
Berna (Su��a) – Procuradores da Su��a denunciaram ontem quatro dirigentes do futebol por suspeita de corrup��o na organiza��o da Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha. Eles s�o acusados de terem mentido sobre o uso de 6,7 milh�es de euros (cerca de R$ 29,3 milh�es, pela cota��o atual) durante os preparativos para a competi��o, cujo t�tulo foi conquistado pela It�lia ap�s superar a Fran�a, nos p�naltis, ap�s empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorroga��o na grande decis�o, em Berlim.
De acordo com o gabinete do procurador-geral da Su��a, os cartolas alegaram que o valor teria sido usado para a cerim�nia de abertura. Mas esta soma, declarada ainda em abril de 2005, pouco mais de um ano antes do in�cio do Mundial, teria sido desviada. A procuradoria n�o revelou detalhes sobre o verdadeiro uso do dinheiro, que sa�ra do or�amento do Comit� Organizador Local da Copa de 2006.
Os ex-dirigentes denunciados s�o os alem�es Horst Schmidt, Theo Zwanziger e Wolfgang Niersbach e o su��o Urs Linsi, ex-secret�rio-geral da Fifa. Zwanziger e Niersbach j� foram presidentes da Federa��o de Futebol da Alemanha (DFB, na sigla em alem�o). Schmidt, Zwanziger e Linsi s�o acusados de participar da fraude. E Niersbach foi denunciado por ter sido supostamente c�mplice.
A procuradoria destacou que Franz Beckenbauer, �dolo alem�o e ex-presidente do Comit� Organizador da Copa de 2006, tamb�m est� sendo investigado pela mesma den�ncia. Mas seu caso est� sendo conduzido separadamente porque “ele se encontra com problemas de sa�de”, de acordo com os procuradores su��os. Todos os acusados negam ter cometido qualquer crime.
A investiga��o de Beckenbauer envolve a figura pol�mica de Mohammed Bin Hammam, que tentou se tornar presidente da Fifa, se tornou rival do su��o Joseph Blatter e acabou banido do futebol ap�s diversas acusa��es de corrup��o.
“As investiga��es revelaram que, no ver�o de 2002, Franz Beckenbauer aceitou empr�stimo de 10 milh�es de francos su��os (R$ 40 milh�es) em seu nome e em sua pr�pria conta, vindo de Robert Louis-Dreyfus. Esta soma foi usada para bancar diversos pagamentos feitos, atrav�s de um escrit�rio de advocacia da Su��a, para uma empresa do Catar, que pertencia a Mohammed Bin Hammam”, disse a procuradoria-geral da Su��a, ontem.
Ent�o poderoso na �poca, Bin Hammam era membro do Comit� Executivo e do Comit� de Finan�as da Fifa. “O objetivo exato do pagamento total de 10 milh�es de francos su��os a Mohammed Bin Hammam n�o p�de ser determinado. E isso porque um pedido de ajuda feito pela procuradoria �s autoridades do Catar, em setembro de 2016, segue sem resposta at� hoje”, informou o escrit�rio da procuradoria su��a.
