
O senador Marcos do Val disse que ficou "assustado" com a tentativa de um suposto golpe de estado planejado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira. O parlamentar disse que n�o sabe porque foi inclu�do no plano, mas cogita que tenha sido por conta da sua rela��o com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista � Veja, o parlamentar disse que o objetivo era gravar conversas do ministro, que tamb�m � presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o intuito de flagrar alguma fala "comprometedora" de que Moraes teria interferido nas elei��es. Com isso, Bolsonaro conseguiria, supostamente, anular o resultado das elei��es.
"Com essa grava��o, o presidente iria derrubar a elei��o, dizer que ela foi fraudada, prender o Alexandre de Moraes, impedir a posse do Lula e seguir presidente da Rep�blica. Fiquei muito assustado com o que ouvi", disse.
"Na hora, eu disse que aquilo era ilegal. Que grava��es sem autoriza��o judicial poderiam configurar crime. Nunca compactuei com atos radicais ou extremistas", completou.
Para o senador, a a��o poderia colocar o Brasil em "isolamento mundial" e "provocaria uma grave crise econ�mica, traria mais mis�ria e pobreza".
Ideia surgiu de Silveira
O senador alega que ficou assustado pois nunca defendeu um golpe. Para ele, a ideia foi instigada por Daniel Silveira.
"Sei que o Daniel troca muita informa��o com o presidente, e talvez isso tenha influenciado de alguma maneira o que aconteceu. O Daniel disse que eu ia salvar o Brasil e o presidente repetiu. O Daniel estava l� instigando e o presidente comprou a ideia. N�o consigo imaginar algu�m vindo ao meu gabinete para tratar de um assunto desse. Uma coisa meio irracional", disse.
Qual a participa��o de Marcos do Val?
Apesar de n�o ter aceitado participar da a��o, ele acredita que foi escolhido por conta da sua proximidade com o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com os relatos do senador, apenas cinco pessoas sabiam do plano.
"Muita gente sabe que tenho uma liga��o com o ministro Alexandre de Moraes. Quando ele foi secret�rio de Seguran�a de S�o Paulo e o Geraldo Alckmin era governador, fui contratado para dar treinamento para a pol�cia paulista. N�o somos �ntimos, mas temos um excelente relacionamento. Por isso - e tamb�m por dever c�vico e de consci�ncia -, relatei a ele o que estava acontecendo. Era a coisa certa a ser feita", finalizou.