Anitta

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Instagram/Reprodu��o

RIBEIR�O PERTO, SP (FOLHAPRESS) - A cantora Anitta tem tratado os cabelos nos Estados Unidos para aplacar a perda brusca de fios. De acordo com ela, a profissional respons�vel tem aplicado produtos no couro cabeludo. Sem dar detalhes do procedimento, ela usou as redes sociais para contar sobre a t�cnica feita no Tonya Beauty Group, cl�nica de est�tica brasileira que atende famosos em cidades como Miami e Orlando.

"Est� aplicando um neg�cio aqui para crescer cabelo porque desde que fiquei doente ano passado, dei para ficar careca e perder todos os cabelos", disse ela em seu perfil no Instagram.

Ser�, no entanto, que essas aplica��es funcionam? Especialistas ouvidos dizem que a t�cnica escolhida depende do diagn�stico correto, al�m destes tipos de tratamento exigirem acompanhamento m�dico em decorr�ncia dos poss�veis efeitos colaterais.

O QUE CAUSA A QUEDA DE CABELO?

Segundo Fabiane Mulinari Brenner, professora Dermatologia da Universidade Federal do Paran� (UFPR), existem dezenas de tipos de quedas de cabelo ou alop�cia, o que demonstra a import�ncia da opini�o de um m�dico especialista para o diagn�stico correto do quadro de cada paciente. A avalia��o passa por um exame cl�nico e dermatosc�pico, que � uma amplia��o do couro cabeludo.

Cada fio da cabe�a cresce por um per�odo de at� seis anos, parte de um ciclo em que ele cai de forma natural. Assim, Brenner salienta que � preciso diferenciar as causas antes de indicar um tratamento.

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"Todos n�s temos queda de cabelo, o importante � que a gente tenha uma reposi��o adequada dessa queda", diz a dermatologista.

Quando a perda � grande e desencadeada por COVID-19 ou outras doen�as, p�s-parto, estresse e medicamentos, � classificada como "efl�vio tel�geno", que interrompe o per�odo de crescimento normal.

"E se m�ltiplos fios param de crescer, vai haver uma queda cerca de tr�s meses depois desse evento. � quando vemos uma redu��o diferente da alopecia androgen�tica, que � a calv�cie, na qual vemos afinamento", afirma Brenner.

Segundo o cirurgi�o pl�stico Solon Eduardo Gouveia Souza, da equipe da Cl�nica Speranzini, institui��o especializada no tratamento e transplante capilar, tamb�m afetam os cabelos altera��es hormonais e at� mudan�as na dieta.

"�s vezes s�o coisas mais simples, uma mudan�a de h�bitos alimentares, de vida, mas �s vezes, a depender da causa, precisamos entrar realmente com medica��es", esclarece o m�dico.

TRATAMENTOS

Souza, que tamb�m � membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica) e da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restaura��o Capilar (ISHRS, na sigla em ingl�s), tudo se resume � pergunta: por que o cabelo est� caindo? O m�dico concorda que apenas com o diagn�stico correto � poss�vel estabelecer um plano terap�utico.

"Existem tratamentos que a pessoa pode fazer em casa, tomar comprimidos, passar lo��es, e existem outros mais invasivos, nos quais realmente se deve procurar um especialista com condi��es de realizar, como � o caso do microagulhamento", pontua. A t�cnica consiste no uso de um aparelho com v�rias pequenas agulhas que ajudam a aplicar medica��es atrav�s da pele e � feita com anestesia.

Outras op��es s�o a intradermoterapia, em que medica��es s�o injetadas por meio de seringas e agulhas no couro cabelodo, e a fotobioestimula��o (tamb�m conhecida por led terapia), que � feita com aplica��o de luzes de baixa energia.

H� RISCOS?

Quando o assunto s�o medicamentos, Brenner afirma que � preciso ter cuidado com os efeitos colaterais. Apesar da variedade de rem�dios usados para controle de queda, as rea��es adversas podem se somar ao problema original.

"� sempre importante lembrar que esses novos tratamentos s�o alternativos e a gente tem muito pouca evid�ncia de resultado", diz a m�dica.

H� alguns que carecem de evid�ncias cient�ficas, como o tratamento com plasma escolhido por Anitta para o rosto e que tamb�m pode ser utilizado no cabelo. Segundo Brenner, n�o h� evid�ncias robustas que comprovem que a t�cnica promove melhorias.

"A gente n�o deve levar isso como primeira op��o, sempre uma avalia��o cl�nica e medicamentos de uso t�pico e via oral s�o mais interessantes", destaca.