Escova progressiva: quatro lotes são retirados do mercado; descubra quais
Proteste testou 12 lotes e nove foram reprovados por falta de segurança. Sete apresentaram elevadas taxas de formol, o que põe em risco a saúde
Estado de Minas30/08/2023 10:08
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz que adicionar formol a escova progressiva é infração sanitária (adulteração ou falsificação)
(Milad Fakurian/Unsplash)
A Proteste, associação de consumidores da América Latina, divulgou os resultados da pesquisa de qualidade de 12 lotes de escovas progressivas. Nove produtos foram reprovados por falta de segurança. Sete apresentaram elevadas taxas de formol, o que coloca em risco não só a saúde dos fios, mas de todo o organismo. Quatro lotes serão retirados por ordem judicial sob pena de multa diária para as empresas caso não o façam.
O teste seguiu as Boas Práticas de Laboratório (BPL), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos (Anvisa). Dos lotes das 12 marcas avaliadas, sete apresentaram a concentração de formol além da permitida (0,2%): Fox (Gloss), G. Hair (Fórmula Original Alemã), G. Hair (Marroquina), Madamelis (Ultimate), Maria Escandalosa (Bonequinha), Portier (Exclusive) e Zap (Me Leva Black).
Além disso, em cinco desses lotes, a substância nem se encontrava citada no rótulo: Fox (Gloss), G. Hair (Fórmula Original Alemã), Maria Escandalosa (Bonequinha), Portier (Exclusive) e Zap (Me Leva Black). As concentrações variaram entre 37 (G. Hair - Marroquina) e 58 vezes (Portier Exclusive) a mais do que o definido em lei, o que significa que tiveram como resultados 7,38% e 11,64%, respectivamente.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), adicionar formol a esses produtos é infração sanitária (adulteração ou falsificação). “Portanto, as quantidades muito acima de 0,2% nos produtos testados implicam sérios riscos à saúde da população, o que pode ser considerado um problema de saúde pública”, alerta Mylla Moura, especialista Proteste.
Diante disso, considerando que os produtos não estão em conformidade com a regulação vigente e não atendem ao Código de Defesa do Consumidor, a Proteste ingressou com ações civis públicas, solicitando a retirada de seus produtos do mercado, sendo que quatro pedidos já foram atendidos pelos excelentíssimos juízes das respectivas causas:
Portier – Exclusive Máscara Hidratante – Lote PECS000410 (15 dias para ser retirado do mercado)
G.Hair - Máscara Finalizadora Step 3 (Fórmula Original Alemã )– Lote 17664 (48 horas para ser retirado do mercado)
G.Hair - Professional Marroquina 2 Tratamento Antifrizz – Lote 17027 (10 dias para ser retirado do mercado)
Maria Escandalosa – Máscara Capilar bonequinha – Lote 040 (3 dias para ser retirado do mercado)
(foto: Proteste/DIvulgação)
Rotulagem
A Proteste consultou no portal da Anvisa os números de processo descritos nos rótulos de cada produto. Eles são obrigatórios na rotulagem de qualquer produto cosmético. Diante disso, os lotes G. Hair (Marroquina), Probelle (Smooth Infusion) e Prohall (Select One) foram reprovados por não terem número de processo ativo e, portanto, não poderiam estar disponíveis à venda. Além disso, G.Hair (Marroquina) apresentou formaldeído bem acima do permitido.
As informações contidas nos rótulos são fundamentais para que tanto o consumidor quanto os profissionais conheçam mais sobre os produtos. E, diante de todos os resultados alarmantes sobre a segurança desses produtos comumente vendidos como escovas progressivas, fica o alerta: eles precisam de maior fiscalização no mercado, uma vez que os consumidores não conseguem identificar se, realmente, não trazem malefícios à sua saúde apenas observando as informações citadas na rotulagem que tem em mãos.