Em meio a rela��es estremecidas com os militares, Lula deve se reunir, ainda nesta semana, com os tr�s comandantes das For�as Armadas e com o ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro. A pauta oficial � a moderniza��o das corpora��es.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, negou que a reuni�o seja um agrado �s For�as Armadas. "N�o � afago porque n�o � novidade. O presidente n�o pediu isso agora, ele pediu antes. Antes de escolher os comandantes, ele disse que gostaria de receber e alinhar a moderniza��o das For�as Armadas com o que as principais na��es fazem", frisou, ap�s almo�o, ontem, com Monteiro. "Isso foi pensado antes dos ataques. N�o � uma rea��o, compensa��o mitigadora do que aconteceu."
Costa enfatizou que Lula havia pedido �s For�as, em dezembro, uma proposta em rela��o � moderniza��o. "Eles j� est�o prontos, e n�s vamos marcar agora. Vou tentar a agenda ali do presidente at� sexta-feira, para ele assistir � apresenta��o deles, da moderniza��o, dos investimentos, de que forma podem se alinhar nesse conceito", frisou.
O ministro evitou atrelar as medidas aos atos terroristas. "Diria que n�o podemos, de forma nenhuma, permanecer com nossas institui��es contaminadas por esse conceito que se encerrou de governo no dia 31. Qualquer na��o do mundo, se ela quer se desenvolver, se quer ser forte, democr�tica, tem de ter institui��es de Estado, e n�o de governo, e institui��es fortes", destacou.
"Um sistema judicial forte, com um Minist�rio P�blico forte, com For�as Armadas fortes, mas que sejam e pensem enquanto projeto de Estado. As a��es de governo est�o sendo pensadas e planejadas, n�o somente para o governo Lula, mas como pol�ticas de planejamento de Estado, de longo prazo. E n�o podemos misturar isso com comportamentos inadequados de um, de dois, de 10."
Lula e Monteiro tamb�m se encontraram na segunda-feira. A agenda n�o constava nos compromissos presidenciais. A informa��o foi passada ao Correio Braziliense por fontes pr�ximas ao chefe do Executivo.
Substitui��o
Entre os 40 militares dispensados por Lula, est� o coronel Marcelo Ustra da Silva Soares, primo do torturador da ditadura militar Carlos Alberto Brilhante Ustra.
J� no Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), que funciona no Pal�cio do Planalto, ao menos tr�s perderam as fun��es. Tamb�m foi inclu�do um cabo que atuava na Granja do Torto, outra resid�ncia presidencial. As portarias com as dispensas foram publicadas no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) de ontem.
Em caf� da manh� com jornalistas, na semana passada, Lula sinalizou usar como ajudante de ordens servidores que j� trabalhavam com ele, justamente por causa da perda de confian�a em rela��o ao militares.
Lula afirmou, na ocasi�o, que o Planalto estava "repleto de bolsonaristas" e que pretende fazer uma "triagem profunda" no pr�dio com o objetivo de formar um "gabinete civil".
Rui Costa ressaltou que "ainda tem muita gente para sair" nessa reformula��o do novo governo. Segundo ele, as substitui��es dever�o ocorrer em maior volume a partir do dia 23 at� o fim do m�s.
"A troca de assessores, que s�o cargos comissionados, est�o ocorrendo em todos os minist�rios, e ocorrer�o independentemente de serem militares ou civis", disse.
Ele alegou que as mudan�as s�o naturais. "N�o se trata de confian�a. � normal que, mesmo dentro das For�as Armadas, haja um rod�zio, para dar oportunidade a outros militares, at� porque outras pessoas t�m capacidade t�cnica para exercer esses cargos. N�o tem nenhuma novidade ou mist�rio. Se mudou a filosofia, o conte�do tem que mudar."