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Estado de Minas PORTA-VOZ DO GOVERNO RUSSO

Chanceler da R�ssia chega ao Brasil para defender guerra contra a Ucr�nia

O chanceler da R�ssia, Sergey Lavrov, chega hoje ao Brasil para falar da amplia��o da atua��o geopol�tica do Brics e tratar da invas�o � Ucr�nia


17/04/2023 11:37 - atualizado 17/04/2023 13:00

Chega hoje a Bras�lia o ministro das Rela��es Exteriores da R�ssia, Sergey Lavrov, para uma reuni�o com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, no Itamaraty. O mais importante porta-voz do governo russo e homem de confian�a do presidente Vladimir Putin, Lavrov tem como miss�o n�o s� negociar temas de interesse da R�ssia, mas, principalmente, defender a narrativa de Putin em rela��o � invas�o da Ucr�nia, em fevereiro de 2022.

A agenda oficial do encontro entre os dois chanceleres prev� uma rodada de avalia��o da guerra na Ucr�nia, al�m de assuntos de interesse bilateral, como com�rcio, investimentos, ci�ncia e tecnologia, defesa, cultura e educa��o. Fora da pauta divulgada pelo Itamaraty, o Correio Braziliense apurou que os dois pa�ses est�o buscando uma alternativa diplom�tica para viabilizar a presen�a do l�der russo no encontro de c�pula de chefes de Estado do Brics - acr�nimo de Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul que batiza o grupo dos chamados emergentes -, previsto para ocorrer em agosto, em Johanesburgo, na �frica do Sul. Putin tem contra ele uma ordem de pris�o expedida pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra.

O governo russo, que j� conta com o apoio limitado da China, aposta na interlocu��o com os demais s�cios do agrupamento nas tratativas internacionais para a solu��o da guerra em solo europeu. Do lado brasileiro o foco na R�ssia est� tamb�m em firmar acordos de transfer�ncia de tecnologia b�lica e da �rea de energia nuclear. O agroneg�cio brasileiro tamb�m depende fortemente da importa��o de fertilizantes da R�ssia. Dentro da estrat�gia de manter uma posi��o de neutralidade, sem provocar o parceiro russo, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) vetou, em janeiro, a transfer�ncia para a Alemanha de muni��o para blindados que poderiam ser repassados para as for�as ucranianas no conflito.

Na recente viagem � China, Lula e o l�der chin�s, Xi Jinping, refor�aram o entendimento de que os dois pa�ses n�o fornecer�o armas a nenhum dos dois lados em guerra, e defenderam uma solu��o negociada para o conflito. Enquanto isso, a R�ssia busca se aproximar dos seus parceiros do Brics, tentando sair das cordas que o isolamento internacional promovido pelos aliados ocidentais da Ucr�nia tem promovido.


Sergey Lavrov
Chanceler da R�ssia, Sergey Lavrov (foto: ATTILA KISBENEDEK)
Nas declara��es dadas durante a viagem � �sia, o presidente brasileiro deixou clara a posi��o do pa�s em apoiar negocia��es diplom�ticas para encerrar o conflito armado, chegando at� mesmo a relativizar o fato de a R�ssia ter rompido conven��es internacionais de n�o agress�o e de n�o viola��o da integridade territorial dos pa�ses. "A constru��o da guerra foi mais f�cil do que a sa�da da guerra, porque a decis�o da guerra foi tomada por dois pa�ses", disse Lula, em entrevista nos Emirados �rabes Unidos, no s�bado, em escala de retorno ao Brasil.

No encontro com o l�der dos Emirados �rabes Unidos, xeique Mohamed bin Zayed Al Nahyan, o petista voltou a criticar os Estados Unidos e a Uni�o Europeia sobre o apoio que d�o � Ucr�nia, incluindo o fornecimento de armas, muni��es e acesso a redes de comunica��o por sat�lites e intelig�ncia militar. "A paz est� muito dif�cil. O presidente Putin n�o toma iniciativa de paz, o (presidente da Ucr�nia, Volodimir) Zelenski n�o toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribui��o para a continuidade desta guerra", acusou Lula.

Apesar do tom pessimista, o l�der brasileiro pretende se colocar como um dos negociadores do processo de paz entre as duas na��es, com o apoio da China. Lula e Xi Jinping decidiram n�o apoiar o bloqueio econ�mico � R�ssia, imposto pelos s�cios da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) - um acordo de defesa m�tua entre EUA e a maioria dos pa�ses da UE. Os dois outros s�cios do Brics - �ndia e �frica do Sul - tamb�m negaram apoio �s san��es econ�micas.


Inc�modo

"O simples fato de o Lavrov ser recebido aqui � uma vit�ria da R�ssia em um motivo de inc�modo para os Estados Unidos e para a Europa em momento que isso n�o � bom para eles nessa rodada do conflito", comentou Hugo Albuquerque, especialista em rela��es internacionais da Editora Alternativa Liter�ria.

Ele apontou que o encontro tamb�m representa um gesto simb�lico para a R�ssia demonstrar que n�o est� isolada no sul global. "Isso vai trazer uma fervura para o Brasil, que � visto como um fiel da balan�a, assim como a �ndia, e receber o Lavrov tem um peso muito grande para a R�ssia, ainda mais em um momento em que a economia dos Estados Unidos e da Europa n�o vai muito bem", explicou. "Importante lembrar que as for�as da Ucr�nia dependem do financiamento euro-americano, o que pode ser dif�cil em uma crise", ponderou o especialista.

Negociador implac�vel

No comando da diplomacia russa desde 2004, Sergey Lavrov � considerado um dos auxiliares mais fi�is ao presidente Vladimir Putin. Segundo diplomatas, as falas do chanceler s�o mensagens diretas do pr�prio presidente Putin. Diplomata nos �ltimos 50 anos - primeiro da Uni�o Sovi�tica, depois da R�ssia -, Lavrov � respeitado e poderoso dentro e fora da R�ssia. Em seus 10 anos como embaixador da R�ssia na Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), ele foi considerado um habilidoso negociador e, nesse tempo, conquistou a fama de pessoa acess�vel com jornalistas do mundo inteiro.

Desde a invas�o russa � Ucr�nia, contudo, Lavrov vem enfrentando revezes. Principal portavoz da vers�o russa da guerra, ele teve seus bens no exterior congelados e est� submetido a san��es de entrada em pa�ses ocidentais


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