos bloqueios, o caminhoneiro Janderson Ma�anero, conhecido como Patrola, confirmou � BBC que a maioria dos manifestantes sem sua cidade, Itaja� (SC), s�o pessoas de diferentes profiss�es. Ele afirmou que a dura��o do movimento depender� do posicionamento de Bolsonaro.
"Estamos esperando ele falar. Ou Bolsonaro vai � guerra, ou ele se extinguir� do cen�rio pol�tico, porque a� ele n�o � o l�der que pens�vamos", disse, ressaltando que n�o apoiaria um golpe militar.