Por que n�o conhecer uma das maiores cidades do Brasil num roteiro a p�? Quem vai pela primeira vez a Fortaleza se surpreende: ao contr�rio de outras metr�poles nacionais, o cinza caracter�stico do asfalto e dos pr�dios cada vez mais altos se mistura com outras tantas cores na Regi�o Central da capital cearense.
“S�o 15 bairros que ainda guardam contornos hist�ricos na cidade, e a maioria deles est� na Regi�o Central”, explica o guia Gerson Linhares, que h� 22 anos trabalha no programa Fortaleza a P�.
A regi�o em que a cidade foi fundada come�ou a ser ocupada ainda no final do s�culo 16. Da funda��o, em 13 de abril de 1726, pra c�, s�o 292 anos de intensas mudan�as econ�micas, sociais e culturais. Em meio a esse cen�rio de transforma��es, uma preocupa��o: manter, em meio a arranha-c�us, casar�es e constru��es hist�ricas da cidade. Por isso, vale a pena cal�ar um sapato confort�vel, vestir roupas leves, pegar o bon� e passar bastante protetor solar para deixar a praia um pouco de lado e conhecer o Centro.
O programa Fortaleza a P� oferece 30 itiner�rios diferentes, com mais de 50 pontos de visita diferentes. Resta ao turista escolher quais pontos da cidade quer conhecer. Para se ter uma ideia, s�o 32 pra�as antigas s� na Regi�o Central, al�m de igrejas hist�ricas e edifica��es que mant�m contornos originais. O passeio completo pode durar de duas a quatro horas.
Para quem gosta de hist�ria, os museus – que totalizam 66 na cidade – s�o a atra��o principal. Inaugurado em 1933, o Museu do Cear� � o mais importante – e imponente – de todos. No s�culo 19, o edif�cio era sede da Assembleia Legislativa e carregava o nome Palacete Senador Alencar, em homenagem ao pai do romancista Jos� de Alencar. Atualmente, relembra os prim�rdios paleontol�gicos e arqueol�gicos do estado, al�m, � claro, a forma��o cultural e religiosa da regi�o.
Diariamente, estima-se que mais de 450 mil pessoas passem pelo Centro de Fortaleza. Nenhuma cidade do interior do Cear� arrecada mais dinheiro em impostos do que a regi�o, ponto comercial bastante representativo na capital. Apesar de tanta agita��o diurna, engana-se quem pensa que o movimento acaba no hor�rio comercial.
NATAL LUZ Noite de 23 de novembro. Da Pra�a do Ferreira – a mais frequentada da cidade –, milhares de olhares se voltam para o alto do Hotel Excelsior, considerado o primeiro arranha-c�u de Fortaleza, inaugurado no �ltimo dia de 1931. L� de cima, crian�as aparecem nas sacadas para entoar can��es que marcam a abertura do Cear� Natal de Luz, 22ª edi��o do evento organizado pela C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL) e que movimenta o Centro da capital no fim do ano.
� o t�o aguardado Coral da Luz, formado por cerca de 130 crian�as e adolescentes de 7 a 17 anos. Todos os integrantes moram na regi�o conhecida como Grande Bom Jardim, que engloba cinco dos bairros com piores indicadores sociais e econ�micos de Fortaleza. Eles fazem parte da Associa��o Nossa Casa M�e �frica, que oferece aulas de canto, bal�, circo, flauta e viol�o, entre outras.
“Penso em quando eu era crian�a, pois n�o tinha um projeto desse. Queria muito aprender a tocar viol�o, a tocar flauta, coral. Penso que sou instrumento para essas crian�as… E eu queria ter tido um instrumento desses quando era crian�a. � incr�vel”, diz Hanna Cec�lia, uma das instrutoras do projeto.
Diariamente, at� 23 de dezembro, as crian�as do coral dividem o palco com grandes artistas brasileiros. Na abertura do Natal de Luz, o cantor, compositor e instrumentista Fagner voltou ao estado em que nasceu para relembrar sucessos de anos de carreira. Gilberto Gil e Toquinho tamb�m fazem parte da programa��o do evento, que, pasmem, teve at� neve. Isso mesmo. Para a alegria das crian�as – e por que n�o dos adultos? –, flocos de “neve” artificial produzidas por m�quinas atingiram toda a Pra�a do Ferreira, que beirava os 300C.
* O rep�rter viajou a convite da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, em parceria com a Secretaria de Turismo da capital cearense