"Ap�s a triste passagem do genocida pelo Bairro Cabana, a comunidade decidiu promover uma grande lavagem para limpar as ruas por onde o capeta passou", dizia o comunicado do evento, que ocorreu na parte da manh�. O termo escolhido para se referir a Bolsonaro j� tinha sido usado na semana passada, em faixas de protesto espalhadas pelo Coletivo Alvorada por viadutos e passarelas da capital.
De acordo com o deputado federal Rog�rio Correia (PT), pr�-candidato � prefeitura de Belo Horizonte, o encontro foi festivo e sem incidentes. O parlamentar aproveitou o evento para falar sobre a Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro e dos programas do governo federal Minha Casa Minha Vida e Desenrola.
“Quarta-feira Bolsonaro vai ser indiciado na CPMI, vamos mandar o indiciamento dele para o Supremo Tribunal Federal (STF). Xand�o (ministro Alexandre de Moraes) pega isso e come�a a analisar. O Congresso Nacional sabe que ele tentou dar o golpe e a gente n�o deixa, por isso n�s estamos varrendo aqui onde ele passou, porque n�s queremos democracia. Golpista n�o passar�”, declarou o parlamentar, enquanto varria no protesto.
Acompanhado por um trio el�trico, o p�blico entoou cl�ssicos da m�sica brasileira, como "Vou Festejar" de Beth Carvalho e "X� Satan�s" do Asa de �guia. "Um ato de esquerda, aqui no Cabana/Vista Alegre. Coletivo Alvorada, Coletivo Flores e Luta, Bloco de Luta Sou Vermelha e Associa��o de Moradores do Aglomerado Cabana", falou um dos organizadores ao microfone, mencionando os grupos presentes no encontro.
Petistas e bolsonaristas brigam na porta
Na sexta-feira, um grupo de pessoas opositoras ao ex-presidente foi � porta da Comunidade Evang�lica para se manifestar contra a visita.
Incomodados, alguns bolsonaristas foram para cima dos petistas, enquanto outros entoavam gritos de apoio ao ex-chefe do Executivo. "Jesus � salva��o, Bolsonaro na pris�o", gritavam manifestantes. Um deles segurava um cartaz escrito: 'Bolsonaro genocida e fascista".
Em outro momento, logo na sa�da do ex-presidente da igreja, uma mulher � puxada pelo bra�o por uma bolsonarista, que a acusou de ter arremessado um ovo no carro do ex-chefe do Executivo. O cartaz que um senhor segurava foi arrancado por outra bolsonarista. Ele tentou recuper�-lo, mas n�o conseguiu. Neste momento, a Pol�cia Militar, por meio de duas viaturas, chegou ao local e ficou a postos caso algo mais grave acontecesse.
Faixas nos viadutos e passarelas
O Coletivo Alvorada foi criado em 2016, em Belo Horizonte. As frases escolhidas para as faixas usadas durante as �ltimas duas visitas do ex-presidente � capital incluem insinua��es a processos respondidos por Bolsonaro, como “Voc� pagou com trai��o, vou festejar sua pris�o”; “Bolsonaro Satan�s” e “Bolsonaro em BH, attenzione pickpocket”. Este �ltimo, em refer�ncia ao meme da italiana que ca�a batedores de carteira. As faixas foram instaladas nas avenidas Ant�nio Carlos, Cristiano Machado, Teresa Cristina, Pedro II e Amazonas.
Pedro Martins, l�der do coletivo, contou que a iniciativa � financiada pela milit�ncia, por meio de vaquinhas. Ele tamb�m frisa que o movimento � suprapartid�rio e "em defesa da democracia". Essa n�o � a primeira a��o do tipo que o Alvorada realiza. Em 28 de agosto, durante outra visita de Bolsonaro, tamb�m foi colocada a faixa "Cuidado! Contrabandista e ladr�o de joias na cidade!", em refer�ncia ao esc�ndalo das joias, investigado pela Pol�cia Federal (PF) como uma suposta venda ilegal de presentes recebidos em viagens oficiais da Presid�ncia da Rep�blica.